Uma bolinha esmagadora

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Como se não tivesse ouvido o apelo da empregada, Valerie ficou paralisada e olhou no escuro para o contorno de um objeto escuro e suspeito.
"Andrei, largue tudo e atrele a carruagem!"
“Quero ver o bichinho.”
“Não!” disse Valerie, batendo o pé.
“Certamente você não sente muito pelo invasor”, disse Andrei. Ele teria gostado de inspecionar sua presa de perto.
“Andrei, vá para o estábulo. Eu insisto."
Andrei empurrou o boné para trás e foi cuidar de seus negócios.
À porta, a criada repetia que a avó tinha piorado e certamente estava à beira da morte.
“Entre,” Valerie disse a ela. "Eu vou seguir."
“Você não acredita em mim, senhorita? Se você não vier agora, não tenho certeza se encontrará sua avó ainda viva."
"Irei. Irei imediatamente."
A criada saiu.
Valerie ficou imóvel no pátio silencioso e não conseguiu reunir coragem para agir.
“Eu não tenho o amuleto,” ela suspirou, e um arrepio percorreu sua espinha. Ela estava com medo de ver deitado no sangue a uma curta distância um ser humano. Isso a fez hesitar.
“Finalmente é o fim daquela terrível criatura?” ela se perguntou incerta. Ao longo da semana, ela havia presenciado tantas transformações inesperadas que não podia mais presumir ver as coisas como antes.
“Pobre vovó.”
Lágrimas escorriam pelo rosto de Valerie. Embora ela estivesse angustiada com a avó, ela era incapaz de simplesmente largar tudo e entrar.
“Por que pedi a carruagem? Certamente não posso sair agora com a vovó morrendo."
Sua única preocupação no momento era tirar Andrei de cena para que ele não presenciasse o milagre que tanto pavor a enchia. As estrelas brilhavam e a lua havia diminuído tanto nos últimos dias que um fino crescente era tudo o que restava. As galinhas dormiam como se tivessem certeza de que seu assassino estava morto para sempre.
“Gostaria de saber para onde foi meu amuleto,” a garota suspirou. Ela olhou para o ponto escuro que estava causando sua preocupação.
Tomada de ansiedade, ela suspirou profundamente, mas em vez do ar perfumado da noite que se aproximava, inalou uma espécie de cheiro de queimado deixado no quintal pelos tiros. Ela sentiu o sangue escorrendo de seu rosto. A ansiedade quase fez seu coração parar.
“Orlík,” ela respirou.
Estava muito claro que ninguém poderia ajudá-la na terrível situação que agora enfrentava. E, no entanto, algo tinha que ser feito rapidamente. Ela não sabia quanto tempo a vovó viveria.
“Se ao menos fosse apenas um sonho e se eu pudesse acordar dele”, ela desejou do fundo do coração.
Por fim, ela reuniu coragem para fazer um movimento.
Aproximou-se do local que tanto a inquietava, esperando o pior. Ela soltou um suspiro de alívio. Diante dela jazia um animal em uma poça de sangue. Um animal como os outros animais, sem nada de notável. Provavelmente havia muitas doninhas na cidade e não havia necessidade de relatar a criatura baleada ao diabólico ancião que a enfeitiçou. Esse pensamento lhe deu coragem para ir até a doninha morta e dar uma olhada nela.
Quando ela se curvou sobre o cadáver, não ficou nem um pouco surpresa ao descobrir que ele tinha um brinco na orelha direita.
Como se obedecesse às ordens de alguém, ela o desfez e o guardou no bolso.
“Andrei,” ela chamou, “Andrei, enterre este animal. Mas o mais rápido possível, Andrei!"
"Claro, senhorita, o que mais você faria com carniça", foi a resposta do estábulo.
Valerie deu uma última olhada no animal morto, cuja identidade não poderia mais ser questionada após a descoberta do brinco, e saiu correndo para ver sua avó.

Valerie e a Semana das Maravilhas (Tradução)✓Onde histórias criam vida. Descubra agora