Capítulo 18

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Mariano narrando

Estar perto de Luci me faz sentir uma coisa diferente, nunca senti isso com ninguém. Parece uma conexão. Sinto que devo algo a ela. Talvez seja coisa da minha cabeça ou carência, é engraçado pensar por esse lado.
Após comermos, agradeci a todos os funcionários e fomos andando em direção a casa de Luci.

- Tenha um ótimo dia. Vou passar na sorveteria para pegar o sorvete da minha mãe. Acabei esquecendo.

- Ah, seu sobretudo ficou comigo.

- Mais tarde você me entrega. Vou indo. Até mais.

- Até. Obrigada por hoje.

- Disponha. Me manda onde eu devo te encontrar, tem preferência por restaurante?

- Me surpreenda... Que não seja nada muito caro. Gosto de coisas simples. Principalmente lugares.

- Você se parece comigo. - Sorri e coloquei o fone para começar a correr. Dei tchau para ela e comecei minha corrida.

Fui até a sorveteria e peguei o sorvete. Fiz o restante do trajeto andando. Não conseguia parar de pensar em Luci. Como uma mulher linda igual a ela está solteira? Por isso aquele nojento do Giovanni a perturba.
Cheguei em casa e meus pais não estavam, tinha uma mensagem no celular dizendo que eles iam almoçar fora. Eles gostavam de passear quando não tinham trabalho. Isso tem que ter na relação, o lazer, o momento a sós.

Tomei banho e logo após sentei em frente o notebook, para ver se minha oferta foi aceita. Para minha não surpresa, consegui comprar a empresa daquele almofadinha. Isso me fez sorrir, agora vamos ver se ele terá coragem de me ameaçar novamente.
Fiz umas transações e mandei mensagem para Joon e Sun, em breve voltaria para vê-los.

Uma mensagem chegou no meu e-mail dizendo para ir em uma reunião na nova empresa. Pedi um funcionário para me representar e avisar que eu iria no outro dia.

O dia passou rápido e ao findar da tarde mandei mensagem para Luci, perguntando onde poderia encontra-la.

Estou em casa, não sai hoje. Tenho que te contar alguns coisas. Prefiro falar  pessoalmente.

Logo respondeu. O que será que ela tem pra me dizer? Será que é porque eu tenho dinheiro?
Isso não muda nada.

É algo grave?

Perguntei ansioso.

Não, fica tranquilo. Pode vir me buscar às 18:30h. Estarei pronta.

Senti um certo alívio.

Beleza, até daqui a pouco.

Como eu deveria me vestir? Peguei uma calça jeans clara e um casaco de gola alta vinho. Calcei um coturno preto e peguei um sobretudo preto. Aproveitei para pegar um cachecol da cor do sobretudo. A noite  ia ser fria.
Mandei mensagem para ela dizendo que estava a caminho, mas que ela não precisaria se preocupar, eu podia esperar o tempo que fosse.

Me despedi dos meus pais que estavam chegando e disse que tinha um encontro. Eles ficaram bem felizes. Liguei minha Ranger Rover Dynamic branca e segui rumo a casa de Luci.
Parei em frente ao seu portão e mandei mensagem dizendo que já estava lá fora. Ela respondeu que já estava saindo.
Desci e fiquei encostado no carro esperando. Logo o portão de sua casa abriu e eu fui caminhando em direção a ele.

- Boa noite. - Peguei sua mão e dei um beijo.

- Boa noite. - Ela estava de calça jeans preta e com uma bota por cima. A bota era salto fino e ia até o joelho. O preto da bota combinava com o sobretudo em seu braço. O tricô que ela vestia era caramelo, combinava perfeitamente com sua pele. Fiquei meio desconfortável, por que ela tinha que ser tão linda? Seu cabelo solto moldava aquele rosto perfeito. - Esse é seu carro? - Ela estava boquiaberta.

- É sim... Se quiser posso deixar você dirigir. - Sorri para ela.

- Sério? - Ela admirava o carro, seus olhos estavam brilhando.

- Qual o tipo de carro você gosta? - Era só ela falar o modelo, para mim é fácil dar um carro de presente para alguém. Temos algumas empresas de carros.

- Eu gosto de carro alto, tipo esse...

- Quer esse pra você? - Perguntei e ela me olhou.

- Para. - Ela sorriu para mim. Que sorriso mais perfeito era aquele?

- Estou falando sério. Quando é o seu aniversário?

- Daqui há duas semanas. Mas não precisa me dar nada não. Eu estou ficando constrangida. - Ela abaixou o rosto e sorriu sem graça. Dei um passo para frente e voltei para trás.

- Luci. - Levantei o seu rosto com as mãos. - Eu quero te presentear, o que há de errado nisso? Eu nunca tive alguém que eu quisesse presentear. Só tive um único amigo nessa vida e fui traído por ele. Agora encontrei mais dois amigos, mas eles já tem tudo. Eu quero te agradar. Eu não sei porque, mas eu sinto que tem algo que te devo. Vou te contar uma coisa,  só trabalhei até hoje. Agora eu mereço curtir um pouco. Presentear quem eu gosto... Tive uma pessoa em minha vida que só me sugava, mesmo assim aguentei por anos. Eu achava que tinha ma dívida com ela. - Essa lembrança me fez rir. - Na precisa ficar constrangida, só quero agradar uma pessoa que já passou por muitas coisas na vida. Eu posso presentear quem eu gosto. Concorda?

- Sim. Concordo sim. - Ela sorriu pra mim e eu fiquei parado olhando aquela oitava maravilha.

- Vamos? - Abri a porta do carona e dei passagem para ela entrar. - Fica a vontade. - Dei a volta e entrei no carro. - Ah, antes que eu esqueça... Você está linda. - A olhei e sorri. Ela sorriu de volta e olhou para fora, tentando disfarçar. - Coloque o cinto, lá vamos nós.

Dirigi até um restaurante bar, eu gostava de ir lá. Não tinha muita frescura, as pessoas eram mais simples e a comida e o ambiente eram incrível.

- Que lugar lindo. - Ela olhava os detalhes do ambiente.

- Que bom que gostou. - Entramos após o manobrista levar o carro. - Eu gosto muito daqui. Como eu te falei, gosto de coisas simples. Você gosta de bebidas? Ali tem um bar com drinks deliciosos, já experimentei todos. Mas os meus são sem álcool.

- Eu também não bebo bebida alcoólica. - Ela sorriu. - Qual você me indica?

- Eu não tenho um preferido. Mas eu gosto de um que é feito com Kiwi. Posso pedir para você?

- Pode sim. Confio no seu gosto.

- Você pode experimentar todas bebidas que quiser, daí você vê de qual gosta mais.

- Na próxima vez eu faço isso. - Ela sorriu.

- Ah, então vamos voltar aqui... Adorei ouvir isso. - Cheguei mais perto dela. - Posso segurar sua mão? Aqui é meio escuro, não quero que você tropece. - Sussurrei perto de seu ouvido.

- Claro que pode. - Estendi a mão e ela segurou. Fomos caminhando até o bar do restaurante.

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