Capítulo 2.

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Acordo com uma tremenda dor de cabeça e deitada no chão de um lugar imundo. Havia apenas uma luz que vinha de uma janela na parte de cima da parede. Estava de dia, quase anoitecendo.. anoitecendo? Eu não sabia onde eu estava. Quanto tempo eu apaguei?

Aquele homem.

Quem é aquele esquisito? Ele me trouxe até aqui? Mas que besteira perguntar. Lógico que ele me trouxe até aqui. Ele vai me matar? Ele com certeza vai me matar. O que será que aconteceu com o rosto dele? Eu estava apavorada.

Outra luz, vinda de uma porta que abria lentamente, e tinham passos. Era ele descendo as escadas com calma. Tentei me levantar em um movimento brusco mas algo me prendia, guiei meus olhos e vi que esse maníaco tinha me acorrentando a um cano que saia da parede.

Quando o olhei novamente, ele estava agachado na minha frente com os braços apoiados no joelho, ele me encarava como se me estudasse.

-Eu..- procurei qualquer coragem para falar alguma coisa - Eu não tenho nada para te oferecer.

Ele riu como se eu fosse burra. Seu riso mostrava todos seus dentes... Era bizarro.

-Lógico que tem... a sua dor.

Eu iria morrer aqui. Pensei nas pessoas que eu iria perder, e apenas minha irmã importava pra mim, eu nunca tive muito na vida, nunca tive pessoas com que pude contar, Josh nunca gostou de mim de verdade, minha mãe é uma alcoólatra negligente e meu pai trocou nossa família por outra. Minha vida foi medíocre, mas morrer desse jeito... eu não merecia isso.

O homem destranca as correntes que me prendiam e por um segundo eu penso em socar ele e sair correndo, mas devido ao seu tamanho e sua aparente forma ele era muito mais rápido e forte do que eu, então esse pensamento foi logo esquecido.

Ele me levantou com força para que eu ficasse em pé e amarrou meus braços em uma corda que ficava presa no teto, de maneira que nem se eu quisesse eu conseguiria me sentar no chão. Ele se afasta e analisa toda a situação, e murmura consigo mesmo "eu vou gostar dessa dai".

-É lindo saber o que vai acontecer com seu rosto bonito - ele diz se aproximando, do seu bolso ele tira um canivete e corta minha camisa branca deixando meu sutiã a mostra.

A primeira dor que sinto é esse canivete entrando na minha barriga. O sangue quente escorria e manchava minha calça, e eu pude ver cada lampejo de alegria no rosto dele. Eu não queria gritar, não queria dar a ele o prazer de me ver sofrer, já que foi isso que ele disse que queria. Eu aprendi a lidar com a dor desde pequena, então não foi difícil.

Ele percebeu e girou a faca com uma expressão de ódio fitando as lágrimas que desciam do meu rosto. Com raiva ele arranca o canivete, joga no chão e grita, indignado, comigo:

-GRITE!! EU QUERO QUE VOCÊ GRITE!- ele andou para trás com a mão na cabeça gritando comigo e consigo mesmo. Ele veio na minha direção com sede de sangue e socou meu rosto, rindo, outra vez, outra vez e outra vez. Saciado, com a mão cheia de sangue e meu rosto latejando, ele sai daquele porão, como se fosse uma criança feliz que acabara de ganhar um novo presente para brincar. E eu sinto que beiro a morte.

Horas se passam desde que ele me abandonou naquele lugar, depois o homem reaparece e sem dizer nada ele me solta da corda no teto.
Puxa meu pulso me levando até a escada e vejo que estávamos dentro de uma casa pequena, suja e mal iluminada.

Ele me empurra dentro de um quarto, pequeno mas agora eu tinha uma cama.

-Continue se esforçando assim que você não vai morrer - ele sorri, bate a porta e eu escuto ele passar a chave. Me esforçar...?

Parece que vai ser meu quarto agora.
Parecia quarto de criança, mas era minúsculo, eu tenho certeza que aquele homem não caberia nesse quarto confortavelmente. Tinha uma cabeceira com um abajur solitário, uma cama com colcha de retalhos e um quarta roupa espremido atrás da porta o qual continha roupas ali, mas não tomei a liberdade para vestir nenhuma.

Sentei no chão e embaixo da cama para minha felicidade tinha uns curativos, era uma caixa de primeiros socorros... parece que ele precisou disso em algum momento... cobri a ferida aberta na minha barriga e achei melhor guardar o resto para mais tarde, ninguém sabe o dia de amanhã. Limpei meu rosto com soro e gaze já que eu senti o molhado do sangue.

O quarto não tinha luz, tinha uma janela que estava tapada por tábuas de madeira e a única claridade que eu teria de manhã seria pelas frestas entre as tábuas.

Aquele homem... aquela cicatriz, é sinistra.

Ele abre a porta e um prato com uma maça e ovos mexidos (talvez um pouquinho crus) é posto na minha frente, ele não diz nada e sai, trancando a porta novamente.

Comi tudo, estava faminta, tinha esquecido que eu precisava comer.

Esse maluco, vai me deixar aqui, vou passar os dias como um brinquedo para ele.

My killer lover - Jeff the KillerOnde histórias criam vida. Descubra agora