Capítulo 16

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Mariano narrando

Após a janta e a sobremesa, fui carregando Luci para sua casa.

- Me fala sobre você... Você é modelo?

- Sim, sou sim. O pai de Giovanni me descobriu, tudo que sou devo a ele. Giovanni já era casado nessa época, mas sempre quis ter um relacionamento extra conjugal. Eu nunca aceitei. Agora que ele é o dono da empresa, tem tentado me forçar a sair com ele. Hoje ele me seguiu e tentou me agarrar no meio da rua. Disse que se eu não sair com ele até o fim do mês, vai arruinar minha carreira. - Ouvi sua voz embargar por causa do choro. Parei a bicicleta e desci. Encostei a bicicleta na calçada e a puxei para minha frente.

- Olha aqui, ele vai pagar por tudo o que sta fazendo. Não precisa ficar preocupada desse jeito. Eu vou te ajudar, hoje é seu dia de sorte. - Limpei seu rosto com as mãos. - Não chora por favor, ele não merece suas lágrimas.

- Você não conhece o Giovanni... - Ela tentou forçar um sorriso.

- E ele também não me conhece. Fica tranquila. Vamos ver se ele é Palio para mim... Vamos caminhar um pouco?

- Sim. - Começos a caminhar. - Mariano, tenha cuidado com Giovanni, ele tem muito conhecimento. Fico preocupada com você.

- Não de preocupe, já sei lugar com essa gente. Estou calejado. - Sorri para ela.

- Então tá. Estamos chegando. - Ela se encolheu um pouco, parecia estar com frio.

- Espere um pouco. - Peguei meu sobretudo na cestinha da bicicleta e coloquei sobre ela. - Você pode se resfriar...

- Obrigada! - Fomos conversando até sua casa. - Chegamos. Muito obrigada por hoje, nunca ninguém fez algo desse tipo por mim. Já que você pagou a conta, ainda estou te devendo uma janta.

- Que isso? Não precisa se incomodar. - Eu não estava acostumado com alguém pagando coisas para mim.

- Eu faço questão. E não aceito não como resposta. - Ela estendeu a mão para mim. - Vai deixar eu pagar na próxima? - Como se aquilo disse uma promessa.

- Vou tentar. - Apertei sua mão.

- Pelo menos vamos nos ver novamente, não vamos? - Ela olhou para mim,procurando os meus olhos. A lua refletia diretamente em seu rosto, então pude ver de perto o quanto ela era linda.

- Claro! Claro que vamos. Pode ser amanhã? Eu te busco onde for. - Ela sorriu e olhou para baixo. - Eu vou trabalhar, mas a partir das 17 horas estou livre. O que acha?

- Perfeito. Ainda não sei como vai ficar minha vida, mas posso te encontrar nesse horário. Anota seu contato no meu celular, te mando mensagem para dizer onde estarei. - Ela deu o celular na minha mão.

- Beleza. Vou ficar esperando. - Anotei meu contato em seu celular. - Até amanhã, fica bem e evita ficar pensando em coisas que não vão te fazer bem.

- Pode deixar. Mais uma vez, obrigada por hoje.

- Eu que agradeço pela companhia, cheguei hoje de viajem. É bom ter com quem conversar. Boa noite, Luci.

- Ah, esqueci de perguntar seu nome.

- Mariano, meu nome é Mariano. - Sorri gentilmente. - Até amanhã.

- Até amanhã, boa noite. - Subi na bicicleta e dei tchau para ela. Umas cinco peladas para frente meu celular começou a tocar, parei para atender, talvez fosse minha mãe. Olhei e o número era desconhecido.

- Alô?

- Mariano? - A voz era feminina.

- Sim, sou eu. Quem está falando? Desculpe.

- É a Luci. - Olhei para trás e ela estava parada no meio da rua. - É pra você salvar meu contato. - Ela deu tchau e eu retribuí.

- Pode deixar, vou salvar agora.

- Quando chegar em casa me avisa. - Sorri por ouvir isso. - É  porque eu estou preocupada, não estou te controlando não...

- Eu não pensei por esse lado, obrigado pela preocupação. Pode deixar que aviso sim. Até mais...

- Até. - Deu pra ouvi-la sorrir antes de desligar. Fiz um sinal para ela que salvei o contato. Ela fez ok com a mão e deu tchau. Montei na bicicleta e segui até em casa. Ao chegar mandei mensagem para ela dizendo que já tinha chegado. Ela logo respondeu, disse que ficava aliviada porque eu estava bem. Desejamos boa noite e coloquei o celular para carregar.

Tomei um banho, me troquei e fui até o quarto dos meus pais desejar boa noite.

- Toc, toc. - Falei do lado de fora.

- Pode entrar. - Disse minha mãe. Meu pai já estava dormindo.

- Vim dar um beijo de boa noite. Amanhã compro seu sorvete. - Dei um beijo em sua testa.

- Sem problemas meu amor. Sua noite foi boa?

- Foi sim. Amanhã te conto. Durma bem. Amo vocês.

- Também te amamos.

- Filho. - Meu pai me chamou quando eu estava saindo.

- Sim? - Voltei para falar com ele.

- Apareceram algumas empresas para compra, caso queira comprar alguma... - Ele estava muito cansado.

- Vou dar uma olhada. Obrigado. - Dei um beijo em sua testa e logo sai.

Abri o e-mail e a primeira que apareceu foi Modello di Punta. Era a mais barata. Estudei sobre ela e vi que  era um bom negócio comprar. Poderia fazer uma parceria com Sunshine e seus cosméticos.
Fiz a oferta e deitei para dormir.

Acordei cedo e fui para a academia, logo depois fiz um treino de luta. A academia me ajudou muito durante a fase da separação, consigo aliviar todo meu estresse. Aproveitei para fazer uma corrida perto de casa.

Estava perto da sorveteria, resolvi entrar para pedir o sorvete da minha mãe.
Meu celular vibrou com uma mensagem, ao olhar vi que era de Luci.

Tenha um bom dia <3

Respondi:

Tenha um bom dia você também. Até mais tarde.

Eu estava sorrindo para o celular, é isso mesmo?
Paguei o sorvete e sai ainda sorrindo. Estava tão distraído que esbarrei em uma pessoa.

- Desculpa minha falta de atenção.

- Que nada, eu também estava distraída. - Ela olhou para cima e eu para baixo. Sorrimos ao nos olhar.

- Que surpresa boa! Você por aqui... Já tão cedo.

- Estava fazendo caminhada. E você, o que faz por aqui?

- Fui na academia, daí decidi fazer uma corrida. Lembrei que tinha que comprar o sorvete da minha mãe. - Levantei a sacola com o sorvete.

- Entendi, então se apresse. O sorvete pode começar a derreter.

- Tá bom, mas... Você já tomou café da manhã?

- Ainda não, assim que voltar para casa vou tomar.

- Quer ser minha companhia? - Sorri para ela.

- Mas e o sorvete? Vai derreter.

- Vou pedir para guardarem aqui na sorveteria, quando eu terminar venho aqui e busco. Pode ser assim?

- Pode sim. - Entrei na sorveteria e pedi para guardarem para mim, eles já me conheciam, sempre vinha aqui com meus pais. Logo após fui tomar café da manhã com Luci.







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