16 | coração de ferro quebrado.

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(capítulo não revisado)

Abram seus melhores sorrisos, forcem seus olhos a enxergarem, seus ouvidos a ouvirem e seus corações a sentirem.

E apreciem.






































Horas atrás.

- Atira, Natália.

Ela atira.

Nem tudo nessa vida acontece por acaso. A maior parte do tempo, tudo que nos move é por escolhas nossas. Tudo é uma consequência das palavras que sussurram dos nossos lábios, das decisões terríveis que conseguimos tomar, geralmente movidas por amor.

O amor... Eu já falei tanto sobre o amor que sinto que nem todas as palavras do mundo são suficientes para descrever o que ele fez na minha vida. Houve mudança, houve tristeza, mas também houve alegria.

Houve alegria quando eu era uma criança e fui segurado no colo por meus pais. Quando brincava de se esconder dos meus irmãos pela casa, quando dei meu primeiro beijo, quando namorei pela primeira vez, quando me apaixonei pela primeira vez...

A alegria muda vidas e percepções.

Todos os momentos são lembrados não pelas imagens que ficam, mas pelas sensações que sentimos no momento.

Posso não me lembrar exatamente do meu primeiro beijo, mas lembro do frio na barriga que eu senti.

E quando eu olho pra ela, só consigo sentir que cada passo que eu dei na minha vida, eu estava caminhando pra ela. Em sua direção.

Mesmo que seu caminho seja arriscado demais para eu conseguir sobreviver a ele.

- Atira de novo.

Eu queria ter certeza de que ele não voltaria a respirar nunca mais.

Quando ela me olha, assim que ouve a minha voz, me surpreendo quando olho em seus olhos de botões.

Seus olhos estão gelados, vazios como seu peito. Sempre houve alegria quando ela matava pessoas, antigamente. Essas pessoas faziam parte do seu treinamento, e ela ficava feliz com isso. Agora, matar Maron, não é motivo de alegria para ela.

Ele causou dor a ela. E ela não queria ficar mais um segundo perto dele. Não queria brincar, nem torturar, queria apenas finalizar.

- Ele já está morto... Não vou atirar de novo. - Sua voz era um sussurro, quando seus olhos não se desgrudavam do cadáver morto no chão. A boca aberta, os olhos arregalados e paralisados em pânico, o peito que não subia e nem descia mais.

Invadir seu loft nunca foi algo difícil.

Ele estava morto. Sim, ele estava. Mas as lembranças dele sempre viveriam em nossas mentes. Nas minhas, por lembrar que ele era o irmão do meu melhor amigo. E nas lembranças da minha mulher, que o lembraria dele e das dores que ele lhe causou.

A verdade é que ele viveria para sempre, mesmo não respirando. Não precisa de um coração batendo para manter alguém vivo.

Às lembranças bastavam.

- Vamos embora, temos mais pessoas para matar. - Ela diz, ansiosa demais quando se virou para passar pela sala escura. Queria dar o fora dali.

- É, temos.

Eu engoli o seco. E eu sabia, que naquela noite, eu seria dado como órfão. Sem pai, e sem mãe. Não importava se eu queria aquilo ou não, ela mataria meu pai de qualquer jeito.

IRON HEART | 🔞Onde histórias criam vida. Descubra agora