Capitulo 26

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Mariano narrando

Após as compras e o almoço, voltamos para o apartamento. Arrumamos tudo o que compramos e colocamos algumas decorações no rack.
Luci me deu um presente que serviu para nós dois. Tiramos uma foto em um estúdio no shopping e ela pediu para fazer um quadro, o quadro tinha um metro e meio de comprimento. Ficou perfeito na parede.

- Está tudo perfeito, você tem bom gosto para as coisas. - Falei, agora sentados no sofá. Eu estava segurando sua mão. Luci e eu estávamos olhando tudo ao redor e admirando como tudo ficou bonito.

- Fizemos um bom trabalho. - Ela levantou a mão para eu bater.

- Tenho uma coisa para te dar. - Peguei do meu bolso a chave do apartamento e peguei uma sacolinha que estava no outro bolso. - Eu pedi para fazerem esses chaveiros. - O chaveiro era de aço retangular e estava com a nossa foto, recém tirada, gravada. - Pedi quando você foi ao banheiro, enquanto aguardava o quadro ficar pronto. A foto realmente ficou linda. - Olhei os chaveiros na minha mão.

- Você é incrível. - Ela sorriu e olhou para minha mão. - Eu nem  desconfiei de nada.

- Vou colocar a chave do apartamento aqui, uma em cada chaveiro. Essa é sua e essa é minha. - Entreguei a dela.

- Eu posso ter uma chave? - Seus olhos brilharam.

- Claro, como você vai entrar no seu apartamento? - Olhei para ela de canto, disfarçando.

- O quê? - Ela olhou para mim.

- Meu presente de aniversário para você. - Seus olhos encheram de lágrimas.

- Mentira! É sério isso? Eu não passo aceitar. - Ela esticou a mão com a chave para mim.

- Por que não? Eu estou dando um presente de aniversário, antecipado, para minha namorada. Não posso? - Afastei a mão dela.

- O que os outros vão pensar? - Ela secou as lágrimas com as costas das mãos.

- Meu amor. - Segurei seu rosto. - Pare de pensar nos outros. Você não deve satisfação para ninguém. Eu posso te dar  presentes e eu quero te dar esse.

- Desculpe! Não estou acostumada com isso. - Ela respirou fundo.

- Então acostume-se, o que mais vou fazer é mimar você. Estou aqui pra ser o que você precisar e te dar tudo o que estiver ao meu alcance. Acostume-se. - A puxei para um selinho. - Aqui fica em frente a faculdade, é só atravessar a rua. E fica há quinze minutos do serviço. - Tentei convence-la de aceitar o apartamento.

- Não dá para acreditar que você existe. - Ela sorriu, ainda com olhos rasos de lágrima.

- Existo e sou seu. - Sorri. - Agora temos que ir ao mercado. Aqui tudo é perto, mercado, farmácia, padaria...

- Você pensa em tudo, né? - Ela me olhou e deu um pequeno sorriso.

- Sim. Quando saí da casa dos meus pais, eu tive que cuidar de tudo na casa onde eu morava. O ser humano que morava comigo não comprava nada, não estou falando de dinheiro, o dinheiro eu dava. Ela não se dava ao luxo de comprar nem comida. Só comprava as coisas que a satisfazia. Como bolsas de grife , roupas e sapatos. Cosméticos e jóias. Sempre tive que trabalhar e cuidar da casa. Depois fui morar sozinho, tive que me virar com tudo novamente. Então já estou acostumado. Sou um bom observador e esse lugar fica perto de tudo.

- Você deve ter passado por coisas terríveis. - Ela acariciou meu rosto. Eu vejo tanta sinceridade em seus olhos.

- Minha vida sempre foi vazia, só trabalho e estudo. Desde que me conheço por gente, sempre fui sozinho, um único amigo que tinha me traiu. Agora tenho dois amigos que são Seo-joon e Sunshine. Mas eles estão distantes e vivendo a vida deles. Então voltei para a vida vazia.

- Agora você tem a mim. - Ela segurou meu rosto com as mãos.

- E eu sou mais feliz por isso. Obrigada por me aceitar e preencher meus pensamentos e meu coração. Desde a primeira vez que te vi, não consigo parar de pensar em você.

- Mariano, você também não sai da minha cabeça. Eu prometo que vou fazer de você o homen mais feliz dessa vida.

-Só de ter você, eu já sou feliz. Estou louco para vir dormir aqui com você. - Me inclinei para frente para alcançar seus lábios. A deitei vagarosamente no sofá e deitei por cima, tomei seus lábios com delicadeza.

- Temos que nos separar mesmo? Já estou sofrendo por antecipação. - Ela fez um biquinho e me envolveu em seus braços.

- Eu estou da mesma forma. Só de pensar que tenho que ficar sem você, me dói. - Deitei a cabeça em seu ombro e enfiei meu nariz em seu pescoço, tentando gravar seu cheiro nas minhas memórias.

- Amanhã você vai estar por aqui? Vai viajar? Preciso te ver todos os dias.

- Só tenho viagem para o mês que vem, mas pode acontecer algum imprevisto. Tomara que não aconteça. Minhas viagens duram no máximo duas semanas, eu nunca gostei de ficar longe de casa. Eu não saio a noite e nem tenho amigos, então não tenho vida noturna, quer dizer... Não tinha. Agora eu saio a hora que você quiser sair. - Senti seu corpo tremendo com o riso que ela deu.

- Eu também nunca fui de virar a noite na rua e nem ir para lugares cheios. Sempre andei sozinha, não entro no carro de quem bebe e dirige. Tenho medo de motoristas alcoolizados. Eu cuido muito da minha saúde e tento levar a vida mais saudável possível. Tenho algo raro no meu corpo, tenho medo de não conseguir ajuda, caso eu precise.

- Como assim? - Levantei a cabeça para olhar para ela.

- Eu tenho medo de sofrer algum acidente e precisar de transfusão de sangue, ou ter alguma doença que precise de transfusão.

- Pera aí... Seu sangue é raro? - Aquilo me fez sentar no sofá e disparar meu coração.

- Sim... Já doei para uma pessoa. Mas e se eu precisar... Será que daria tempo de chegar para mim? - Ela falava com os olhos tristes.

- Luci, olhe aqui pra mim... Qual é o seu tipo sanguíneo? - Será que tinha sido ela, a doadora do sangue para minha mãe? Tudo estava se encaixando, a mãe dela devia trabalhar na casa do Violette. Violette  falou que ela era filha de uma doméstica. Estava ansioso para ouvir o tipo sanguíneo dela.

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