Capítulo 15

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Mariano narrando

Após contar tudo o que vivi durantes esses meses. Almoçamos e eu subi para descansar.
Tomei um banho relaxante e vesti uma roupa leve. Deitei e logo peguei no sono.

Estava quase anoitecendo, decidi sair para ver o pôr do sol. Aprendi a dar valor as pequenas coisas, a olhar mais para a natureza. Sempre gostei de estar em conexão com a natureza, mas esses meses me ensinaram muita coisa.
Vesti um conjunto de moletom, peguei a bicicleta, coloquei um sobretudo dobrado na cesta e fui pedalar. Parei em um lugar bem alto e sentei ali, admirando o pôr do sol. Foi um lindo espetáculo, tinha outras pessoas admirando aquele lindo pôr do sol também. Vi algumas crianças brincando e alguns casais se abraçando.

Desci a ladeira empurrando a bicicleta, sorri ao lembrar de Sun e Joon. O que será que aqueles dois estavam aprontando?
Meu celular vibrou e era minha mãe, na mensagem ela me pediu para comprar sorvete. Tinha um sorvete de framboesa que ela gostava muito e ficava no caminho de casa.
Em frente a sorveteria tinha uma lagoa muito bonita, ao anoitecer ela ficava iluminada pelas luzes das lojas ao redor.

Ao sair da sorveteria me deparei com um casal discutindo. Não parecia ser namorado da moça, ele falava coisas grosseiras para ela. Segurou em seu braço e a puxou, enquanto ela lutava para tirar a mão dele dali.

- Com licença! Você está precisando de ajuda? - Me dirigi à moça.

- Quem te chamou aqui? Segue seu caminho. - O homem se dirigiu a min.

- A senhorita está precisando de ajuda? - Estendi a mão para que ela pudesse pegar. Ao tentar segurar o carinha a puxou.

- Você é maluco ou é imbecil? - Já falei pra você vazar daqui. Ele soltou o braço dela e empurrou meu peito com as duas mãos.

- Para com isso Giovanni! Você que está ficando maluco! Eu já falei que não quero nada com você, amanhã eu vou na agência e vou pedir demissão.

- É o que? - Ele se virou para ela e colocou as mãos na cintura. - Minha querida, você está em minhas mãos, eu decido o que fazer com você. Vai fazer o que eu quero! Lembra que você era uma ninguém? Se você se demitir e vou arruinar sua carreira.

- Acho que gravei o suficiente, né Senhor Giovanni? - Balancei o celular. Eu estava com o celular na mão, mas não tinha gravado nada.

- Seu... Seu... - Ele passou as mãos no cabelo.

- Parece que o senhor é casado, tem uma aliança enorme aí no dedo. Será que sua esposa ficaria feliz em ouvir esse áudio? - Levantei as sobrancelhas e mordi os lábios, inclinei a cabeça para o lado fazendo uma cara de provocação.

- Amanhã converso com você Luci, se você não aparecer vai ser pior.

- Vou mandar minha carta de demissão por e-mail. Eu não piso mais na sua agência, seu cafajeste!

- Eu vou atrás de você! Se esqueceu que sei onde você mora? - Agora eu estava gravando. Então pensei onde já tinha ouvido esse nome...

- Qual é o nome da agência? - Perguntei para Luci. - A gravação está ficando cada vez melhor. - Me referi ao celular.

- Modello di punta. - Ela respondeu meu receosa.

- Entendi! Conheço. Se não me engano, ela está a venda. Não é isso?

- Está sim, o pai dele é o antigo dono. - Ela se abraçou e abaixou a cabeça.

- E o que você tem haver com isso? Me dá aqui esse celular. - Ele tentou pegar meu celular da minha mão.

- Nada, só uma curiosidade. Posso te acompanhar? Onde você mora? - Me esquivei dele e me direcionei para Luci.

- Não precisa se preocupar, eu vou sozinha. Você já ajudou muito, obrigada.

- Eu faço questão! Minha bicicleta está ali, vem... - Estendi a mão e a ela segurou.

- Agora vai com esse pobretão... - Ele deu uma gargalhada. - Faz bem o seu tipo mesmo. - Luci não conseguia levantar a cabeça de tanta vergonha.

- Não fica assim. - Parei na frente dela e levantei seu rosto. - Olha para mim... Não deixa ele te intimidar, dá para ver que você tem caráter e ele não. Não tem só uma agência em Milão, se você quiser eu posso falar com algunas pessoas. Não se sujeite a humilhações por causa de um emprego. - Ela começou a chorar. Eu não aguentava ver ninguém chorando. - Posso te abraçar? - Ela disse que sim com a cabeça. A puxei e dei um abraço, ela chorava tanto que as pernas começaram a falhar.

- Pra que todo esse drama Luci? Vem, vou te levar em casa. - Ele ficou parado atrás dela.

- Você ainda não cansou não? - Eu fechei os olhos e respirei fundo. Tentei controlar a vontade de socar a cara dele. Riquinho nojento.

- Não estou falando com você! - Ele chegou mais perto e estava disposto a pegá-la pelo braço. Virei Luci para o outro lado e segurei o braço de Giovanni, em seguida torci para trás de seu corpo. - Ai, ai,ai... Pera aí, você vai quebrar meu braço. Eu vou te processar! Me solta!

- Vamos lá, processe. Está cheio de câmeras aqui. Vamos ver quem ganha.

- Eu sou muito conhecido aqui, você perderia fácil. - Ele deu um sorriso sarcástico.

- Com licença Luci, vou por esse senhor em seu lugar. - Fui caminhando para mais perto do lago. Ela ficou parada olhando tudo o que estava acontecendo. - Ou você vai embora ou eu te jogo aqui. - Ele estava na beirada do lago.

- Você está maluco! ME SOLTE!

- Estou maluco. Quer que eu te solte mesmo? - O empurrei para mais perto do lago. - Odeio ver uma pessoa ser maltrata. Você faz isso porque sabe que ela é indefesa. Deveria ter vergonha! Você acha que o seu dinheiro te faz melhor que alguém? Deve ter nascido em berço de ouro, por isso acha que está acima do bem e do mal. Você já apanhou alguma vez? Talvez essa possa ser a primeira vez... Que tal?

- Olha aqui, é melhor você me largar agora. Seu pobre miserável. Eu vou descobri sobre você, vou arruinar até sua quarta geração.

- Assim como você arruinou a empresa que seu pai deu duro para manter de pé? Como consegue em um ano quase falir uma empresa tão conhecida?

- Não te interessa! Me solta! Você vai se ver um meus advogados.

- Vai pra casa, vai. Sua esposa deve estar te esperando. - O soltei e fui caminhando em direção a Luci. Ele foi em direção a Luci também.

- Vamos comigo! - Ele ia segurar seu braço novamente, daí entrei na frente dela e o segurei.

- Eu não queria fazer isso, mas estou sendo obrigado. - O levei até o lago e o empurrei. Sei que o lago não é tão fundo, a água batia em seu peito. Só era escorregadio para subir. Voltei e Luci estava controlando o riso.

- Minha vida está arruinada mesmo... Então deixa eu rir. - Ela caiu na gargalhada. - Isso foi incrível! - Ela batia palmas enquanto sorria.

- Vamos? Daqui a pouco ele sai de lá. - Peguei o celular e liguei para minha mãe, disse que e ia demorar um pouco para chegar, que tinha encontrado uma amiga e que tinha muito o que conversar.

- Muito obrigada! Não sei como te agradecer. Você já jantou? - Ela estava caminhando do meu lado.

- Ainda não. E você? - Olhei em sua direção.

- Também não. Então eu vou pagar sua janta. Vou te mostrar um lugar onde eu amo ir, mas é um pouco distante. - Ela Fez uma cara de pensativa.

- Senta aí, eu te carrego. Você vai me guiando. Pode ser?

- Pode sim. - Ela sentou na garupa e eu pedalei até o destino. O lugar era bem aconchegante, a noite estava linda. Comemos e a sobremesa foi o sorvete. Claro que eu não a deixei pagar a conta.

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