BÔNUS - O Passado De Natália.

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Quando segredos se tornam secretos, não há sábio que consiga descobrir suas raízes.



















































Anos atrás...

Os pés da pequena ruiva balançavam debaixo da mesa, ansiosos por algo que ela nem entendia que esperava. Suas sapatilhas vermelhas estavam polidas em seus pés, reluzindo com a luz que não recebia diretamente. Sua cor favorita sempre foi o vermelho, embora isso pareça óbvio.

Olhos verdes tão claros que hipnotizam qualquer fraco homem era o ponto alto de seu rosto. Poucas sardas nas bochechas rosadas, tranças longas que amarram seus fios vermelhos, que balançam quando ela corre pelos corredores da mansão.

Seus olhos olham ao redor do salão escuro, onde uma mesa quilométrica fica estendida, com tantas cadeiras que é impossível contar em duas mãos. Nunca entendeu o porquê de tantos lugares postos, já que ninguém faz questão de visitar sua família.

Certas perguntas não devem ser ditas em voz alta. Então, ela não perguntou o motivo de não ter avós, nem tios, nem primos, nem amigos. Mesmo que a curiosidade sempre aparecesse em sua porta.

— Como foi a aula, Natália? – A pergunta feita, com a voz levemente rouca, foi feito pelo homem que te deu a vida, seu pai, Ivan.

Sentado na outra ponta da mesa, ele olhava diretamente para sua filha mais nova. Olhos tão escuros e profundos que podiam perfurar um crânio.

A ruiva não hesitou em responder ao seu pai.

— Briguei com a professora outra vez. — Confessou ela brincando com a sopa em seu prato. Não olhou nos olhos de seu pai.

Não teve medo de dizer isso, afinal, seu pai não se importava com ela o bastante para se importar se ela arranja briga na escola ou não.

Os olhos dele se reviraram, soltando uma lufada de ar pela sua boca.

— Outra vez? Por qual motivo?

Ivan não ficou irritado, mas não ficou orgulhoso. Natália sempre foi difícil de se controlar. Se você disser que vermelho é a cor mais bonita que existe, mesmo sendo a cor favorita dela, ela vai discordar. Ela sempre precisa ser do contra.

Certas coisas são difíceis de cuidar e de controlar, e a ruiva é uma delas.

— Ela... — Ela engoliu a comida com pressa para falar. — A professora disse que meu desenho havia ficado feio, mas a única coisa feia era a cara de cavalo del...

Sua fala foi interrompida por seu pai, que levantou sua mão, dando um basta. O silêncio reinou.

— Eu já entendi, querida — Disse ele, firme ao colocar o guardanapo em seu colo.

Era mais do que esperado que a ruiva, que foi criada num lugar de hostilidade, fosse ser assim na vida acadêmica também. Carisma nunca combinou com Natália. Tinha sorte de ter nascido bonita, num berço de ouro, porque em outras famílias, seu comportamento nunca seria tolerado.

A ruiva, bufou de raiva por ser interrompida e não tomou sua sopa. Aquilo parecia nojento...

— E você, Felippo? – Seu pai perguntou, para o gêmeo de Natália.

IRON HEART | 🔞Onde histórias criam vida. Descubra agora