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Pov Maraísa

Marília estaciona o carro na frente da minha residência e um misto de euforia e tristeza tomam conta de mim. Me sinto feliz por está em casa, por saber que somente a distância de uma porta me separa da minha menina, mas também me sinto estranhamente triste por me separar de Marília, esses dias ao seu lado por mais que fossem poucos me fez acostumar com a sua presença, sua implicância, seu mal humor diário até mesmo dos seus ataques de possessividade e principalmente dos seus toques.

Balanço minha cabeça tentando afastar esses pensamentos, prometi a mim mesma que ia manter distância e não posso me trair embora tenha deixado que ela me beijasse no carro, mas isso não vai mais voltar a acontecer. Não posso me aproximar mais que isso de uma pessoa tão instável no requisito sentimentos. Não posso trazê-la pra minha vida e correr o risco de a transformar em uma bagunça na qual não vou poder organizar depois.

Ouço Marília limpar a garganta chamando minha atenção e me tirando dos meus devaneios.

— Está entregue. — Diz me dando um sorriso.

— Muito obrigada pela carona. — Retribuo o sorriso.

— Disponha, pequena. — Sinto minhas bochechas queimarem. Droga! Tenho que controlar essas reações que meu corpo tem por ela. — Vamos, vou ajudá-la com as malas.

Saímos do carro e pegamos as malas, Marília fez questão de pegar a maior alegando que eu deveria carregar uma do meu tamanho, duvidando da minha capacidade e força. Preconceituosa.

Paramos em frente a porta pego a chave em minha bolsa e a encaixo logo destrancando a mesma, a sala estava vazia a casa silenciosa o que me causa estranheza já que era começo de tarde e a babá deveria está em casa com Maiara pois sabia que eu já estava chegando.

— MAIARA!... JÚLIA! — Grito na esperança de que elas estejam em algum outro cômodo, mas o silêncio foi minha resposta.

— Estamos a sós? — Marília pergunta enquanto anda pela sala olhando cada canto do cômodo parando em algumas fotos na parede.

— Pelo que tudo indica, sim. Respondo a observando.

— Belas fotos. — Diz ao pegar um porta retrato nas mãos.

— Obrigada! Maiara gosta de fotos, sempre que tiramos alguma ela fica eufórica e só sossega quando vê o porta retrato em algum cômodo da casa. As vezes tenho que engambelar ela caso contrário nossa casa teria porta retrato pendurado até no teto. — Dou uma risadinha ao lembrar dela fazendo biquinho para conseguir os porta retrato.

— Ela gosta de registrar as memórias.

— Verdade.

Ela coloca o objetivo no móvel e vem até mim.

— Não acha melhor ligar pra babá pra saber onde elas estão?

— Por que ? — Arquei uma sobrancelha em dúvida.

— Para saber se elas estão bem. — Diz como se fosse óbvio.

— Elas estão bem. — Asseguro.

— Como sabe? — Ela cruza seus braços embaixo dos seios.

— Porque ela está com Júlia, confio nela.

— Hum! E essa Júlia é uma senhora de idade ?

— Não, ela tem a minha idade.

— Sei! — Diz com desconfiança.

— Por que o interesse senhora Mendonça? — Deixo um sorriso sínico nascer em meus lábios.

Minha Salvação | MalilaOnde histórias criam vida. Descubra agora