Despertar

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A partir do próximo capítulo teremos um grande salto temporal

Maya

Enquanto o tempo passava, eu percebia que não podia simplesmente tirar Rick do hospital. Ainda estávamos cercados de equipamentos e recursos médicos que eram vitais para a sobrevivência dele e a minha responsabilidade era garantir que ele continuasse a receber o tratamento adequado.

Um mês tinha se passado desde aquele dia terrível, e eu havia me adaptado à nova realidade, vivendo em um mundo que havia sido virado de cabeça para baixo. Cuidar de Rick e tentar sobreviver haviam se tornado minhas prioridades.

Para ser sincera, cuidar do Rick era o que me mantinha sã. Eu também tinha aprendido a ser cautelosa, a sempre ter uma arma improvisada à mão, pois os perigos estavam por toda parte. Mesmo cercada de mortos que realmente estavam mortos, as vezes aparecia um zumbi ou outro, segurança nunca é demais.

Nesse dia, eu havia ido até o refeitório, procurando por qualquer alimento que pudesse encontrar. Cada pequena provisão era valiosa, e eu estava disposta a enfrentar riscos para garantir que tivéssemos algo para comer. Segurando o pedaço de ferro improvisado, eu estava atenta a qualquer movimento, pronta para me defender caso encontrasse algum zumbi.

Ao voltar pelo corredor em direção ao quarto de Rick, meus ouvidos captaram um som que me fez parar instantaneamente.

— Enfermeira! Alguém... Me ajude! — A voz fraca, mas claramente audível. Era Rick! Meu coração disparou de alegria e surpresa. Ele havia acordado do coma!

Apressei-me pelo corredor antes que o som atraísse algo, com o pedaço de ferro ainda em mãos, pronto para qualquer eventualidade. Ao chegar ao quarto, vi Rick, no chão. Seus olhos estavam abertos, embora ainda parecesse estar fraco e confuso.

— Rick! — O ajudei a levantar e subir na maçã novamente. A emoção tomando conta de mim. Eu nunca imaginei que veria esse dia, e a sensação de esperança e alívio era avassaladora.

Ele me olhou com olhos arregalados, processando o que estava acontecendo.

— Quem é você? — Perguntou com voz fraca.

— Sou Maya, uma das médicas do hospital. Você está seguro aqui, mas precisamos ter cuidado.

Rick pareceu tentar se lembrar, ainda um pouco confuso, mas aparentemente começando a entender a gravidade da situação.

— O que está acontecendo? Onde estamos?

— Você estava em coma, Rick. Alguma coisa aconteceu no mundo, e agora estamos lutando para sobreviver. Vou explicar tudo, mas primeiro precisamos garantir que você esteja bem.

Sentada ao lado da maca de Rick, comecei a contar tudo o que havia acontecido desde o momento em que ele havia entrado em coma. Era uma longa história e insana para se assimilar depois de voltar de um coma.

— Ficamos presos no hospital após a epidemia se espalhar. — Eu mantinha um olhar atento em Rick enquanto falava. — Muitas pessoas se tornaram violentas, e havia zumbis por toda parte. A equipe médica foi dizimada, e eu me tornei a única pessoa aqui para cuidar de você e tentar sobreviver.

— Minha esposa e meu filho, onde estão? — Perguntou.

— Eles vinham te visitar, mas não sei onde estão agora... Tenho que ser sincera, não sei se estão vivos.

Enquanto falava, peguei o material necessário para fazer um curativo em seu ferimento de bala, que já estava quase completamente curado. Com cuidado, comecei a trabalhar no curativo, certificando-me de que estava fazendo tudo de maneira cuidadosa e profissional.

— Sei que estão...

— Eu tive que aprender a me defender, a encontrar recursos e a enfrentar os perigos constantes lá fora. — Continuei, mantendo um tom de voz calmo, mesmo que as memórias daquelas semanas intensas ainda fossem perturbadoras.

Enquanto falava, terminei o curativo, dando um passo para trás para avaliar meu trabalho. Eu estava aliviada ao ver que o ferimento estava cicatrizando bem, sinal de que ele estava se recuperando.

— Mas, Rick, não estamos seguros aqui para sempre. — Expliquei olhando diretamente para ele, buscando transmitir a gravidade da situação. — O mundo lá fora mudou, e nós precisamos encontrar um lugar seguro, sobreviver e encontrar outros sobreviventes, se houver. Você está em um momento crucial de recuperação, e eu preciso que esteja forte o suficiente para sairmos o mais rápido possível.

Eu sabia que aquelas palavras eram difíceis de digerir, mas a verdade era que precisávamos nos preparar para deixar o hospital eventualmente. Não tínhamos escolha se quiséssemos sobreviver e descobrir o que realmente havia acontecido ao nosso redor.

— Preciso ir para casa, talvez tenha algo lá que mostrem onde eles podem estar.

— É loucura!

— Eu preciso tentar Maya! É a minha família...

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