Capítulo 37

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Mariano narrando

Algumas horas depois recebemos a notícia de que Giovanni tinha sido preso. Com ele acharam passagens aéreas, no nome dele e de Violette. Vietto informou que Matheo foi de grande ajuda para acelerar as coisas. Se não tivessem chegado logo em Giovanni, talvez ele poderia ter fugido do país.
Senti um grande alívio ao saber que ele tinha sido preso.
Minha vontade era de ir lá e ter uns minutos de conversa em um quartinho com aquele canalha, de preferência com um cacetete na mão.
Contei para Luci o que havia acontecido e ele respirou aliviada.

Foi preciso ficarmos mais dois dias no hospital, Luci teve uma pequena hemorragia. Passaram um anti-hemorrágico, até começar a fazer o efeito não nos liberaram.

Chegamos em casa e fomos muito bem recebidos. Nossa família estava lá e para minha grande surpresa Seo-joon, Sunshine e Abmael também. Pude conhecer meu afilhado.
Luci e Sunshine pareciam amigas de longas datas, estavam trocando experiências de maternidade, conversavam e sorriam.
As duas fecharam uma parceria, Sunshine tem uma grande empresa de cosméticos e Luci é modelo. Juntaram o útil ao agradável.
Dava para ver os olhos de Seo-joon brilhando olhando para as crianças. Nossa amizade se fortaleceu e nossa família está crescendo.
Depois do susto que passamos, é bom ter amigos por perto. Me senti tão acolhido e feliz, me peguei sorrindo.

- Mariano, viemos para ficar quinze dias. Vai nos aguentar? - Sunshine falou do outro lado da sala.

- Mentira que vocês vão ficar só isso? - Luci respondeu. - Fiquem mais tempo. Ninguém vai trabalhar nesse período. Vocês também não estão de licença maternidade? - Abmael tinha acabado de completar seis meses.

- Verdade, não vou deixar vocês irem embora. - Falei e sorri, vendo a empolgação de Luci.

- Tenho que comandar um hospital. Para mim não tem férias. - Seo-joon falou e sorriu.

- Ah, você é o chefe. Põe alguém para trabalhar no seu lugar. - Falei pra ele.

- Podemos ver. Temos que ir na nossa casa daqui também. Estava pensando em colocar a venda, mas acho que vou deixar para Abmael. - Seo-joon falou.

- Então vou deixar a minha para Miguel, é bom que vão ser vizinhos. - Sorri para ele.

- Que sejam bons amigos. Assim como você e eu nos tornamos. Parabéns por sua linda família, Mariano.

- Obrigado, irmão. E obrigado por estar aqui nesse momento tão importante. Você deve saber do ocorrido. - Olhei para ele.

- Sim, assim que soubemos do nascimento começamos a nos preparar para vir. Quando chegamos aqui na Itália ficamos sabendo do ocorrido. Graças a Deus deu tudo certo para vocês. Eu nem consigo me imaginar em uma situação dessa. Graças a Deus Vietto também estava lá, ele é bom no que faz. Eu sei o que é ter em quem se apoiar nos momentos difíceis, você esteve comigo no momento mais difícil da minha vida. - Seo-joon demostrava um certo alívio.

- Que isso irmão, sei que faria o mesmo por mim. Contatei Vietto logo que vi algo estranho. Recebi ajuda de um amigo antigo amigo também, Matheo. Ele ajudou a chegar em Giovanni. Matheo chegou na Itália e encontrou Violette e Giovanni em um restaurante, daí escutou a armação deles. Ele nem sabia que eu tinha casado e que ia ser pai. Tem tempo que não falo com ele, desde o ocorrido com Violette. Essa maluca, que tentou sequestrar Miguel, é a minha ex, que me traiu com meu amigo, Matheo. - Falei para Seo-joon.

- Sério? Cara, que história. Ela só pode ter problemas psicológicos mesmo, uma pessoa em sã consciência não faria uma atrocidade dessa. O que leva o ser humano querer destruir a vida de alguém? Tem gente que não aceita a rejeição, daí tenta te ferir de alguma forma. Lembra de Pablo? - Seo-joon balançou a cabeça em forma de negação.

- Lembro sim. Ele ainda está preso?

- Sim. O pai falou que vai deixa-lo lá, falou que não vai pagar fiança. Ele pegou quinze anos de prisão, com os anos o tempo de prisão dá uma reduzida. Deve ficar uns oito anos preso. Vai perder muito tempo da vida , por causa de uma atitude impensada. Pelo menos Sunshine está bem, não aconteceu nada de mais grave. - Seo-joon ficou com um olhar distante.

- Verdade. Só de lembrar me dá arrepios. A situação foi tensa, só Deus mesmo. - Respirei fundo.

- Tive que trabalhar muito a mente de Sunshine. Várias vezes ela teve pesadelos. Eu tive que fortalecer minha mente também, confesso que tinha muito medo de deixá-la sair sozinha. Ainda tenho, mas está menos. Não podemos ficar reféns do medo. Mas é complicado.

- Verdade, se ficarmos reféns do medo paramos de viver e geramos doenças.

- Sim, mas vamos parar de falar coisas ruins. Como você conheceu Luci? Foi muito rápido esse namoro. - Ele sorriu.

- A conheci por acaso. Assim que voltei para cá. Ela estava em uma praça, aqui perto, tentando se livrar de Giovanni.

- Então esse tal Giovanni é um ex dela?

- Não, ele foi rejeitado por ela. Mas Violette já era sua amante. Ele queria que Luci também fosse, ela o rejeitou e ele não soube lidar com a rejeição.

- Agora tudo faz sentido. Violette rejeitada por você, Giovanni rejeitado por Luci. Dois lunáticos juntos. A vontade era destruir a família de vocês, sabe-se lá o que poderiam fazer com Miguel. Só de pensar eu sinto um ódio tão grande.

- Nem quero imaginar. - Cocei a cabeça.

- Vamos mudar de assunto. - Ele sorriu. - Dai vocês começaram a namorar e logo casaram. É normal quando há muito amor, é difícil ficar longe de quem se ama. Eu sei o que eu passei, quando estava longe de Sunshine. Amo essa mulher desde que éramos crianças. É numa coisa de louco, não sabemos explicar. Quando amamos, nos tornamos dependentes da outra pessoa. É algo muito estranho.

- É desse jeito mesmo. Uma coisa sem explicação. Eu nunca tinha sentido isso na vida. Me vi de mãos atadas e com uma urgência enorme de ter Luci ao meu lado. Daí tudo aconteceu muito rápido. É amigo, demos uma tremenda sorte na vida. Temos mulheres maravilhosas e filhos lindos. - Sorri e olhei para as duas sentadas no sofá, amamentando nossos pequenos.

- Sim. Me sinto tão realizado. Minha família é o meu bem mais preciso, meu porto seguro. - Seo-joon olhava para elas também.

- Faço minhas, as suas palavras. Nem toda riqueza que tenho pagaria isso. É um amor que não dá para ser explicado, só dá para ser vivido.

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