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Marília POV

Alguns meses se passaram e muita coisa mudou, aos poucos consegui convencer Maraisa a me deixar fazer parte da vida de Maiara. Comecei a visitá-la com mais frequência e com o passar dos dias acabamos fazendo um acordo onde durante a semana Maiara ficaria com Maraisa e no final de sema comigo, também consegui uma vaga em uma instituição de ensino para pessoas com infantilismo e depois de conversar com sua mãe eu a matriculei. Nos primeiros dias Maiara deu muito trabalho, não queria ficar na escola, chorava o tempo todo, não queria saber dos colegas de classe e ninguém conseguia a acalmar.

Aos poucos ela foi se adaptando e ao vê que no final do dia eu ou sua mãe sempre a iríamos buscá-la ela finalmente aceitou ficar. Hoje ela ama falar da escola e das tarefas, mesmo que você não queira ouvir ela vai estar empenhada em te contar mesmo assim. Infelizmente já fomos chamadas algumas vezes por ela ter empurrado o colega ou puxado o cabelo até mesmo morder, reprender e colocar de castigo e a parte mais difícil, mas é para o bem dela.

Tentei resolver minha pendência com Maraísa, fui cautelosa, abaixei a guarda, escalei barreiras que ergui, deixei o orgulho no bolso tudo para tentar concertar as coisas entre nós, mas há alguns dias descobri acidentalmente por Maiara que ela estava muito próximo de alguém. Investiguei mais a fundo e descobri que a minha Maraisa estava namorando Emilly.

A dor que senti ao confimar essa notícia me fez vê o quão idiota eu sou. Deixei ela escapar pelos meus dedos e agora tenho que vê o amor da minha vida amando outra. Isso está me destruindo. Se eu podesse voltar e mudar meus erros do passado. Se eu podesse evitar de fazê-la chorar. Eu ainda não consegui esquecer tudo isso.

Ainda não me perdoei por partir o coração dela. Eu deveria ter sido mais cuidadosa, mas toda esse arrependimento agora é em vão. Sei que precisamos ter muito cuidado ao lidar com nossos sentimentos e dos outros, e bom, eu não tive a menor cautela ao lidar com o que sinto por ela, muito menos consegui compreender verdadeiramente o que ela sentia por mim.

Eu queria ter dito o quanto a amava, mas mais do que dizer, eu queria ter tido coragem para demostrar. Talvez eu tenha feito tudo do jeito errado e é por isso que eu não consigo superar.

Eu faria de tudo pra ela ficar, mas eu não fiz. Eu faria de tudo por nós, mas isso são só palavras, porque quando eu pude agir, fui covarde e a deixei infeliz. Eu fuji. Eu faria de tudo para mudar o passado, mas infelizmente não posso e agora devo lidar com o presente.

Talvez eu realmente devesse deixá-la seguir, ser feliz mesmo que sem mim. Talvez eu deva aceitar que nasci para ser sozinha, talvez essa realmente seja minha sina. A solidão.

Sinto duas mãozinhas gélidas segurar meu rosto e o levantar me fazendo encara-lá.

— Eu poxo ir titia? — Maiara pergunta me tirando de meus devaneios.

— Pra onde? — Balanço minha cabeça voltando pra realidade.

— A Bibi me xamo pá mimi na caxa dela, dexa eu ir? — Seus olhinhos pidões fazem um ótimo esforço para me convencer.

— Não, voce não pode. — Vejo sua feição mudar instantaneamente. — Você ainda não consegue contar com clareza o que acontece ao seu redor, não sinto que é seguro deixar você dormir longe de mim ou da sua mãe. — Passo a mão em suas costas já vendo as lágrimas se formarem em seus olhos.

— Max eu telo ir. — Diz chorosa.

— Eu sei, meu amor. Você precisa entender que tem tempo pra tudo e agora na é o momento de você está dormindo na casa de coleguinhas. Se você quiser eu falo com a mãe da Bibi e você pode passar o dia com ela mas dormir fora de casa você ainda não pode. Tá bom?

Minha Salvação | MalilaOnde histórias criam vida. Descubra agora