Alliances

11

Ellie Mccormack

           Aidan me olhou com uma expressão que misturava frustração e expectativa.

           — Acha mesmo que vão acreditar nisso? — Perguntei, a voz quase inaudível.

Ele soltou um suspiro cansado, o tipo de suspiro que parecia carregar o peso de mil preocupações.

           — Eleanor, sei que não está confortável com isso, mas agora preciso que seja uma excelente atriz, ok? — Ele fez uma pausa, os olhos fixos nos meus. — Vamos descer?

Assenti sem dizer nada. Segurei o braço dele, que me foi oferecido, e juntos descemos as escadas, cruzando um mar de olhares curiosos. A sala estava cheia, a maioria das pessoas eu nunca tinha visto na vida, exceto por Tom, Ana, Nick e Ariel. Tudo parecia um cenário distante, uma tela projetada para uma vida que não era a minha.

            — Boa noite a todos, esta é a Eleanor — Aidan disse, o sorriso que ele me dedicou não escondia o esforço. — Minha namorada.

           — Então é você quem fisgou o coração do Aidan? — Um homem loiro de olhos azuis se aproximou, com um sorriso de quem achava que tudo aquilo era uma grande piada. Ele segurou minha mão com uma confiança quase exagerada, e a beijou suavemente.

          — Eleanor, esse é o Harry, um dos sócios majoritários. — Aidan disse com um tom que parecia forçado, e eu retirei a mão dele da dele, mais por reflexo do que por desejo.

           — Olá, Harry, é um prazer conhecê-lo. — Minha voz saiu mais fria do que eu pretendia, mas o sorriso dele, curioso e insisto, me fez sentir como se ele estivesse mais interessado em desvendar o que eu era do que em me cumprimentar.

Ele me olhou por um momento, a sensação de que ele sabia de algo que eu não sabia passou pela minha mente, e antes que eu pudesse formular uma resposta, Aidan me puxou para longe.

        — Com licença, Harry, vamos falar com meu pai. — Aidan disse com uma suavidade quase mecânica.

         — Boa noite, casal — Rob interveio com um sorriso que mais parecia um aviso. — Por que não se apresentaram como noivos?

Aquelas palavras cortaram o ar entre nós.

           — Comunicarei isso na hora do jantar, como de costume. — Soltei o braço de Aidan e peguei a taça de champanhe que um garçom nos ofereceu.

          O líquido dourado não era o que eu queria naquele momento, mas de algum modo ele parecia me acalmar, mesmo que por um breve instante. Aidan se afastou, cumprimentando algumas pessoas, enquanto eu tentava encontrar alguma explicação para o que estava acontecendo. Quando finalmente vi meu pai e Ariel, pedi licença e me aproximei dos dois.

           — Onde estava? — Perguntei frustada. — O mínimo era ter chegado na hora.

           — Me atrasei, Eleanor, só isso. Quinze minutos não são o fim do mundo. — Respirei fundo, tentando manter a calma, e quando vi o olhar de Ariel, percebi que ela entendia mais do que eu queria admitir.