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Maraísa POV

Dois mês, já havia feito dois meses que não a vejo. Não há ligações, nem mensagens, nem na empresa ela tem ido, seu vice presidente assumiu seu lugar por tempo indeterminado, nem de forma indireta estamos mantendo contato. Luíza se tornou a ponte de ligação entre ela e Maiara, a buscando nos finais de semana ou me ligando para informar sobre algo.

Me senti completamente desolada nessas últimas semanas, não foi fácil ter Marília cara a cara comigo naquele estado, tão vulnerável confessando seus sentimentos, mas foi mais difícil e doloroso deixá-la ir. Eu simplesmente não podia trocar algo concreto em minha vida por algo incerto. Mesmo diante do seu coração aberto tive medo de suas indecisões me machucarem novamente.

Sinto uma vontade quase inocente de querer saber como ela está, o que tem feito da vida, os seus planos, se ira retornar para a empresa, se demoraria a vê-la novamente, ouvir sua voz. Por inúmeras vezes tentei saber por Maiara mas parece que ela resolveu ser cegamente fiel a mãe, tudo que ela me diz é que "Marília está bem" ou o que fez no seu final de semana sem sequer tocar no seu nome. Luíza antes mesmo que eu perguntasse algo me pediu para não tocar no nome de sua amiga pois ela iria respeitar seu espaço. Tive conhecimento de que até mesmo Lauana estava mais próxima dela, até minha melhor amiga permaneceu em silêncio. Depois de algumas semanas decidi não ir mas atrás de notícias dela, se essa era sua vontade então eu a respeitaria.

Em uma tentativa de esquecer tudo aquele ocorrido e seguir com minha vida, resolvi dar o próximo passo na minha relação e hoje estou morando com Emilly. Bom! Na verdade, ela está morando comigo.

Foi aí que as coisas ficaram um pouco complicadas, na maioria das vezes por causa de Maiara a relação das duas não é das melhores. Minha filha não consegui socializar com minha namorada, sempre que as duas estão no mesmo ambiente Maiara muda completamente, fala pouco, não brinca, na maioria das vezes não fica com Emilly o que acaba deixando-a frustada por se esforçar tanto para construir uma relação e nunca conseguir esse espaço.

Ultimamente ela está adoecendo com frequência, está mais magra, quase não toma mais seu tête, a levo em vários programas para tentar anima-la mas nada parece surtir efeito. Marília mandou diversas advertências por Luíza sobre o bem estar de Maiara como se eu não estivesse preocupada ou cuidando dela, o que me deixou extremamente chateada. Cuido da minha menina dês do ventre de nossa mãe, jamais seria negligente, estou a mais tempo que ela nisso e não aceitarei ser criticada ou cobrada dessa forma.

A noite estava fria e chuvosa, deixando o clima agradável. Puxo o zíper na parte de trás do meu vestido o terminando de ajustar ao meu corpo. Caminho até o espelho me sentindo satisfeita com minha imagem refletida. Pego em cima da bancada o último item, meu inseparável batom vermelho o passando em meus lábios delineando cada centímetro com maestria, sorrio ao vê o resultado final.

Hoje vamos a festa anual da empresa, não me sinto animada para ir mas confesso que no fundo nutro um fio de esperança de reencontra-la. Sinto mãos segurarem minha cintura me puxando para trás fazendo um perfume adocicado invadir minhas narinas, levanto o olhar vendo minha namorada sorrindo largamente.

— Eu tenho a mulher mais linda do mundo. — Beija meu pescoço se escondendo nele.

— Obrigada, amor. Você está maravilhosa. — Me viro ficando de frente pra ela.

— E você está muito gostosa, vou morrer de ciúmes com todos olhando pra você. — Diz fazendo biquinho.

— Eles sabem que sou só sua. — Mordo seu biquinho fazendo ela rir. — Vou vê se Maiara não se sujou. — Me solto dos seus braços.

— Amor, tem certeza que quer levar ela, nós podemos pagar a babar. Assim vamos poder aproveitar a noite. — Diz sugestiva.

— Ela também foi convidada, a mãe dela vai querer ela lá e Maiara está muito animada para dizermos que ela não vai mais.

Minha Salvação | MalilaOnde histórias criam vida. Descubra agora