Helena Miller, uma recém-formada em busca de oportunidades na sua área, decide viajar para Boston em busca do sucesso profissional.
Porém, ela acaba encontrando algo muito diferente do que imaginava.
Quando um homem misterioso a desafia com uma pro...
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"Não se preocupe, relaxe. É apenas uma entrevista de emprego. Tudo vai dar certo." Essas são as frases que repeti a cada 15 segundos. Tentei respirar fundo e olhei para o relógio, notando que já se passaram 23 minutos desde a última candidata ter entrado. Repreendi-me mentalmente para parar de bater o pé, pois pareceria que eu estava com tique nervoso. Minha atenção foi atraída por uma mulher alta que entrou na sala com um grande sorriso no rosto. A cena foi engraçada; quem a visse, pensaria que ela tinha acabado de ganhar na loteria. Voltei a olhar para as outras quatro candidatas e soltei um suspiro pesado.
Verifiquei novamente as roupas que vestia e concluí, pela terceira vez naquela manhã, que estava bem apresentada. Vestia uma blusa azul solta de seda que se encaixava perfeitamente com a saia escura e um par de saltos da mesma cor. Sim, estava bem vestida. Convenço-me disso.
— Senhorita Miller? - Uma voz feminina chamou meu nome - Por favor, me acompanhe - A assistente indicou a entrada da grande porta atrás de seu corpo.
Sobressaltei-me e levantei da cadeira com as mãos suadas. Peguei minha bolsa desajeitadamente e recebi um sorriso gentil da mulher que me guiou pelo corredor. Felizmente, ela ignorou minha falta de coordenação motora.
Passando pelo corredor que tinha um enorme carpete vermelho, chegamos ao elevador e subimos para o quinto andar. A música do elevador não me soou estranha; apostei que era uma sinfonia lenta e agradável de Bach em Si maior. Poderia ter sido relaxante, se não fosse pelo barulho das portas se abrindo, despertando-me do meu estado de transe. Outro corredor se abriu para nós duas.
O lugar era bem estruturado, não havia dúvida sobre isso. O dono da empresa não poupou despesas em seu empreendimento. As portas de vidro escuro impediam que eu enxergasse lá dentro, mantendo a privacidade de cada sala de trabalho. Era um enorme exagero se fosse analisado cuidadosamente.
— Boa sorte - A assistente desejou-me, parando em frente à única porta transparente daquele lugar.
A única coisa que pude fazer foi assentir em agradecimento. O nervosismo voltou. Havia um homem lá dentro e meus batimentos cardíacos aceleraram. Abri a porta e entrei na sala, sentindo hesitação. Todas as frases de incentivo que havia lido na internet na noite anterior ressurgiram em minha mente.
— Senhorita Miller? - Ouvi sua voz grave e rouca.
Deixei de olhar para meus pés e segui as regras das entrevistas de emprego. Primeiro, nunca abaixe a cabeça. Levantei meus olhos quase imediatamente ao me lembrar disso e vi um homem à minha frente. Sorri em resposta e dei um passo para trás, em defensiva. Notei seu cenho franzir levemente, mas ele sorriu discretamente em seguida.
— Sente-se, por favor - Ele disse, quebrando o breve silêncio - Sou Noah Jones, o proprietário...
— Da empresa de jornalismo e marketing Jones - Respondi rapidamente, querendo me matar em seguida.
