31- Peter

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Cassie POV:

Acordo com preguiça, vejo que são 11:30 do dia 27.

Ontem foi incrível, eu e Matt nos beijamos pela primeira vez, e eu realmente gosto dele.

— Filha? — Minha mãe bate na porta, e entra no quarto. — Temos um probleminha...

— Ah não... A geladeira quebrou de novo? Eu disse pra você comprar outra. — Minha mãe abre a porta do quarto por completo, revelando um menino ali parado.

Peter.

— O que é isso? — Peter era um rolinho que tive em Chicago, foi com ele que perdi minha virgindade, mas o que caralhos ele está fazendo aqui em Boston?

— Vou deixar vocês conversarem...— Minha mãe sai do quarto, e o menino loiro de olhos verdes entra.

Ele mudou um pouco, está mais alto, e mais forte.

— O que está fazendo em Boston? — Não converso com ele desde que me mudei, não "terminamos" brigados, mas não somos amigos.

Meu pai... Ele me obrigou a vir morar com meu tio em Boston, desde que minha mãe nos abandonou, ele começou a me destratar muito, não sei se você lembra. — O pai de Peter é um terror realmente.

— Lembro...

— Mas meu tio é um bêbado, que me expulsou de casa porquê eu tenho 19 anos. — Ele fala triste. — Ele disse que se eu não ajudasse a pagar o aluguel do apartamento dele, ele me expulsaria, mas eu não tenho tempo pra trabalhar. Eu estudo das 7 da manhã, até as 15:00 da tarde, treino basquete das 16:00 até as 19:00, e como eu treino um pouco longe de casa, eu só chego as 20:00.

Uau... É uma rotina cansativa.

— E quando eu chego em casa, estudo muito, você sabe que eu quero me tornar pediatra. — Com o sonho de entrar pra área médica, Peter não tem tempo pra trabalhar.

— Que merda... Ele te expulsou hoje? — Ele nega com vergonha.

— Há dois meses, passei o primeiro mês intercalando na casa dos meus amigos. — Isso me preocupa. Mesmo que eu não tenha mais contato com ele, não significa que eu não tenha empatia.

— E o outro mês? — Pelo estado dele, não quero nem saber.

— Dormi uma semana escondido na escola, me descobriram, então estou a basicamente duas semanas na... Rua. — Isso é de quebrar o coração.

— Meu deus...— Me aproximo dele. — Como se alimenta? Ou qualquer tipo de higiene.

— Meu melhor amigo deixa eu tomar banho em sua casa, lavar minhas roupas, e comer o básico, mas os pais dele são lunáticos, e não me querem perto dele.

— Por quê? — Pergunto curiosa.

— Eles acham que eu sou má influência, por ter sido desertado pelo meu pai. Eles acham que eu fiz algo de errado que escondo deles, e que meu pai teve algum motivo pra me abandonar. Eles me odeiam. — Ele fala triste. — Não tenho lugar pra ficar.

Já entendi aonde essa conversa estava indo.

— Peter... Não sei se minha mãe vai deixar você ficar aqui. Eu posso... Posso ver com ela. — Ele respira aliviado.

— Obrigada Cassie, de verdade. — Ele me olha profundo.

— Quer algo pra comer? — Abro a porta do quarto, e desço as escadas ao seu lado.

— Claro.

— Pode pegar qualquer coisa, vou conversar com a minha mãe. — Dou de costas para ele.

die for you ~ matt sturnioloOnde histórias criam vida. Descubra agora