Capítulo 2

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Mariano narrando

Já tem alguns meses que comecei a faculdade. Não fui na festa de Matheo, no dia do evento meu pai foi trabalhar e eu resolvi ir com ele, usei isso como desculpa.
Temos alguns trabalhos em grupos para fazer, eu fiquei esperando alguém me escolher para o grupo. Matheo foi escolhido para um grupo, ele é  bastante popular, e eu fui escolhido para outro.
Ele é muito paparicado pelas meninas, vive rodeado delas.
Isso tem causado raiva em outros meninos, eles vivem nos encarando.
Tenho gostado muito da faculdade, não vejo a hora de concluir para trabalhar na empresa de meu pai.

Matheo sempre me chama para sairmos a noite, mas eu não gosto da vida noturna. Além de eu não gostar, acho que meus pais ficariam preocupados comigo na rua.

Agora já tenho um carro, meus pais resolveram me dar um de presente por ter entrado na faculdade.
Depois que eu ganhei o carro Violete começou a falar comigo, eu acho que o carro fez o tipo dela.
Matheo tentou jogar algumas piadas para ela, mas ela não deu assunto, disse que ele não faz o seu tipo.
Eu não tenho muito interesse em me aproximar de ninguém até o momento, só quero ficar nos estudos e no trabalho. Gosto de ficar em casa com meus pais, gosto de não ter muitos amigos, gosto de vida pacífica. Quem sabe um dia isso muda...
Tem umas meninas que parecem até legais, mas ainda não me permiti conhecer ninguém. Nossa relação é só na faculdade mesmo.

- Vou lá Matheo, até logo. - Disse depois que terminamos a aula. Hoje é sexta-feira e eu irei fazer trilha. Se tem uma coisa que eu gosto é isso. Quando estou em contato com a natureza me sinto revigorado.

- Até mais meu brother! - Matheo apertou minha mão e caminhou em direção ao seu carro. Tinha quatro meninas esperando por ele. Vi Violete andando em minha direção. Ela veio caminhando rápido.

- Olá, Mariano. Está indo pra casa agora? - Ela estava com a mochila no ombro e enrolava uma mecha de cabelo nos dedos, tinha um sorriso de lado no rosto e fazia um olhar tímido.

- Sim. Estou indo sim... Com licença. - Abaixei a cabeça e me virei. Ela segurou em meu braço e me puxou, me fazendo virar de frente para ela.

- Espera! Você pode me dar uma carona? É que meu pai não vai poder me buscar hoje...

- Claro, se não tiver problemas, posso sim... - Olhei para ela e olhei para sua mão no meu braço.

- Ah, desculpe! - Ela soltou meu braço e deu um passo para trás. - Estou muito sem graça por isso. - Ela abaixo a cabeça.

- Não fique, está tudo bem. Eu só não esperava essa reação de você. Vamos? - Virei, coloquei as mãos no bolso e comecei a andar em direção ao carro, ela ia andando atrás de mim, quase corria. - Prefere ir na frente ou atrás?

- Pode ser na frente. - Ela deu um sorriso tímido.

- Tá bom... - Abri a porta para ela entrar.

- Obrigada! - Ela entrou e se ajeitou no banco da frente. Entrei e coloquei o cinto.

- Coloque o cinto! Não tem problemas se você for  no banco da frente? - Olhei para ela.

- Não, eu ia perguntar se poderia ir aqui mesmo. - Ela sorriu timida novamente. Eu estava com medo de alguém pensar bobagens sobre nós.

Seguimos viagem e Violete não parava de falar, só sabia falar de bolsas caras, sapatos, vestidos de grife ... De uma viagem que iria fazer para Dubai... Parecia que estava fazendo uma lista de presente de aniversário.
Eu só dirigia e as vezes olhava os objetos que ela me mostrava no celular. Um monte de coisas rosa com plumas.

- Bem, chegamos. - Ela me indicou o caminho e eu tentei chegar o mais rápido possível, não aguentava mais tanta falação no meu ouvido.

- Muito obrigada. - Desci e abri a porta do carro para ela.

- Até mais. - Quando eu ia entrar no carro ela me chamou.

- Mariano! Tem planos para essa noite? Meus pais vão viajar... - Ela fez uma cara que me deu um arrepio na coluna. Onde foi parar aquele jeito tímido que ele tinha feito outrora?

- Tenho sim! Até mais! - Entrei no carro, liguei e comecei a dirigir. Pude vê-la batendo o pé pelo retrovisor. Sua cara de raiva foi nítida. Não tive como não sorrir. - Que menina louca!

Cheguei em casa, peguei minhas coisas e fui para a trilha.
Gosto muito de me conectar com a natureza, fico em paz.
Sempre gostei de andar sozinho, só dever satisfação aos meus pais.
Já vi tantos relacionamentos tóxicos, tenho medo de ter um assim também.
Meu sonho é ter um relacionamento igual ao dos meus pais.

Voltei para casa no domingo pela manhã, meus pais estavam me esperando para almoçar.

- Boa dia meus amores! - Dei um beijo na testa do meu pai e outro na testa da minha mãe.

- Como você está filho? - Meu pai se levantou do sofá e me puxou para um abraço.

- Estou bem pai. A natureza é uma coisa divina. Amo poder estar no meio do mato, ouvindo o canto dos pássaros.

- Vem aqui deixa eu te dar um abraço. - Caminhei até minha mãe. Que também estava sentada na sala - Toda mãe gostaria de ter um filho assim como você. Você é nosso orgulho.

- Devo tudo o que eu sou hoje a vocês. Vocês são meu alicerce, minha base. Obrigado por tudo. Agora, deixa eu colocar as coisas lá em cima e já volto para almoçar. Podem ir se servindo, não demoro.

Subi e coloquei minhas coisas no meu quarto. Tomei um banho relaxante e desci para almoçar. Como é bom ter pessoas que te passam segurança e te dão amor. Meus pais são meu porto seguro.

O almoço foi ótimo, após o almoço fui para meu quarto e deitei na cama pra ver se conseguia dormir um pouco.
Peguei no sono em poucos minutos, estava exausto de tanto andar na trilha. Gosto muito de trilha, mas fico super cansado.
Meu domingo passou voando e logo chegou segunda, dia de ir pra faculdade novamente.

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