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Maraísa POV

— Não acredito que você estava com a mão na minha perna. — Digo pra loira petulante que descia as escadas do jatinho logo atrás de mim.

— E eu não acredito que você babou em mim. — Diz passando um lencinho no ombro.

— Eu não pedi pra você me deitar no seu ombro. — Paro e cruzando os braços.

— Ah, me desculpe por tentar ser gentil. — Ela diz passando por mim e esbarrando em mim de propósito.

— Ah! sua diaba. — Esbravejo indo atrás dela.

  Entro no carro a senhora petulante já estava lá com um bico do tamanho do mundo. É impressionante eu acordo com ela dormindo do meu lado com a mão na minha coxa, fico com raiva dela e agora ela está com raiva de mim porque eu estou com raiva dela, isso não tem cabimento.
 
— Boa noite senhorita. — O motorista me saudou gentil.

— Boa noite senhor. — Digo sorrindo.

— Pode me chamar de Wendel. Diz olhando pelo retrovisor.

— Wendel, que nome diferente. O chamarei assim se me chamar apenas de Maraísa. — Digo enquanto coloco o cinto.

— Tudo bem então, Maraísa. — Vejo seu sorriso pelo retrovisor.

— Já acabaram com o namorinho? — Olho para o meu lado e encaro aqueles olhos repleto de raiva.

— Desculpe senhora, apenas... — Ela o interrompe rudemente.

— Você é pago para dirigir e não para flertar com minha secretária então sugiro que mantenha seus olhos e sua atenção na estrada ou o único respeito que você vai receber é o que se deve aos desempregados. — Diz num tom firme.

— Desculpe senhora, não vai se repetir- Ele diz abaixando a cabeça.

— Ele só foi educado não precisa falar desse jeito. — Vejo seu rosto virar lentamente em minha direção, seus olhos estão em uma tonalidade mais escura seu maxilar trava deixando evidente sua subita raiva, engulo em seco me arrependo amargamente de ter aberto a boca.

— Siga para o hotel. — Ordena entre dentes sem desviar o olhar do meu e logo volta sua atenção para o celular.

  Depois de quarenta minutos chegamos ao hotel no qual iríamos nos hospedar não é de se espantar que seria um dos mais caros de Londres. Mendonça tem dinheiro e deixa isso bem evidente é nítido seu prazer em ostentar. O carro para na entrada do hotel e um moço uniformizados abre a porta e me estende a mão na qual pego gentilmente e saio do carro, faço menção em da o primeiro passo mas sou impedida por uma mão que segura meu braço virando-me com força me fazendo assustar e colidir com o olhar raivoso da minha chefe.

— Nunca mais me desrespeite na frente dos meus subordinados. — Ela diz apertando meu braço e puxando pra mais perto dela.

— Senhora Mendonça, tá me machucando. — Digo colocando minha mão encima da dela na tentativa de fasta-la.

— Você não foi contratada para flertar e muito menos para me questionar, eu exijo respeito. — Ela diz quase dentro da minha boca.

— Por favor, me solta. — Olho para os lados e ela parece se dar conta de onde estamos e solta meu braço. Coloco minha mão onde a sua estava e acaricio minha pele na tentativa de amenizar a ardência que ali ficou. Ela vai em passos largos para dentro do hotel me deixando pra trás completamente extasiada.
  
  Volto para a realidade sentindo o vento gelado bater contra minha face como lâminas afiadas me causando uma ardência, me viro indo em direção a entrada em passos lentos avisto Mendonça já terminando de fazer o check in e se dirigindo ao elevador apenas a sigo sem proferir nenhuma palavra e logo adentramos o elevador, o funcionário após perguntar o andar aperta o botão da cobertura. Quando o elevador abre suas portas minha chefe sai como um bala deixando pra trás o rastro do seu perfume, ela não me dá informação de nada então a sigo novamente entrando no quarto.
  Tenho que confessar a beleza desse quarto era surreal luxo era pouco para descrever.

— A senhora reservou um quarto para mim ? — Pergunto ainda receosa devido a tudo que aconteceu.

— Está nele senhorita Pereira. — Ela diz tirando suas luvas e logo em seguida o sobretudo.

— Mas eu pensei que iríamos ficar em quartos separados.

— E por que achou isso? — Ela diz sentando na beirada da cama.

— Privacidade. — Rebato instantaneamente.

— A cobertura e bastante espaçosa, creio que pode comportar duas pessoas sem que a privacidade seja invadida. — Ela diz dando de ombros.

— Eu realmente gostaria de ficar em outro quarto. — Ela solta uma bufada.

— Preciso de você aqui, vamos resolver algumas coisas antes do jantar e antes do evento então você precisa estar por perto.

— O quarto do lado me parece ser perto o bastante. — Digo insistindo.

— Não. — Diz seca e sem deixar espaços para argumentação. Sinto uma raiva tomar conta de mim vou em direção ao banheiro e bato a porta com toda força que posso e tranco em seguida, deixo meu corpo escorregar até sentir o chão me amparar, encosto minha cabeça na parede e deixo as lágrimas rolarem em um choro silencioso. Trabalhar pra Marília era dar de cara todos os dias com o estresse e confesso que em pouco tempo de trabalho já sinto que estou chegando no meu limite. Depois de alguns minutos ali deixando que meu olhos derramarem tudo que eu não podia verbalizar me levanto passando a mão em meu rosto e me olhando no imenso espelho, os vestígios do cansaço e do choro são evidentes.

  Retiro minhas roupas e faço um coque de qualquer jeito para logo em seguida entrar embaixo do chuveiro deixando a água morna relaxer meus músculos, fecho meus olhos e me perco naquela sensação por longos minutos até ouvir batidas estridentes na porta me puxando de volta para a realidade.

— Maraísa eu preciso usar o banheiro. — Ouço sua voz do doutro lado da porta, eu nada respondo apensas tomo meu banho coloco um roupão e saio do banheiro sem olhar pra ela, passo direto e vejo que minhas malas já estão no quarto vou até as mesmas me agachando pra abrir-la e escuto a porta do banheiro ser fechada.

Procuro por um dos meus pijamas mas não os encontro, depois de revirar a mala toda encontro uma camisola preta de cetim com alguns detalhes em renda e uma abertura lateral.

— Lauana, filha da puta. Eu te mato. — Falo em um sussurro.

Passo meu hidratante corporal por todo meu corpo sentindo o aroma maravilhoso, coloco minha calcinha e visto minha camisola que está mais curta do que eu me lembrava, fecho minha mala pego um travesseiro e um lençol indo até o sofá que tinha ali e me aconchego nele para dormir, não quero ter que encarar minha chefe, não quero que ela me veja só de camisola e muito menos quero dormir na mesma cama que ela. Depois de alguns minutos olhando para teto sinto finalmente meus olhos pesarem e me entrego ao sono deixando meu corpo finalmente descansar.

Minha Salvação | MalilaOnde histórias criam vida. Descubra agora