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Marília POV

Após uma boa noite de sono e um longo dia de descanso me encontro afundada em minha cama deixando que meus pensamentos me invadam a ponto de me causar uma leve melancolia.

Sinto uma confusão mental de uns meses pra cá, não consigo tirar uma certa morena de olhos castanhos de meus pensamentos. Tenho medo de me apaixonar, tenho reflexões corriqueiras sobre isso e hoje talvez tenha vindo com mais força. Me sinto envolvida por Maraísa, mas uma parte de mim sabe que não serei capaz de me apaixonar. Com certeza que muitos hormônios serão liberados, sei que gostei muito dela mas não tanto ao ponto de me apaixonar.

Convivo a anos com esse medo, sei que é comum ainda mais depois de passar por traumas em relacionamentos, nunca acreditei que não podesse me apaixonar novamente, sei que sou capaz de tal ato apenas decidi que não voltarei a sofrer por ninguém, mesmo que aparente que tudo irá dá certo, sei que no final acaba da mesma forma, em vários cacos de mim mesma no qual vou precisar colar cada pedacinho para me refazer.

Solto uma lufada de ar e me sento na cama decidida a esquecer tudo isso. Olho a hora e percebo que já se aproxima das cinco da tarde, vou em direção ao banheiro me preparar para sair com Maiara e Maraísa. Sorrio boba ao lembrar da animação da ruiva todas as vezes que citei o fato de que iríamos sair. Ela realmente está ocupando um espaço dentro de mim em uma velocidade que me assusta, seu jeitinho tão agitado, sua sinceridadade, inocência, minha única vontade é de cuidar e proteger mesmo nunca tendo tanto contato assim com pessoas em sua condição ou até mesmo crianças.

Hoje decidi fazer uma surpresa para elas, embora Maraísa tivesse me ligado mais cedo pedindo para que fossemos naquele momento eu decidi levá-las em outro lugar, claro que vamos tomar sorvete mas não em um sorveteria.

Depois de me organizar, aviso que já estou a caminho, pego o elevador direto para a garagem do condomínio, entro em meu carro logo dando partida e seguindo para a residência de Maraisa. Ainda sem me acostumar pelo fato dela morar tão longe.

Depois de longos minutos viro a esquina avistando sua casa e automaticamente sou tomada por um frio no estômago, uma ansiedade repentina. Minhas mãos começam a suar e fica nítido meu nervosismo. Estaciono em frente a sua casa, seguro o volante com as duas mãos o apertando tão forte até as pontas dos meus dedos ficarem esbranquiçados. Respiro fundo me repreendendo mentalmente por estar me comportando como uma adolescente com os hormônios a flor da pele. Desço de vez do carro para não perder a coragem e macho em direção a porta, êxito por um instante e logo bato três vezes.

Alguns segundos depois a porta se abre lentamente e posso vê a dona das minhas inquietações noturnas.

Seu sorriso tímido em seus lábios me faz sorrir de volta involuntariamente.

— Oi! — Ela diz quase em um sussurro.

— Oi! — A saúdo.

Ficamos por alguns segundos apenas nos olhando, a encaro em silêncio por um momento fazendo uma ruga se forma em sua testa, mas logo ela faz uma expressão de que acabou de lembrar de algo.

— Ah! Desculpa, entra. — Ela da um passo para o lado me dando passagem.

Faço menção de dar o primeiro passo mas antes que meu pé toque o chão eu paro e volto para a posição inicial, me inclino colocando apenas minha cabeça pra dentro e observo o cômodo olhando com cautela. Maraísa acompanhava tudo me olhando com curiosidade, dou um passo adentrando totalmente a casa, escuto a porta fechada atrás de mim e logo a morena aparece em minha frente.

— Está tudo bem? — Diz ela desconfiada.

— Sim, sim. Apenas estou me precavendo.

— De quê?

Minha Salvação | MalilaOnde histórias criam vida. Descubra agora