Códigos, Emoções e Fugas

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Maya

Abri os olhos e me deparei com o olhar intenso de Negan fixo em mim. Não pude evitar franzir o cenho.

— Você não sabe como acordar ao lado de você é revigorante. — Disse ele com um sorriso.

Revirei os olhos, tentando parecer indiferente.

— Ah, claro, porque quem não gostaria de acordar com a sensação de estar sob avaliação constante?

Ele riu, a risada carregada de seu jeito peculiar.

— Você é implacável, Dra. Complicação.

Respirei fundo e deixei escapar um sorriso.

— Sabe, Negan, você poderia tentar ser mais sutil em suas investidas. A abordagem direta está um pouco fora de moda.

Ele se acomodou ao meu lado na cama, apoiando a cabeça em uma mão enquanto me olhava com uma expressão divertida.

— Ah, mas Maya, a sutileza nunca foi meu forte. Eu sou mais do tipo 'vou direto ao ponto'.

Revirei os olhos novamente, mas dessa vez estava lutando contra um sorriso. Era impossível negar que ele tinha um jeito peculiar de me fazer rir. Não havia sentido isso novamente antes de noite passada.

— E o que mais você vai direto ao ponto?

Ele sorriu de maneira sugestiva.

— Bem, isso depende da situação, não é?

Rolei os olhos de novo, mas me peguei rindo. Ele tinha um dom para quebrar minhas barreiras.

— Você realmente não muda, não é?

Ele suspirou dramaticamente, fingindo ofensa.

— O que você quer, Maya? Que eu me torne um santo ou algo assim?

Soltei uma risadinha.

— Não sei se um santo seria o suficiente, mas uma mudança mínima já ajudaria.

Negan riu junto comigo, e por um momento, toda a tensão e estranheza pareceram desaparecer.

— Quem sabe, talvez eu esteja disposto a fazer alguns ajustes. — Disse, um olhar sincero atravessando seu olhar brincalhão.

Fiquei surpresa com a sinceridade de suas palavras. Era difícil acreditar que alguém como Negan pudesse realmente mudar, mas talvez houvesse mais complexidade nele do que eu queria admitir.

— Ei, Você se lembra quando eu fiz aqueles pontos na minha mão?

— Lembro.

— Você disse que não ficaria cicatriz. — Ele estendeu a mão pra mim.

Olhei para sua mão, e lá estava uma pequena cicatriz mínima que mais parecia uma linha da sua própria mão. Ri, lembrando daquela situação.

— Bem, parece que eu estava errada.

Ele riu junto comigo, olhando para a cicatriz como se estivesse revivendo aquele momento.

— Mas você falou com tanta convicção na época. Eu estava esperando que você fosse uma médica de verdade e milagrosamente a cicatriz desapareceria.

— Eu sou médica de verdade! — Protestei, mas meu sorriso denunciava que eu estava entrando na brincadeira. — Isso é uma cicatriz mínima! Praticamente uma obra de arte.

Ele riu alto, e a risada era tão contagiante que me vi rindo junto. Era estranho como aquelas lembranças antigas podiam se misturar com o presente, criando um laço entre nós. Um laço que eu nunca imaginei que existiria novamente.

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