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Marília POV

Estava em meu escritório compenetrada em uma papelada sobre a minha mesa. O som da chuva batendo quando as vidraças preenchia o ambiente. A baixa melodia contribuía para uma atmosfera calma na qual me permita uma concentração total.

Assino calmamente uns documentos quando a porta se abriu abruptamente e logo foi fechada violentamente me fazendo pular da cadeira fazendo meu coração disparar pelo susto. Observo a morena vindo em minha direção em passos largos e furiosos. Suas mãos colidem com força sobre minha mesa enquanto seu corpo se inclina para frente chegando próximo ao meu rosto.

- Está de brincadeira comigo? Você a demitiu? - Seu peito subia e descia violentamente por conta de sua respiração descompassada. - Me responde, droga! - Falou em um tom visivelmente alterado.

- Acho que não diz respeito a você, além de mim mesma, as minhas opiniões e decisões dentro dessa empresa. - Digo calmamente voltando minha atenção para os documentos a minha frente.

- Você não podia ter feito isso! - Concerto minha postura e deixo minhas costas repousarem no couro macio da minha cadeira. Encaro minha secretária que permanece na mesma posição.

- Não só posso, como fiz. - Minha voz calma e controlada parece a irritar mais.

- Você é tão baixa! Como pode fazer isso? E tudo por conta de uma droga de um beijo? - Sinto a fúria emanando de seu corpo e sendo verbalizada pelas suas palavras.

- Não lhe devo satisfação, mas já que insiste em saber. Eu não a demiti por isso. Bom! não apenas por isso. - Deixo um sorriso escapar. - A senhorita Emilly usou de recursos baixos e caluniosos para injuriar a minha imagem dentro e fora dessa empresa. Nada mas justo do que uma demissão por justa causa. - Ela muda sua expressão demostrando confusão.

- Mas do que é que você está falando? Emilly nunca levantou calúnia contra você, ela pode ter sido anti ética ao comentar sobre o que via e ouvia - Faz uma expressão de nojo - Mas ela não mentiu. - A ponta do seu dedo indicador bate na mesa a cada palavra que sai de sua boca.

- Eu tenho plena consciência dos meus atos, mas eu nunca desrespeitei nenhum funcionário meu. - Digo com convicção. - Todas as pessoas que se envolveram comigo, fizeram isso por livre e espontânea vontade e tenho toda certeza que nunca fiz o meu escritório de motel.

- O que você faz da sua vida não interessa. Você foi baixa, usou de sua posição para tratar de assuntos pessoais.

- Volto a repetir que as ações da mesma dentro dessa empresa foi o estopim para a sua demissão.

- Uma megera, como sempre. - Diz com frieza.

Me levanto calmamente tentado não perder a cabeça e tomar decisões que possa me arrepender futuramente

- Fora daqui temos nossos assuntos em comum. Mas quando passar por aquela porta, eu sou sua chefe. O que tiver que resolver comigo resolva lá fora, não vou permitir que me desrespeite dentro da minha empresa. - Aproximo meu rosto do seu a ponto de sentir sua respiração.

- Não exija respeito, Mendonça. Você mesma já provou que não se respeita. - Me olha de cima a baixo me repudiando.

- Não posso forçar ninguém a me respeitar, mas eu me recuso a ser desrespeitada. - Indago.

Maraísa me encara por alguns segundos movimentando sua cabeça de uma lado para o outro em um sinal de negação.

- Agora eu entendo porque todos se afastam de você. - Sinto o peso de suas palavras me atingir violentamente, mas não deixo isso transparecer. - Eu tenho pena de você, Marília. - Serro meus punhos tentando controla minha súbita irritação.

Minha Salvação | MalilaOnde histórias criam vida. Descubra agora