Minha Salvação | Malila

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Marília POV

15 dias depois...

Hoje foi o dia que finalmente recebi alta do hospital. Após acordar do coma, precisei realizar vários exames de rotina para garantir que tudo estava bem. Depois de dias sem poder fazer absolutamente nada, chegou a hora de voltar para casa. Ainda levará um tempo para que eu esteja cem porcento recuperada. A bala perfurou alguns órgãos fazendo com que atrapalhasse meu processo de digestão me obrigando a seguir uma dieta. Porém me sinto grata por estar viva e tendo mais uma chance de viver novamente, de fazer tudo diferente, aproveitar mais meus dias e me permitir ser feliz outra vez.

Maraísa organizava minha mala para podermos sair do hospital e poder comer algo decente, depois de semanas comendo comida de hospital e seguindo uma dieta a risca eu merece esse luxo.

Estou sentada na poltrona do quarto observando Maraísa. Maiara está deitada na cama brincando com o controle que ajusta a posição da cama. Fico observando o quanto ela está feliz, suas minis risadas ecoam pelo quarto. Depois que a conheci, minha vida mudou. Tudo ficou mais alegre os meu dias infelizes se tornaram alegres, graças a ela, minha filha. Hoje sem ela nada tem sentido. Sinto meus olhos arderem me obrigando a piscar freneticamente evitando que lágrimas se formassem.Tive medo de nunca mais poder vê-la, sentir seu cheirinho, sem suas cantorias, suas birras. Não me imagino mais sem ela na minha vida. Meu pequeno tumulto.

— Já podemos ir? — Pergunto batendo meu pé no chão impaciente.

— Já estou finalizando, senhora apressada. — Maraísa diz dobrando uma blusa e me mandando um beijo.

— Eu quero ir embora! — Digo cruzando meus braços e bufando.

— Okay, okay! Já terminei. Vamos descer e ir pra casa. — Ela diz indo até a cama onde Maiara estava. — Não pode fazer isso com a cama filha. — Pega o controle de suas mãos, fazendo um bico se formar nos lábios da ruiva.

Maraísa ajuda ela a se sentar e coloca seus tênis enquanto ela resmunga querendo continuar brincando na cama.

— Vem filha, temos que ir pra casa. — Maiara passa por ela correndo em direção a porta. — Mas é pra esperar! — Grita fazendo a ruiva frear antes de atravessar a porta.

— Vamos? — Pergunto vendo ela pegar as malas.

— Vamos!

— Deixa que eu levo essa. — Tento pegar a mala da sua mão, mas recebo um tapa estalado.

— Você não vai pegar peso. — Ela diz séria.

— O que? Eu estou bem Isa, já recebi alta. — Acaricio minha mão tentado amenizar a ardência no local devido ao tapa.

— Mas isso não significa que você pode sair por aí dando cambalhotas para trás.

— Eu não ia dar cambalhotas, sabe que minha coluna não aguenta. Um tiro eu até aguento, mas minha coluna não. — Digo passando a mão na lombar.

— Ha, ha! Muito engraçado. Pode abaixar esse fogo, eu levo as malas e você segura na mão da Maiara.

— Tá bom! — Digo me dando por vencida.

— Ótimo! — Ela se dirige à porta.

— Sua mandona. — Murmuro pegando na mão de Maiara.

— O que disse? — Pergunta, virando-se lentamente.

— Tô animada pra ir pra casa, querida. — Respondo rápido.

— Ahh! — Diz estreitando os olhos.