18 | The eyes, Chico, they never lie.

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Olhar para frente não significa esquecer do seu passado. Significa que você sobreviveu.
























































—— CAPÍTULO DEZOITO ——

Os olhos, Chico, eles nunca mentem.

Uma vez, escutei de uma menina na faculdade que não importava a tristeza que ela estivesse sentindo, ela sempre sorria. Não porque queria mostrar aos outros que estava bem, mas porque toda mentira que é repetida, começa a se tornar verdade.

Ela sorria falsamente até que seus sorrisos começaram a se tornar verdadeiros.

Ela fingia que estava bem até realmente estar.

Ela fingia viver até realmente se sentir viva.

Eu achei aquilo impressionante. Lembro que quando escutei aquela conversa dela com seus amigos, achei que havia descoberto a razão da felicidade. Naquela época, eu não era tão triste como sou hoje, pequenas coisas me agradavam. A simplicidade era tudo para mim.

Eu amava sorrir, rir, amar.

Mas tempo passou e meus sorrisos começaram a ser forçados.

Eu não amava mais sorrir, nem rir, nem amar.

Mas eu amava viver. Mesmo com tudo acontecendo ao mesmo tempo, o caos se instaurando, eu amava respirar, me mover, poder pelo menos forçar um sorriso para meu filho. Eu não queria perder isso.

Eu não queria deixá-los para trás. Estava cedo para isso.

– Cai cai, totó, cai, cai totó, aqui na minha mão... – Pippo cantava com sua voz infantil.

Ele balançava suas perninhas nuas distraidamente, sentado na privada enquanto tentava fazer cocô. Seus cachinhos haviam crescido, estavam dourados como nunca. Seus olhos estavam mais sábios, seus dedinhos estavam mais curiosos e sua mente trabalhava melhor agora.

Ele estava crescendo.

E eu estava assistindo isso como um pai emocionado.

Era a primeira vez dele usando um vaso sanitário. Quando as pessoas dizem que o tempo passava como um piscar de olhos, devemos acreditar. O tempo é nada mais do que um piscar de olhos.

O tempo é feito de momentos, e os momentos se tornam uma lembrança que devemos guardar para sempre.

– Está fazendo força, filho? – Eu pergunto, preocupado. Natália bufa, ao meu lado. Ela acredita que ele pode fazer tudo que quer se tiver vontade. E eu acredito que ele é só meu bebê.

– Ele sabe fazer cocô. – Ela rebateu.

Eu e Natália estávamos agachados em sua frente, torcendo para ele, como se isso fosse um jogo de futebol. Mas, para nós, era uma vitória e tanto. Ele estava vivo, saudável, alegre e prestes a deixar as fraldas. Isso era uma partida de futebol e tanta para nós dois.

Não podíamos estar mais orgulhosos.

– Ele nunca fez na privada antes. – Eu disse. Ela suspirou, mas sorriu para ele.

– Consegue contar os números pra mamãe?

– Um, dois, tlês, quatro, cinto... — Cada número que ele dizia, levantava um dedinho. De repente, ele parou de contar e seu rosto ficou vermelho. – Papai, o cocozinho não quer cair.

IRON HEART | 🔞Onde histórias criam vida. Descubra agora