Capítulo 4

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Mariano narrando

Os dias tem passado voando. A faculdade é tão boa que as aulas acabam rápido, já estamos no terceiro ano de faculdade.
Nesse período fiz algumas amizades. Esse ano completei vinte e dois anos, meus pais insistem que eu tenho que namorar.
Violete se tornou mais próxima de mim, mas tem coisas que ainda não me agradam nela.
Eu sinto que ela não é verdadeira na maioria das vezes.
Minha mãe a viu uma única vez, mas não comentou nada sobre. Sinto que ela não gostou muito do tipo de pessoa que Violete é.
Minha mãe não gosta de pessoas esnobes.

Final de semana chegou e eu novamente estou indo para a trilha. Matheo até quis vir comigo, mas surgiu um imprevisto em cima da hora.
O chão está muito escorregadio, devido as chuvas que tem tido por aqui. Hoje iria escalar, mas achei por bem não fazer, devido a umidade.

Tudo foi bem tranquilo nesse final de semana, estou voltando para almoçar com meus pais, como sempre faço.
Meu celular começou a vibrar, era meu pai. Achei estranho, pois tinha algumas chamadas perdidas. Onde costumo acampar não tem sinal direito. Apertei o botão que conectava o celular ao carro

- Alô, pai! A sua benção.

- Oi meu filho, Deus te abençoe.

- O que houve?

- Onde você está? -Havia preocupação na voz dele.

- Estou a caminho  de casa. Aconteceu alguma coisa?

- Estou no hospital com sua mãe. Vou te enviar o endereço por mensagem. Fica calmo, está tudo bem. Vem com cautela.

- O que houve pai? - Senti meu coração disparar.

- Vem com calma. Não perca a atenção.

Ele desligou e eu meio que fiquei aéreo. O que será que aconteceu com minha mãe? Dirigi o mais rápido possível, seguindo o GPS.
Ao chegar no hospital, meu pai estava sentado na recepção. Ao me ver entrar, se levantou e caminhou em minha direção, seu semblante estava abatido e seus olhos vermelhos.

- Pai, o que está acontecendo? - Ele me abraçou quando cheguei perto.

- Sua mãe não está nada bem. Ela precisa de uma transfusão de sangue urgentemente. Estava almoçando ontem e ela se levantou para ir ao banheiro, caiu no meio da sala de jantar. Como não acordava a trouxe para o hospital. O diagnóstico é leucemia, ela tem que receber a transfusão o quanto antes.

- Meu Deus! Já conseguiram alguém que possa fazer essa doação? Tem algum lugar que tenha? - Eu comecei a ficar agitado.

- Eles estão tentando ao máximo. A cada mil pessoas, uma tem o tipo sanguíneo da sua mãe. É o RH nulo "sangue dourado". Por que ela tinha que ter esse tipo sanguíneo? - Meu pai passava a mão nos cabelos e andava de um lado para o outro.

- Eu vou ligar para as pessoas que conheço na faculdade. Vai que alguém conhece uma pessoa que tem esse fator sanguíneo...

Peguei o celular e fiz um grupo com as pessoas que e conhecia na faculdade. Coloquei lá que minha mãe precisava de uma transfusão de sangue, que o fator RH era raro. Fator RH nulo, conhecido como sangue dourado. Muitas pessoas nunca nem chegaram a ouvir sobre isso.
Pedi para eles compartilharem com outras pessoas.

Violete narrando

Estou louca para ficar com Mariano, mas ele é bem jogo duro. Já tentei diversas vezes penetrar aquele coração, mas foi tudo em vão.
Descobri que a família dele é uma das mais ricas da Itália, vou investir tudo o que eu posso para agarra-lo.
Tenho ficado com um menino, mas eu largo na hora para ficar com ele.
Após almoçar peguei o celular e vi a mensagem de Mariano, ele fez um grupo para pedir ajuda para sua mãe.
Se sua mãe morresse eu poderia consola-lo, seria um jeito de me aproximar... Fiquei pensando.
Fui até a cozinha pegar água e pensei em voz alta...

- Sangue dourado, nunca ouvi falar disso. - Enfie a cabeça dentro da geladeira para pegar a garrafa.

- Oi menina, você falou sangue dourado? - A minha cozinheira perguntou.

- Sim... A mãe de um amigo está precisando. Nunca ouvi falar.

- Eu posso tentar ajudar, minha filha tem esse tipo sanguíneo. Ele é raro. - Eu fiquei surpresa ao ouvir aquilo.

- Sério?Ela poderia doar? Que maravilha! Vou falar com ele agora. Muito obrigada você vai  me salvar! Que dizer... Salva-la.

Corri para meu quarto e logo liguei para Mariano. Aquilo seria minha salvação. Se eu salvasse a mãe dele, a gratidão por mim seria imensa.

- Alô... Mariano.

- Oi Violete, tudo bem?

- Tudo sim, tenho uma ótima notícia. Vou doar o sangue para sua mãe. Só agora vi sua mensagem, eu tenho esse tipo sanguíneo. - Menti.

- MENTIRA! Sério? Eu... Eu não tenho como te agradecer. Muito obrigado mesmo. Vou informar ao meu pai.

- Nada, que isso?! Estamos aqui para ajudar. Só vou pedir para ser coletado na clínica do meu pai. Eu não gosto muito de hospitais, lá se faz coleta.

- O que for melhor para você. Muito obrigado. Eu só não posso sair daqui do hospital, infelizmente não poderei ficar com você durante a coleta.

- Não tem problemas, só quero ajudar.

- Mais uma vez, muito obrigado.

Ele desligou o celular e eu fiquei no meu quarto comemorando. Agora tinha que ver se a tal da menina poderia doar amanhã, não me atentei a isso.
Voltei para a cozinha e falei com a cozinheira. Eudora me disse que já tinha falado com a filha e que ela aceitou na hora. Passei o endereço da clínica e o número de telefone para ela ver o que deveria ser feito.
O que leva uma pessoa a ajudar a outra sem ao menos conhecer?
Eu cobraria pelo sangue, já que é raro...

Voltei para o meu quarto e fiquei ali comemorando, finalmente eu conseguiria penetrar o coração de Mariano. Dava para ver o quanto ele priorizava a família. Se eu conseguisse salvar a mãe dele, ele teria uma dívida eterna comigo.

Pela manhã  a filha de Eudora foi na clínica fazer a doação. Liguei para saber se tudo correu bem, fui avisada que sim e que em meia hora, a mãe de Mariano, já poderia receber o sangue.

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