Assim que o elevador se abriu caminhei em passos largos para o apartamento da minha namorada. A alça da minha bolsa que repousava em meu ombro, insistia em escorregar pelo liso tecido da minha blusa, me causando uma certa irritação. Em uma das minhas mãos estavam outra bolsa e embaixo do meu braço o ursinho da minha filha, que a essa altura estava mais preocupada em correr em círculo ao meu redor, ao invés de carregar suas próprias coisas.
Ao chegar de frente para a porta, meu celular começa a vibrar no meu bolso pela milésima vez, e nem preciso ver no visor para saber quem é. Ignorando o aparelho que vibrava enlouquecidamente eu tento achar a chave em minha bolsa, tarefa que se tornou quase impossível devido as tralhas que carregava e minha filha eufórica do meu lado, conseguia escutar sua voz ao fundo mas não conseguia compreender o que a mesma me dizia.
Com muito sacrifício e já perdendo a paciência achei a chave perdida dentro do buraco negro que eu chamo de bolsa. Esse trabalho poderia ter sido evitado se o anjo da minha filha não tivesse queimado a fechadura eletrônica. Seus dedinhos nervosos digitavam números aleatórios enquanto em uma brincadeira ela fingia que era um celular que estava preso na porta. E mesmo a tecnologia mais avançada não foi pário para a minha bebê.
Ao destrancar e abrir a porta, o mini furacão ruivo passou por mim correndo e gritando pela sua mãe, que estava sentada no sofá com o celular no ouvido sanando qualquer dúvida que havia em ser ela que estava me ligando.
— Mamãe! — A menor se jogou nos braços da mais velha a abraçando apertado, em uma tentativa de matar toda a saudade de uma noite de distância.
— Minha menina, que saudade! — Marília a apertou em seus braços como se tivesse medo dela sumir.
Ela fazia carinho em seus cabelos e a outra mão passava em suas costas. Marília a afastou segurando em seus ombros a obrigando a olha-la.
— Eu preciso olhar você. — Ela olha preocupada para maiara que faz uma expressão de quem não está entendendo nada. Em um movimento rápido Marília a joga no sofá e pelo susto um gritinho escapa dos lábios do meu bebê.
— Ti foi mamãe? — Ela diz curiosa.
— Deixa eu vê se você está inteira. Tá com todos os dedinhos? — Marília olha rapidamente seus dedos das mãos e puxa o pé da menina pra cima e mexe nos seus dedinhos fazendo ela gargalhar. — Duas orelhinhas. — Ela pega suas orelhas e Maiara fica vesga como se fosse conseguir vê-las. — Um narizinho. — Ela passa seu nariz no dela em um beijo de esquimó. — Uma boquinha. — Lhe dá um selinho. — Que mais? — Pergunta passando os olhos rapidamente pelo corpo de Maiara.
A menina sorriu grande e levantou um pouco sua camisa mostrando sua barriguinha.
— O biguinho mamãe. — Seu dedinho aponta para o buraquinho em sua barriga.
— Ah! Como eu fui me esquecer do biguinho?
Marília se inclina sobre ela e faz barulhos com a boca sobre a sua barriga a fazendo gargalhar.
— Pala mamãe... Pala... Eu vou fazer xixi. — Marilha se recompõe e levanta a menina fazendo ela sentar.
— Deus! Eu nunca mais vou deixar você sair de perto de mim.
— Voxe ficou cum xodade?
— Muita, coração da mamãe ficou triste.
— Naum, num podi ficar dodói, eu dou bezinho. — Maiara enche o rosto da mãe de beijos molhados.
Me aproximo rindo da cena e puxo Maiara de cima de Marília e a coloco chão.
— Vai cuidar, eu já subo pra te ajudar. — Beijo sua bochecha e ela concorda ruindo e logo sai correndo escada acima, mesmo com os gritos de alerta de Marília para tomar cuidado.
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Minha Salvação | Malila
FanfictionMarília Mendonça, dona de uma renomada multinacional, uma mulher fria, misteriosa e calculista que exala poder e respeito por onde passa. Sua vida é centrada apenas ao seu trabalho deixando assim que os negócios e o dinheiro amenizasse dores e decep...