Aidan Gallagher

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Aidan Gallagher

              O som da maçaneta girando me tira do foco. Levanto os olhos do computador e, para minha irritação, vejo a porta se abrir sem um único aviso. Meu pai nunca bate antes de entrar.
          Ele caminha até minha mesa com aquele ar de autoridade que sempre carrega consigo. Seu terno está impecável, como se tivesse acabado de sair de uma reunião importante, e seu olhar calculista me analisa como se estivesse prestes a jogar uma bomba no meu colo.

          — E aí, Aidan, como está?

Minha sobrancelha arqueia automaticamente.

            — Você perguntando isso já é estranho, senhor Rob. O que foi?

Ele se senta na poltrona de frente para mim, cruzando uma perna sobre a outra com uma calma ensaiada. Há algo na sua postura que me faz desconfiar. Ele não costuma fazer perguntas por mera cortesia.

          — Nada demais — ele diz, a voz pausada, controlada. — Só vim te fazer uma pergunta.

Pior ainda.

           — Pois faça.

Ele apoia os cotovelos nos braços da cadeira e inclina o corpo levemente para frente, como um rei prestes a dar uma ordem.

              — Falta menos de um mês para o seu casamento, e até agora Eleanor não escolheu um vestido. Você também não escolheu um terno. — Fecho os olhos por um segundo, sentindo um leve peso na cabeça. Merda. — Roupas de casamento precisam ser feitas sob medida, Aidan. Além disso, percebi que você ainda não anunciou os padrinhos.

O silêncio se prolonga por um instante enquanto minha mente tenta reorganizar as informações.

         — Está tudo tão corrido que esqueci de mencionar — respondo, me recostando na cadeira. — Meus padrinhos serão Ana e tio Tom. Os dela, Nick e Ariel.

Meu pai assente devagar, tamborilando os dedos no braço da poltrona, os olhos me perfurando como se estivesse tentando enxergar algo além das minhas palavras.

            — E como sabe que Eleanor ainda não escolheu o vestido?

            — Perguntei a Ren se ele já tinha visto. Ele disse que ela não comprou nada. — Claro. Tinha que ser. Meu pai se levanta, ajeitando o paletó em um movimento brusco e meticuloso. Antes de sair, ele me encara com um olhar cheio de significado. — Se eu descobrir que esse casamento é falso, eu mesmo te denuncio ao consulado.

Minha mandíbula se contrai, mas mantenho o olhar firme.

           — Não é falso — digo, sem hesitação. — Eu garanto.

Ele não diz mais nada. Apenas analisa minha expressão por mais alguns segundos e sai do escritório sem olhar para trás. Assim que a porta se fecha, solto um suspiro pesado e passo as mãos pelo rosto. Isso está ficando mais complicado do que eu esperava.
            Levanto-me e caminho a passos largos até a sala do meu tio. Se há alguém que pode garantir que essa farsa não desmorone, é ele.

Alliances Onde histórias criam vida. Descubra agora