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Marília POV

Dirigia calmamente pelas ruas da cidade, uma leve garoa deixava o clima fresco e agradável, sinto uma paz interior e leveza que a muito não sentia.Tudo está certo, no seu devido lugar, cumprindo o seu destino. E eu me sinto completamente feliz.

É tão estranho a maneira como eu amo Maraisa! Nunca me imaginei que amaria alguém novamente dessa forma. É algo que não dá para explicar, você começa a enxergar tudo de uma maneira diferente, parece que tudo gira ao redor desse amor, às vezes um casal se beijando ali, ou então aquela música da rádio. Já sofri de amor e não desejo isso a ninguém, porque não é uma dor que passa com um remédio de farmácia, é uma dor da alma, só o tempo pode curar.

Olho para o banco do carona onde Maraísa se encontrava, seus olhos estavam focados na estrada, seus braços cruzados abaixo dos seios e um bico enorme nos lábios.

— Bicudinha? — A chamo voltando minha atenção para a estrada.

Olho pela visão periférica e levo meu dedo até seu braço a cutucando.

— Você vai mesmo ficar emburrada só por causa disso? — Maraísa nada responde.

— Ei... Ei? — Cutuco seu braço novamente. — Pequena? — Começo a cutucar seu braço sem parar, até que ela me difere um tapa em minha mão. — Aí! Pra que essa violência?

— Hiolanda é sua afilhada! — Fala indignada.

— E isso te incomoda? — Arqueio o canto da minha boca em um leve sorriso.

— Eu achava que era ela era sua... Sua... Achava que vocês estavam... É... — Seu rosto fica vermelho e ela não consegue formular uma frase.

— Que éramos o que? — Me faço de desentendida.

— Sei lá, que namoravam. Você não é de toque físico com qualquer um, ou de demostrar afeto e vê vocês tão grudadas me fez pensar que estavam se relacionando. — Ela brincava com seus dedos e mantia sua cabeça baixa.

— Gosto de saber que sentiu ciúmes. — Dou uma risadinha.

— Ah! Eu não senti ciúmes. — Se defende já ficando emburrada novamente.

— Você fica linda toda emburrada e com ciúmes. — Empurro ela de vagar e sou atacada por tapas em meu ombro.

— Ai, Para! Eu tô dirigindo. — Não resisto e começo a rir enquanto estaciono o carro.

— Não acredito que me deixou acreditar que ela era sua namorada.

— Eu não fiz nada, você tirou suas próprias conclusões precipitadas.

— Poderia ter me falado sobre ela antes.

— Não seria da sua conta se eu estivesse namorando ela ou não.

Sem perceber acabou soando mais rude do que deveria.

— Nossa! — Sussurrou. — Ah... Tem razão, me desculpe. — Diz sem jeito.

Maraísa retira o cinto de segurança e faz menção para descer do carro. Seguro gentilmente em seu braço a impedindo de sair.

— Espera! Me desculpa, eu não quis falar desse jeito com você.

— Tudo bem, você está certa. Eu não deveria está te cobrando nada.

— Não, eu não estou certa. Estamos nos entendendo novamente, eu que peço desculpas por ser tão grossa, mesmo sem perceber. — Retiro meu cinto e puxo ela pra mim. — Senta aqui. — Bato em minhas pernas indicando o local.

Minha Salvação | MalilaOnde histórias criam vida. Descubra agora