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Maraísa POV

Andava de um lado para outro na recepção do hospital, enquanto aguardava a chegada de Lauana, Luíza e Maiara. Pareciam os minutos mais longos de toda a minha vida. Um misto de ansiedade e alegria me invadia violentamente, meu coração batia fortemente em meu peito e não consegui controlar as lágrimas que insistiam em molhar meu rosto. Mas não eram lágrimas de tristeza, não. Eram lágrimas de felicidade. Eu estou feliz, é a palavra que resume bem o que sinto agora. Feliz por ter de volta a mulher que é dona dos meus sentimentos, dos meus pensamentos, do meu coração.

As portas de vidro automáticas se abrem e vejo minhas amigas e minha filha vindo em minha direção em passos rápido. Sinto meus olhos queimarem e a minha visão embasar, logo meus olhos se inundam e novas lágrimas escorrem pelo meu rosto, tudo que consigo fazer é abaixar a cabeça e esconder meu rosto em minhas mãos sentindo meu choro se intensificar. Sinto os braços de Lauana me envolverem fortemente me agarro em seu corpo e choramos abraçadas por alguns minutos. Sinto uma mão em meu ombro e me separo de lauana vendo Luíza com o rosto vermelho evidenciando que também chorou naqueles minutos, aos poucos solto Lauana e a abraço.

— E-Ela acordou Lu. — Escondo o rosto em seu pescoço soluçando, tentando parar de chorar.

— Graças a Deus! Eu quero muito vê-la. — Ela se afasta me olhando nos olhos. — Já podemos entrar?

— Ainda não, o médico está com ela. Ela precisa passar por uma bateria de exames, estou esperando autorização para poder entrar. — Digo ainda tentando acalmar meu choro.

— Tudo bem, o que importa é que ela está bem. — Diz passando as mãos pelos meus ombros em um singelo carinho.

Pela visão periférica vejo algo amarrado em seu braço e olho direitamente para o local vendo um curativo com uma mancha de sangue.

— O que ouve com seu braço? — O pego olhando de perto.

— Foi um pequeno incidente. — Diz olhando pra Maiara que abaixa a cabeça.

— O que ela fez? — Intercalo o olhar entre ela e Maiara.

— Ela só estava um pouco agitada, não queria ir pra escola e foi uma verdadeira guerra pra conseguir vesti-la. — Ela toca levemente no curativo. — Quando eu segurei ela pra tentar pentear seu cabelo ela me mordeu.

— Ela o que? — Digo mais alto do que deveria recebendo um olhar de reprovação da recepcionista.

— Tá tudo bem, ela estava agitada. — Diz tentando apaziguar.

— Não, isso já está passando dos limites. — Olho pra Maiara que se encolhe. — Vem aqui! — A chamo com a voz firme.

— Mamãe...

— Não, não! Nós vamos conversar sério sobre isso. — Aponto o dedo para o braço de Luíza.

— Tô de catigo? — Diz mechendo em seus dedos.

— Está sim! E graças a esse seu comportamento, pode esquecer o final de semana na casa da Bibi.

— Não mamãe, pu favo. Eu num faxu maix. — Diz chorosa.

— Você não vai! Vamos conversar em casa. Eu entendo que você não está bem, mas esse seu comportamento não é aceitável. — Digo vendo ela fazer uma expressão de brava. — Luíza me desculpa, eu sinto muito por isso. Machucou muito?

— Um pouco, mas está tudo bem. Eu vou pedir um atendimento pra limpar o local e fazer um curativo melhor.

— Tudo bem e mais uma vez me desculpe. — Digo sincera.

Minha Salvação | MalilaOnde histórias criam vida. Descubra agora