Capítulo 35

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Lavínia

Não entendi o que se passava, então entrei na sala e pude ver meu pai indo pra cima do Abner que estava com as mãos em sinal de rendição.

- O que tá acontecendo aqui.- perguntei. Os dois viraram pra mim, meu pai estava transtornado.

- Quantas vezes confiei em você, Lavínia ? - ele gritou vindo em minha direção.- O que você tá fazendo da tua vida.- meu pai me olhou com desdém, comecei a chorar e pude sentir o seu olhar de nojo em mim.. foi a pior coisa que me aconteceu. Senti ele puxar meus cabelos e me jogar contra o sofá.

- Se você encontrar nela de novo eu não vou entender legal.- Abner entrou na minha frente.

- se acalmem caralho, estamos só mesmo lado.- André disse, aí então notei que ele estava la. Eu chorava muito.

- eu não criei filha pra tá com vagabundo.- ele foi em direção ao Abner, corri e me pus na frente dos dois.

- papai, pelo amor de Deus, o que aconteceu ? - dizia ente soluços.- parem com isso.

- VOCÊ SABE QUEM ELE É, NÃO SABE LAVÍNIA? - ele gritou, eu apenas chorei.- EU NÃO TRABALHO O TANTO QUE TRABALHO PRA VOCÊ RESOLVER SE RELACIONAR COM UM BANDIDO MATADOR.- neguei com a cabeça ainda chorando.- OLHA PRA VOCÊ! TODA MARCADA COMO UMA VAGABUNDA. VOCÊ SE ENTREGOU PRA ELE, QUE SÓ VAI TE COMER ATÉ ENJOAR. SE EU BEM SOUBESSE NUNCA TERIA TE LEVADO LÁ.- Ele gritava. A essa altura a Catarina já estava na sala super assustada.

- Melhor você se acalmar.- Abner disse ainda estranhamente calmo.- Respeita ela. - meu pai riu sem humor.- nós já tínhamos nos conhecido antes de lá.- vi meu pai perder o fôlego.

- você mentiu pra mim? Não me falou.- ele riu sem humor.- SEMPRE SOUBE QUE VOCÊ NÃO MERECIA MINHA CONFIANÇA.

- Lavínia entra, deixa eu falar com teu pai de boa.- Abner disse, mas eu só chorava.

- VOCÊ SABE QUE ELE É CASADO, NAO SABE ? - meu pai gritou.- AMANTE DE BANDIDO. - não sei em que momento só certo meu pai pulou na minha direção e me deferiu um tapa forte no rosto seguido de vários tapas. Ele nunca havia me batido na minha vida inteira. Apenas me encolhi chorando ainda, até sentir o Abner arrancar meu pai de cima de mim jogando ele contra parede e acertando um soco no rosto do meu pai, o André segurou o Abner arrastando ele pra longe do meu pai.

Levantei correndo e parei na frente dos dois.

- parem pelo amor de Deus..

- NÃO TO ENTENDENDO PRA QUÊ TODO TEU SHOW SE QUEM DÁ TEUS LUXOS É ESSE MARGINAL AQUI.. SE TU É QUEM É HOJE É GRAÇAS A FACÇÃO QUE TE MANTÉM. - meu pai levantou ajeitando o paletó.

Fiquei olhando pros dois perplexa, não acredito nisso de jeito algum.

- Como é ? - perguntei ainda sem crer chorando.

- é Lavínia, teu pai ainda e criminalista sim, pra ser mais exato ele trabalha pra facção a vida toda.. se você tem toda a condição que tem é graça a nós.

Neguei com a cabeça.

- papai.. - olhei pra ele chorosa que apenas soltou uma respiração funda.-

- Esse cara mata pessoas, ele tortura, sequestra, participa de tráfico humano e órgão humano.- parecia que o mundo tava rodando na minha cabeça de tanta informação.

- Isso é verdade ? - é inaceitável que o cara que eu dormia nos braços até ainda a pouco me sentindo tão segura seja essa pessoa.

Ele ficou calado me encarando.

- Então você matou mesmo aquele cara ? - perguntei sentindo a lágrima escorrer por meu rosto que ainda ardia.

- eu tenho um império pra proteger.- ele só disse isso.

- Você pega mulher como eu e manda pra fora ? - ele soltou sua respiração pesada.

- eu não faço mais isso.- eu desabei mais ainda em choro, sentindo minha amiga me abraçar também chorando—

- arruma suas malas, você volta comigo.- meu pai disse. Neguei ainda chorando.

- ela não vai pra lugar algum.- Abner disse tomando a frente de nós dois.- ela fica aqui. Você sabe que acabou de violar uma das primeiras regras que foi falar tudo que disse pra ela. Não deveria ter envolvido ela nisso.

- não estamos falando de qualquer uma, Abner! Ela é minha filha, minha única filha mulher.. não vou deixar ela se perder com você.

- Eu garanto que comigo ela vai ter o melhor.. - interrompi ele

- Os dois... os três na verdade.- eles me olharam- saiam da minha casa.

- como é ? - levantei ainda chorando.

- saiam daqui... SAIAM.- gritei apontando pra porta.- dois mentirosos.. como você mentiu pra mim, perguntei se eu podia confiar em você - disse chorando olhando pro Abner, ele veio na minha direção tentando se aproximar.-

- eu tentei te falar.. Lavínia.. eu.. eu..- eu me distanciei ele- eu quero você, eu gosto de você, quero ficar com você.. conversa comigo. - ele suplicou.

- mentira.. SAIAM SAQUI.

- Amanhã venho para irmos embora pra casa.- meu pai disse suando.

- Lavínia.- interrompi ele

- vai embora, Abner.

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