Mariano narrando
Poderia passar um século que eu conheceria aquela voz. Aquela pessoa que tanto me chantageou na vida. Parei atrás de Violette e fiquei para ouvir o que ela tinha a dizer.
- Fala logo, o que você está fazendo aqui. Veio arrumar um emprego de faxineira? Igual a sua mãe? - Ela falava com um tom de nojo.
- Violette, me deixe em paz. Por que você me persegue tanto assim? Você já não conseguiu o que você queria? Segue sua vida.
- Está falando do cargo de modelo principal? - Ela jogou o cabelo pra trás.
- Estou falando sobre ser amante de Giovanni. - Ouvir aquilo fez meu estômago revirar. A que nível Violette desceu? Eu já sabia que ela não prestava, mas destruir um casamento...
- Amante por pouco tempo. E você é uma pobretona invejosa. - Ela esticou a mão para olhar as unhas. -Fale logo o que você veio fazer aqui. - Luci olhou para mim e seu olhar caiu. Seus olhos ficaram rasos de lágrimas,dava para ver que ela estava envergonhada. Mas se Violette pensou que ia sair dali vitoriosa , pensou errado.
- Pronto meu amor! Podemos ir agora.
- Passei por Violette e parei na frente de Luci. Segurei seu rosto e dei um selinho. - Os olhos de Luci expressava gratidão ao me olhar.- Que absurdo é esse aqui? - Violette estava histérica. - MARIANO. - Aquele berro ecoou dentro do meu ouvido. Tive que segurar a risada.
- Ah, oi Violette. Não te vi aí. - Eu merecia um Oscar pela minha atuação, alguém tinha que ter filmado a minha cara de cínico. - Vamos me amor? - Entrelacei meus dedos nos de Luci.
- Amor? Como assim? Você vai me explicar isso Mariano! - Ela tacou a bolsa, que estava em sua mão, no chão. - Ei!
- Ninguém aqui te deve satisfação de nada. Com licença! - Virei para irmos embora e Violette segurou o meu braço.
- Você vai explicar o que está acontecendo aqui. - Ela bufava.
- Luci, desculpe ter que fazer você passar por isso. - Tirei a mão dela com delicadeza enquanto falava. - Eu vivi com Violette por um tempo, e essa infiel me traiu com uma pessoa que eu achava que era meu melhor amigo. Essa sanguessuga só queria status e dinheiro, nunca teve amor. Mas ainda bem que eu também não a amava, foi uma gratidão que tinha por algo que eu achei que ela tinha feito. Mas ainda bem que ela acabou confessando tudo. Eu não sei o que deu em minha cabeça para viver com uma pessoa assim por tanto tempo.
- Seu... Seu... - Violette segurou meu braço novamente e fincou a unha ali. Luci saiu do meu lado e andou em sua direção.
- Tire a mão do meu namorado! - Luci falou entre os dentes.
- Seu o quê? - Violette gargalhou com deboche e bateu palmas. - Namorado, essa foi boa.
- Não vou pedir novamente. - Luci segurou na mão de Violette e torceu seu pulso. Eu estava comemorando, pois eu não podia bater nela. Se Luci desse um coro nela eu nem me importaria.
- Você vai fazer o quê? - Ela levantou a sobrancelha e mexeu o pulso, parecia estar doendo. - Luci caminhou até ela e encostou o rosto perto do Violette.
- Me provoque para você ver o que sou capaz, não encoste no que é meu. - Ouvir aquilo me deu um calor por dentro e fez meu coração acelerar. - Não chegue perto dele, ou você vai ver do que eu estou falando. Deixa o meu namorado em paz.
- Você está me ameaçando? Sua latina!
- Entenda como você quiser. Eu não me envergonho das minhas origens, pode me chamar de latina. Mas quem está latindo aqui é você. - Luci virou as costas para sair.

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Angel Baby
RomanceMariano, um jovem empresário italiano amável, atencioso e muito gentil descobre que nem todas as pessoas só pensam em dinheiro. Que existe amizades verdadeiras. Que vida é muito mais do que casa e trabalho. Que o amor pode estar mais perto do que...