25- Panqueca

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No caminho para a casa de Matt, eu expliquei toda a história. Ele estava todo preocupado com a minha mãe, mas o garanti de que ela iria ficar bem. Nossos seguranças são uns amores, mas quando se trata de proteger, não existe melhor que eles.

Quando cheguei na casa dos meninos, os pais do Matt estavam nos esperando na sala juntos com seus irmãos. Me sinto mal, não quero ser um peso para os pais de Matt. Mary Lou e Jim são uns amores, só esbarrei com eles uma vez, mas posso dizer que são ótimas pessoas.

— Cassie! — Nick vem até mim e me abraça preocupado. — Me explica tudo.

— O seu rosto, você está bem? — Chris aparece do lado de Nick. — Ele ta igual quando vocês bateu no Matt, mas o seu ainda está pior.

— Abrem espaço pra ela meninos, deixa ela se sentar aqui no sofá. — Mary Lou fala sentada na poltrona.

Ando até os pais de Matt e me sento no sofá.

— Nos conte o que aconteceu querida, mas o mais importante, você está bem mesmo? Fisicamente e psicologicamente. — Jim coloca sua mão direita no meu ombro esquerdo.

— Bom, fisicamente sim, só o meu rosto arde um pouco... E psicologicamente... Quem está bem psicologicamente esses dias né? — Rio sem humor, mas ninguém acha graça. Porque não tem nenhuma graça. Eu não estou com o psicológico abalado só por hoje, é uma mistura de coisas.

Meu aniversário é em quatro dias, eu deveria estar feliz, mas em quatro dias vai fazer exatos dois anos que meu pai morreu.

Obviamente essa situação de hoje não ajudou muito, são sete horas da manhã do dia 22 de junho. Assim que saí da casa dos meninos às 2:30 da manhã, fui para casa e presenciei toda aquela cena.

— Vou pegar um gelo pra você colocar no seu rosto, deve melhorar. — Chris vai até a cozinha e volta com um pacote de ervilhas congeladas.

— Obrigada. Bom, assim que eu saí daqui, fui direto pra minha casa, e quando fui pra minha sala de estar, quatro homens mascarados estavam com armas apontadas para meu irmão e minha mãe, apontaram pra mim também algumas vezes. E isso... — Aponto para o meu rosto vermelho. — O tal de Philip bateu duas vezes no meu rosto, e apertou minha bochecha como se eu fosse um bebê.

Aperto o saco de ervilhas no meu rosto, e alivia um pouco a ardência.

— Meu deus Cassie... Mas e seu pai? Ele não estava em casa? — Mary Lou pergunta, e na mesma hora os meninos suspiram e cobrem seus rostos com as mãos. Não a culpo por perguntar isso, ela não sabe que me pai morreu. Mas não posso negar que essa pergunta me abala.

— Ah...— Gaguejo um pouco. — Ele morreu a quase dois anos. Vai fazer dois anos em 4 dias. No dia do meu aniversário. — Falo mais que o necessário quando fico nervosa. Acho que a deixei mais sem graça o possível. — Não se preocupe. Você não sabia, está tudo bem.

— Meu deus Cassie... Isso é muito pra lidar. Saiba que sempre vamos estar aqui pra você. O que precisar, de verdade. Fique aqui o tempo que quiser. Sinta-se em casa, porque você está. — Jim me abraça de lado, e eu o abraço de volta.

— Faço as palavras do Jim, as minhas. Sentimos muito por tudo querida. — Eles levantam do sofá. — Infelizmente nós precisamos ir trabalhar, mas qualquer coisa avisa.

O casal sai da casa para trabalhar, e deixa nós quatro sentados no sofá sem falar um pio.

— Bom... Que clima em. — Chris quebra o silêncio. — Cassie desculpa pela pergunta da nossa mãe.

— Sim, mesmo que o seu pai ainda estivesse... Vivo, foi uma pergunta insensível. — Nick fala envergonhado.

— Relaxa gente. De verdade, de tudo que aconteceu, isso não me abala. Ela não sabia, está tudo bem, mesmo! — Garanto a eles.

die for you ~ matt sturnioloOnde histórias criam vida. Descubra agora