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Aidan narrando

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Aidan narrando

     Me olho no espelho me vendo com o terno preto de seda, agora é muito estranho o fato de que essas preparações são para o meu casamento, irei me casar por puro interesse. Uma troca de favores, os fins justificam os meios, mas não tem como esquecer do acordo que nos trouxe até aqui.

    — Qual é o problem, filho? Não está animado para seu casamento? — Olho para meu tio. — Quer conversar?

    — Quero sim, mas não agora, meu pai está na sala ao lado. — Afrouxo a gravata — O cônsul estará na cerimônia mesmo?

    — Sim, ele já confirmou com a Ana.

Me sento na poltrona ao lado do meu tio, passo as mãos em minha cabeça. Não há tanto problema em casar, mas por estar gostando cada vez mais da Sn o sentimento disso ser errado está aumentando em minha consciência, errado com ela e não com os Estados Unidos.

    — Porra, isso é tão errado.

    — É sim, mas Sn concordou em se...

    — Você não entende — Me levanto tirando meu blazer. — É complicado, a Sn é complicada e isso que torna errado com ela.

    — Como assim, Aidan? Vocês não estão se relacionando? — Se levanta ficando em minha frente — Imagino que vocês já devem ter se relacionado de um modo íntimo e até sexual, ela tá desistindo da ideia? É isso? Complicada como ?

    —  Eu e a Sn nunca nos beijamos novamente depois daquele jantar e nunca transamos, temos intimidade, mas ......

    — Mas, o que? — Respiro fundo olhando para ele — Qual é o problema com Sn?

    — Não posso te falar, só saiba que mesmo ela dizendo que vai se casar para me ajudar eu tô achando muito errado trocar alianças em frente ao altar.

Meu tio não responde mais nada porque entra na nossa sala o alfaiate junto com Nick e meu pai.

    — Coloque o blazer outra vez e arrume a gravata Aidan, quero ver se ficou bem em você esse terno. — Diz o alfaiate.

    — Que cara é essa Aidan?

    — Nada Nick.

Sn narrando

    Olho para ele parado em minha frente, não tenho a chance de inventar uma desculpa por meu pai entrar direto na casa. Fecho a porta e olho para ele que está com as mãos na cintura com um olhar impaciente.

    — Cadê a minha parte do dinheiro?

    — Que dinheiro? — Ele aponta para mim.

    — Os 300 mil, combinamos de dividir e eu sei que já está na sua conta, então me dá a minha parte. — Respiro fundo me sentando — Eu sou seu pai você é minha filha, entramos nesse acordo junto, não é?! Agora me dá o dinheiro.

Ele se senta ao meu lado e faz carinho em minha cabeça, deixa um beijo e me olha esperando uma resposta. Me levanto ficando de costas para ele, já passei traumas demais por conta dele e esse dinheiro apesar de não querer Ren não o merece, qual foi o esforço que ele fez durante esse tempo todo? Só gastou dinheiro em jogos, dinheiro que nem tem. Eu não mereço isso.

    — Senhor Tom me disse que o dinheiro é meu, não nosso. — Ele ri ironicamente. — Eu estou falando sério.

   — É, é claro que está, o dinheiro é seu, mas eu sou seu pai e já temos um combinado, irá deixar de ajudar seu pai aqui? — Olho para ele.

    — Ajudar?

    — Sim, fiz muito por você, seu dever como filha é sempre ajudar um pai endividado.

    — Te ajudei demais, sempre, minha vida toda foi baseada em te ajudar e para que? E filha? Acho que você me considera uma moeda, algo para vender por seu bem, nas inúmeras vezes que aconteceram foi somente por seu bem.

    — Meu bem? Olha pra você, é uma mulher forte por con.... — Em empurro ele com força o fazendo sentar novamente — Tá maluca?

    — Aquelas coisas não aconteceram para me tornar uma mulher forte, aconteceram porque você é um homem desprezível, um bêbado vagabundo que o único mérito na vida foi roubar a mulher do chefe, me vendeu de várias formas diferentes e agora vem aqui dizer que o dinheiro pelo acordo é seu também, vai a merda com as suas dúvidas Ren.....

Viro meu rosto sentindo um tapa.

    — Tá vendo, o tipo de coisa que você me faz fazer? E roubei a mulher do chefe? Por favor, sua mãe já era minha a muito tempo, realizei o sonho dela e do Tom em ter uma menina, você.

   — Cuidou tão bem de mim que ...

    — CALA A BOCAAA! — Ele ia se aproximar mais de mim, mas a campainha toca. — Deixa tocar, ainda temos muito o que conversar.

Meu pai tenta segurar em meu braço, mas corro para a porta abrindo e vendo Ari.

    —  Sn por que seu rosto tá .... — Ela olha para meu pai — Se não sair agora eu chamo a polícia.

   — Eu já tô indo embora — Antes de sair para em minha frente e aponta para mim — Essa conversa ainda não acabou, Sn.

Assim que ele sai respiro fundo abraçando Ari.

   — Ainda bem que você chegou.

    — Tá tudo bem, amiga. Agora vamos nos divertir, trouxe um presente pra você, vai fazer sucesso. — Dou risada.

(…)

    O Aidan me mandou mensagem me avisando que chegaria tarde, depois do trabalho ia sair com Nick. Já é madrugada quando acordo com um barulho vindo do banheiro. Me levanto e vou até lá, vejo Aidan escovando os dentes, ele me olha pelo reflexo do espelho, vou até ele o abraçando por trás.

    — Te acordei? — Nego com a cabeça, ele enxagua a boca e vira para mim fazendo carinho em meu rosto — Por que está vermelho aqui?

   — Eu... Eu devo ter batido na porta do armário. — Ele deixa um beijo em meu rosto — Ficou bonito o terno em você?

     — Modéstia a parte, você tem um noivo muito bonito. — Sorri.

    — Como você é convencido, Gallagher.

    — Verdadeiro, amor. — Dessa vez eu que sorrio. — Vamos dormir, já está tarde.

   — Faltam 5 dias, né?!

   — Faltam 5 dias!
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Continua....

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