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Pov Maraísa

Nos despedimos da simpática senhora e voltamos para a estrada pegando o caminho de volta para a grande cidade. Depois de alguns minutos no carro fui vencida pelo sono, não sei quando e nem quanto tempo adormeci apenas fui despertando aos poucos ao ouvir um barulho constante e irritante vindo painel do carro. 

— O que houve? — Pergunto ainda sonolenta vendo Marília sair da estrada e estacionar no acostamento.

— Não sei, o carro parou. — Diz franzindo o senho.

— Como assim parou ? — A olho sem entender o ocorrido.

— Não se preocupe, vou dar uma olhada. — Ela retira o cinto e abre a porta. Antes de sair aperta em algum lugar no painel do carro e o capô se abre.

— Você sabe concertar o carro? — Pergunto incrédula.

— Você não ? — Diz indo para o porta malas pegando algumas coisas que não vejo o que é.

Depois de uma hora ainda estamos aqui enguiçados no meio do nada no escuro e no frio.

— Maraísa, você pode deixar a lanterna parada por um segundo ? É difícil enxergar com você tremendo desse jeito. — Me olha com dificuldade devido a luz da lanterna está na sua direção.

— Estou tremendo porque estamos no meio do nada com seu carro enguiçado e não temos sinal.

— Então tente ficar com menos medo, tá bom ?

— Tá! — Digo sem confiança alguma.

— Toma, segure isso. — Ela me dá uma peça que arrancou do carro.

— O que é isso? — Pergunto pegando o objeto e o encarando.

— Sei lá, espero que não seja importante. — Meus olhos quase saltam pra fora, a olho e só então percebo que ela não faz a mínima ideia do que está fazendo. Quando faço menção de falar escuto um barulho atrás de mim solto o objeto deixando o cair e me viro rapidamente procurando com a luz da lanterna no meio da escuridão.

— Marília, o que foi isso ? — Meus batimentos cardíacos aceleram drasticamente.

— Calma, não deve ser nada. — Ela pega a lanterna da minha mão e o barulho volta agora mais alto e mais perto.

— AAHH! MEU DEUS, MARÍLIA. — Grito correndo pra trás dela me segurando firme no tecido da sua blusa.

— Tá tudo bem, deve ser apenas um animal, não precisa ter medo. — Diz tentando me passar calma.

— Você está vendo alguma coisa? — Encosto meu rosto nas suas costas tentando não vê o que vai nos devorar vivas.

— Não, mas já deve ter ido embora. Devia ser apenas um animal passando. — Ela da uma última olhada. — Vem vamos tentar conseguir sinal.

— Eu não vou sair andando por aí nessa escuridão, com a possibilidade de ter um animal selvagem querendo nos devorar. — A seguro firme para que ela não saia do lugar.

— Não vamos andar, vem comigo. — Ela vai até a porta do carro e eu a sigo ainda segurando em sua blusa. — Sobe no carro. — Ela abre a porta e com dificuldade me puxa pra sua frente.

— Subir onde ?

— No teto do carro, fique em pé e levante a mão com celular para tentar conseguir sinal.

Ainda me tremendo coloco meu pé no banco e seguro firme no teto, Marília se posiciona atrás de mim segurando minha cintura e me dando impulso para que eu possa subir. Mesmo com sua ajuda a subida é difícil o teto do carro é muito escorregadio, em uma tentativa falha minhas mãos escorregam fazendo meu corpo descer rapidamente, Marília me segura me colocando pra cima novamente.

Minha Salvação | MalilaOnde histórias criam vida. Descubra agora