22 | You Killed Me.

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Você me matou. Mas, essa sempre foi sua intenção, não foi?































































































— CAPÍTULO VINTE E DOIS —

CHRISTOPHER KARLOE.

No desespero, fazemos coisas inimagináveis. Vivemos pela angústia, pela dor, e somos capazes de fazer qualquer coisa para essa sensação parar.

Eu cometi loucuras. Eu abri mão da minha vida por ela. Eu abri mão da minha liberdade por ela. Eu abri mão de mim mesmo para ter ela comigo. Essa, sem dúvidas, é a maior loucura que eu já fiz na minha vida. Eu não me arrependo disso.

A única coisa que eu me arrependo é de ter mostrado o mundo para a Natália.

Eu a trouxe de volta, estava tudo perfeito como deveria ser. Mas, eu fui humano ao deixar ela ter contato com coisas imperfeitas outra vez. O mundo a tirou de mim pela segunda vez. Ele a destruiu, e ela era perfeita. A loucura a dominou outra vez e agora ela vive em desgraça.

Ela estava passando dos limites que o mundo impôs para ela. Ela estava, aos poucos, morrendo. E dessa vez, não seria por minha culpa.

— Então... O que você faz da vida, Angelina? – Rose pergunta, sorrindo enquanto mexe em sua sopa com sua colher.

Aquele foi o nome que Natália escolheu usar. O nome de sua melhor amiga, minha prima. Angelina.

Natália, ou melhor, Angelina estava na ponta da mesa, olhando para baixo o tempo todo, e apenas brincava com sua sopa. Ela se recusava olhar para mim, para Rose. Rose a chamou para entrar enquanto eu arrumava seu carro, supostamente quebrado na garagem. Rose disse que havia feito uma ótima sopa para o jantar essa noite, e que adoraria a companhia dela. Mesmo odiando sopa, Natália aceitou e eu sei bem os motivos disso.

Ela nunca fugia de nada. Natália era especial não só por não fugir de desafios. Mas também, por inventar diversos deles.

E agora, era a hora do jantar. Parecia a hora da confusão. E a sopa, estava mais para veneno.

— Eu só faço merda. — Murmurou Natália, baixinho, respondendo à pergunta de Rose, mas torcendo para ela não ouvir suas palavras.

Rose não ouviu, mas eu escutei muito bem. Eu encarei a Natália e seus cabelos escuros na minha frente, e me mantive calado. Qualquer palavra que eu soltasse podia começar uma guerra nessa mesa, e eu não queria confusão. Não sou um homem bom de briga, admito, prefiro resolver tudo em diálogos, e quando eles não bastarem mais, eu resolvo do meu jeito.

— Desculpa, o que disse? – Rose perguntou ao não ouvir suas palavras, franzindo sua testa na direção de Natália.

Minha mulher piscou seus olhos verdes e abriu a boca algumas vezes, buscando uma resposta apropriada. Ela chegou a me olhar por poucos segundos.

— Eu... Sou jornalista. – Ela resolveu usar uma resposta melhor dessa vez. Eu observei a interação das duas juntas e continuei calado.

— Isso parece ser interessante. – Rose disse, gentilmente. – Eu sou professora para crianças cegas, numa escolinha aqui perto. Meu trabalho é minha vida, eu amo aquelas crianças como se fossem minhas.

Sua voz era de extrema alegria ao dizer aquelas palavras. Seus olhos escuros até brilharam ao dizer isso, como se a bondade tivesse encarnado nela nesse instante. Ela era a típica mulher que todos queriam. Boazinha, de família, que ajudava os outros, gentil até demais e com um coração humilde.

IRON HEART | 🔞Onde histórias criam vida. Descubra agora