Minha Salvação | Malila

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Maraísa POV

Três dias se passaram e aqui estou eu, dentro do avião retornando para casa. Devido o último dia de palestra não ser voltado para minha área decidi voltar mais cedo. Nesses três dias foquei somente no meu aprendizado, palestras são essenciais para o aprendizado e crescimento profissional. Além de trazer pra você um mar de informações, trazem uma grande possibilidade de te apresentar para grandes nomes da área e o leque de oportunidades profissional.

Viso utilizar de todo o conhecimento adquirido nesses dias, espero melhorar meu desempenho profissional assim como fazer uma mudança de cargo.

Após desembarcar pego minhas malas e chamo um Uber, que não demorou muito para chegar. Fui durante todo o caminho observando a cidade pela janela, a cidade não estava deserta. Haviam algumas pessoas transitando pelas ruas, algumas andavam vagamente já outras caminhavam apressadamente provavelmente atrasadas para seus devidos compromissos. Nesse momento me desligo completamente do mundo, minha atenção apenas na paisagem e na música que tocava em um volume razoável na rádio.

Esses momentos são raros em minha vida, geralmente estou focada e atolado em trabalho ou cuidando de Maiara, mas nesses momentos podia vê por poucos minutos como o mundo era na realidade. Fico ali "refletindo" um pouco até que o Uber para em frente a minha casa. Após descer o motorista retira minhas malas e as coloca na calçada, faço o pagamento e logo o motoristas se vai, me viro observando a residência a minha frente. Estou em casa.

Me aproximo da porta com um pouco de dificuldade devido a quantidade de malas. Ao me aproximar mais escuto o barulho da tv que provavelmente está em um volume exorbitante, esboço um sorriso de lado ao lembrar que isso é sinal de que Marília está em casa. É impossível ter silêncio onde ela é Maiara estão, sinto meu coração saltar de alegria ao saber que apenas uma barreira de madeira me separa delas.

Giro a maçaneta e empurro a porta com as costas enquanto tento arrastar as bagagens para dentro, o som que já soava exageradamente alto lá fora agora fica estrondoso e junto dele gritos raivosos ecoavam pela casa. Me viro vendo minha sala em uma completa zona. Luíza estava largada na poltrona com uma lata de cerveja nas mãos e os cabelos amarrado em um rabo de cavalo torto e um laço grande cor de rosa, suas bochechas estavam em um tom rosado um tanto que exagerado.

Na ponto do sofá estava Lauana também bebendo uma cerveja e com lacinhos pequenos por todo o cabelo. Na outra ponta do sofá estava Marília surpreendentemente com uma cerveja na mão, seus cabelos amarrado com Maria Chiquinha e um lacinho de cada lado, em sua boca um botam mal passado e várias pulseiras coloridas em seus pulsos. No chão entre suas pernas está sentada Maiara com seus cabelos também amarrados em Maria Chiquinhas, no meio de suas pernas tem uma caixa de pizza e em suas mãos um copo de refrigerante extra grande que mesmo com as duas mãos ela ainda segura com dificuldade devido o tamanho do copo. Havia caixas de comida espalhados por todo o cômodo, garrafa de vinho e latas de cerveja. Assim como maquiagem, laços, xuxinhas, pulseiras e algumas roupas. Um verdadeiro caus.

O narrador se agita e dispara em uma narração eufórica fazendo todos na sala ficarem em alerta para o possível gol.

— Vai porra! — Gritou Lauana.

— Chuta, chuta... Passa a bola, merda. — Esbravejou Luiza quase pulando da poltrona.

— Assim não, caralho! — Marília gritou apertando a lata de cerveja em sua mão fazendo a mesma amassar.

Maiara olha pra cima e logo volta a sua atenção para a tv imitando a expressão de Marília.

— Caiaio! Xeu cono. — Ela faz um bico enorme.

Minha boca se abre em surpresa ao vê minha filha desferir tais palavras.

— Vai, seu filho da puta! — Marília fala vibrando.