Capítulo 13

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Não demorou muito tempo correndo até que eu avistasse a divisa, diminui a velocidade e soltei meu vestido enquanto caminhava na direção, não na que deveria ir, mas naquela que me levava à torre de transportes para Dalta, eu não podia me controlar, era atraída por aquilo.

 Conforme fui me aproximando ela ia crescendo cada vez mais, até tomar todo meu campo de visão, a menos de vinte metros dela notei cercas fechando todo o perímetro em volta e homens vestidos com armadura, semelhante a que eu usava nos treinos, com a frente de tecido no formato de uma flamula em preto e vermelho. Os guardas também usavam elmos, e no topo dois riscos, vermelho e preto tambémcaracterizavam, seus rostos estavam encobertos e eles não me transmitiam uma sensação agradável, muito menos depois que me aproximei mais e vi as duas espadas enormes que eles levavam na cintura, só de olhar para eles eu já me imaginava com algum corte pelo corpo, toca-la deveria ser letal.

 Engoli em seco. Caminhei contornando a cerca com a guarda de tocaia, do outro lado eu vi como tudo era feito, várias carroças de Nimalgia chegavam carregadas, alguns homens com a mesma vestimenta dos que estavam me vigiando tiravam o condutor sem muita gentiliza e assumiam o comando do transporte com mais três na vigia, enquanto o morador de Nimalgia ficava detido com um quarto soldado. A carga sumia para dentro de um dos contêineres, e saia de lá minutos depois vazia, onde a troca novamente era efetuada e uma nova entrega era feita.

 Fiquei supressa com tudo aquilo, a mais completa organização, não fazia ideia de quanto tempo fiquei parada ali com cara de boba olhando para cena, sabia que os soldados de Dalta haviam me notado e postavam agora quase toda atenção para mim, mas não liguei, estava perdida com os contêineres seguindo para o Reino vizinho sendo puxada por uma roldana, às vezes quando um vento mais forte vinha, o responsável pelo trajeto parava e só retomava depois que tudo se estabilizasse.

 -Então é assim que vocês roubam o que é nosso! – Sussurrei para mim mesma, incrédula o suficiente para não notar que havia referido agora Nimalgia como meu lar.

 No tempo que estava ali presenciei duas caixas sendo lotadas e seguindo para Dalta, não saberia dizer quanto tempo levava o transporte de cada uma, mas era bem mais demorado do que se pudéssemos atravessar todo o trajeto de carroça. Quanto mais perto ficava mais eu via com nitidez a mercadoria saindo da base atingindo a gravidadee sendo agora carregada pelas cordas, ainda perplexa minhas mãos seguraram a cerca a minha frente no exato instante que um berro veio atrás de mim. 

Voltei minha vista para frente e os dois soldados que estavam me vigiando agora tiravam as espadas da cintura e vinham na minha direção, elas reluziam com a luz do sol que incidiam nas lâminas, mas dessa vez não fiquei maravilhada, meu coração disparou, eu não poderia vencer dois caras armados estando sozinha e sem nada além de um vestido.

 Fui afastando para trás na medida em que eles vinham na minha direção e pulavam a cerca, eram sombrios assim como o reino deles.Novamente ouvi o berro, soando mais perto. Se eu me virasse na direção de quem eu achava que estava vindo seria o meu fim, olhei para os lados a única saída seria correr, e que eu tivesse sorte, pois com essa roupa eu certamente tropeçaria tornando muito fácil para eles.Eu estava prestes a fazer isso quando a espada chegou a centímetros do meu rosto 

-PARAAAA!!! –Dessa vez o grito do rapaz atrás de mim chamou a atenção dos soldados e eu aproveitei a chance para correr.

 Suspendi a saia do vestido pouco me importando com que estava revelando ali, me virei e disparei, assim como fazia nos treinos, só que dessa vez não era minha equipe que estava em risco, era a minha vida. Não tinha virado a cabeça para frente e dado mais do que uns seis passos ainda quando dei trombada com mãos fortes que me seguraram, tiraram do chão e em segundos me colocava para trás e empunhava uma espada, tudo aconteceu em uma piscada.

Reino AmaldiçoadoOnde histórias criam vida. Descubra agora