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Maraísa POV

Já se passaram longos seis meses que eu estou trabalhando a sensação que tenho é que já trabalho aqui há pelo menos dez anos, fiz alguns amigos na empresa Emilly se tornou muito próxima de mim e me ajudou muito me dando dicas de como lidar com a senhora estressadinha o que me livrou de muitos B.Os, e se tornou uma ótima companhia de copo, já em contra partida a Paola recepcionista da entrada principal não me suporta e eu mal troquei duas palavras com ela.

A senhora Mendonça por outro lado tem se tornado um assunto de muita curiosidade diante dos meus olhos, é uma mulher de boa aparência sempre muito bem vestida tudo sempre muito elegante, impecável eu diria, mas o que mais me chama atenção é a forma como ela me olha sempre tão intenso, como se pudesse vê a minha alma e todos os meus pecados cometidos, posso vê luxúria através de suas íris todas as vezes que seus olhos passeiam pelo meu corpo como se eu sempre estivesse completamente despida diante dela. Ela sempre está me observando, todos os meus passos e movimentos, em alguns momentos sinto ela me comendo com os olhos, sinto que ela não gosta de algumas pessoas próximas a mim principalmente Emilly sempre que ela nos vê juntas ela rapidamente me manda fazer algo e me dar um sermão logo em seguida.

Tenho que confessar ela realmente é uma mulher atraente, chama atenção e aguça desejos em muitos, é inevitável não notar como as pessoas se comportam em sua presença sempre querem chamar sua tenção alguns de forma bem discreta outros de uma forma que eu diria ser até vulgar. Homens e mulheres caídos aos seus pés deve ser por isso que ela se acha a dona do mundo, Mendonça não é uma mulher de escutar um "não" tem sempre tudo e todos a mercê de suas vontades, o que me faz lembrar a cada segundo do quanto eu amo meu amor próprio e minha dignidade.

Agradeço aos céus por hoje ser sábado e não ter que pisar naquela empresa, não me entenda mal eu gosto de exercer a minha função mas também confesso que é uma luta constante para não perder o resto de sanidade que me resta.

Nesse exato momento estou no estacionamento do supermercado com uma Maiara muito eufórica querendo tomar sorvete e comer chocolate.

— Tota eu mamãe... tota! — Ela diz tentando soltar a minha mão mas, sei que se eu soltar ela vou ter que correr uma maratona pra conseguir pegá-la sem contar que vou ter que pagar tudo o que ela quebrar já que a nanica não sabe conter suas mãozinhas curiosas.

— Não! Nós combinamos que você ia ficar perto de mim e não ia soltar a minha mão. — Seguro sua mão com um pouco mais de força.

— Aaah... Tota pu favo. — Ela diz ainda tentando soltar sua mão.

— Não, Maiara. Você não vai ficar andando solta.

— AAAH! — Ela grita.

— Oh! não grita. — Digo firme pra ela que começa a chorar e trava os pés no chão pra não andar, eu a pego no colo e sigo pra dentro do mercado com a mesma fazendo birra e chorando, sair com Maiara Carla era sempre um evento.

Passo pelas portas automáticas indo em direção aos carrinhos e pegando um grande, coloco a chorona no chão e dou início a uma negociação.

— Bebê, olha pra mim, se eu comprar seu chocolate pra você comer agora você fica quietinha do meu lado e me ajudando a fazer as comprinhas? — Pergunto limpando suas lágrimas e segurando seu rostinho vendo ela fazer um sinal de positivo com a cabeça mas ainda com a carinha emburrada.

— Telo fovete! — Ela diz com a voz chorosa.

— Vai querer primeiro o sorvete? Tem certeza? — Pergunto a ela

— Xim, pimelo fovete.

— Tudo bem princesa, então vamos lá comprar seu sorvete. — Digo pegando em sua mão e com a outra guiando o carrinho e ela até a sorveteria. Maiara se anima quando chagamos.

— Fovete...pu favo de coiate — Ela diz para atendente enquanto dava pulinhos.

Fico um pouco mais afastada vendo ela esperando animada pelo seu sorvete enquanto conversa animada com o outro atendente, Isabella e Rafael se tornaram amigos dela e fico muito feliz por vê ela interagindo com as pessoas e sendo um pouquinho independente mesmo isso me apavorando sei que dá mesma forma que existe pessoas boas também existe pessoas que poderiam fazer mal a um ser tão puro e inocente e isso me apavora não consigo confiar quase ninguém perto dela não me perdoaria se algo acontecesse ao meu anjinho. Vejo ela voltando dando pulinhos enquanto lambia seu sorvete melando sua boca toda.

— Tá gostoso meu amor? — Pergunto quando ela chega mais perto.

— Tá muito gotoso mamãe. — Ela diz me dando um sorriso maior que a boca, não consigo conter meu sorriso também, aceno para os atendentes e vou em direção aos corredores já me sentindo cansada pelas horas que vou passar percorrendo esses corredores e provavelmente com uma Maiara fazendo birra atrás de mim então vou fazer proveito dos poucos minutos que tenho enquanto ela devora seu sorvete.

Marília POV

Ando distraidamente pelos corredores enquanto resmungo por ter que vim aqui contra minha vontade, obrigada pela minha digníssima amiga inclusive estou cogitando a possibilidade de rever minhas amizades ou amizade já que não tenho muitas e nem faço questão de ter, Luíza simplesmente se instalou na minha casa durante esse final de semana e ao menos que eu bote fogo na casa ela não vai sair de lá e ainda me fez vim aqui comprar ingredientes porque ela quer dar uma de Master chefe e nem se quer se deu ao trabalho de vim comigo o que por um lado eu agradeço, uns minutos sem ela vai me fazer bem.

Paro em uma prateleira pegando dois extratos de tomates e colocando na minha cesta, quando volto minha atenção para frente vejo um vulto na minha direção sinto o impacto forte contra meu peito me desequilibro e não consigo evitar a colisão das minhas costas com o chão, solto um gemido de dor e sinto algo gelado nos meus peitos e barriga olho para a moça encima de mim meu sangue ferve e estou pronta para proferir todos os palavrões conhecidos por mim mas, paro bruscamente quando olho seu rosto ela é a cópia da...

— MAIARA! — Escuto a voz da minha secretária, olho por cima do ombro de sua cópia e vejo ela vindo correndo.

— Aí! mamãe! — Olho pra moça encima de mim assustada ela faz uma cara de choro e acabou de chamar o que eu achava ser sua irmã de mamãe? Meu Deus acho que a pancada foi mais forte do que eu imaginava.

— Tá tudo bem meu amor, vem cá. — Ela ajuda a levantar a mulher de cima de mim. Ainda no chão olho para o estado deplorável da minha roupa esta toda suja de sorvete misturado com o que um dia foi uma casquinha.

— Mas que ótimo, esse dia só melhora. — Resmungo enquanto me levanto e tento prestar atenção nas cópias a minha frente.

— Eu já disse pra você não sair correndo desse jeito, e se você tivesse se machucado. — Uma Maraísa brava falava pra moça a sua frente enquanto ela chorava em silêncio e aquela cena só me faz ter mais questionamentos do que respostas.

— Di-cupa... — Ela diz entre soluços, balanço minha cabeça e solto um suspiro alto já aceitando que não vou conseguir respostas só observando aquela cena, Maraísa se volta pra mim quando seus olhos encontram os meus ela simplesmente congela sua boca se abre e se move tentando dizer algo mas nem um som e emitido.

Minha Salvação | MalilaOnde histórias criam vida. Descubra agora