Capítulo 14

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Mariano narrando

Sunshine ficou apreensiva, dava para ver em seu semblante o desconforto após ouvir Woo-bin falar que o filho tinha que casar logo.
Ela deu uma desculpa que na estava se sentindo bem e se levantou da mesa, tentou que Seo-joon não fosse com ela, mas seu esforço foi em vão.

Os dois levantaram e eu fiquei ali com o pai de Seo-joon.

- Ela costuma passar mal assim? - Woo-bin me perguntou.

- É uma situação delicada senhor... Quando ela estiver pronta, ela te contará . Sunshine é uma pessoa incrível, acredito que está se esforçando muito para estar esse tempo todo sentada aqui. Ela deveria estar descansando, mas está aqui dando o seu melhor. Posso te pedir algo? Com todo respeito...

- Pode sim... - Ele largou o garfo e me encarou.

- Evite perguntas desnecessárias, pelo bem psicológico dela e de seu filho. Passamos  por momentos difíceis, tem pouco tempo. Joon está tratando Sun, ela não está bem. Caso comece a chorar ou queira se retirar, não leve para o lado pessoal, ela não está bem.

- Dá pra ver que você gosta muito deles. - Ele relaxou um pouco e pegou o garfo novamente.

- O senhor não sabe o quanto.  - Voltamos a comer e depois de alguns minutos eles voltaram.

Desculpe senhor Woo-bin. - Sunshine e Seo-joon sentaram onde estavam antes. - Faz pouco mais de uma semana que eu sofri um sequestro e tive uma sequência de problemas. Minha saúde ainda não está muito boa, tanto física quanto mental.

- Entendo! Graças a Deus você está aqui. - Ele tentava demonstrar afeto, mas era tudo muito forçado.

- Sim... Graças a Deus, em primeiro lugar. Mas também, graças a Mariano que conseguiu uma equipe especializada em sequestro e graças a Joon, que não aceitou eu ter partido dessa vida e pediu pra Deus me devolver. Como falei anteriormente, devo a minha vida a eles.

- Quer dizer que a coisa foi feia então? - Ele falou meio receoso.

- Sim... Está vendo esse corte aqui? - Levantou o casaco e mostrou o pulso a ele. - Perdi muito sangue por ele e tive uma parada. Tive uma parada cardíaca de meia hora. Conseguiram me reanimar e me perderam novamente. Após o médico fazer tudo o que pôde e já ter desistido, como um milagre... Eu voltei. E esse motivo foi porque Joon estava orando. - Olhei para Joon e ele estava com os olhos rasos de lágrimas.

- É sério isso? - Woo-bin olhou para Joon.

- Sim. Foram horas de negociação e sofrimento, dias no hospital para ela ficar bem... Mas graças a Deus deu tudo certo. Esse cara aí nos ajudou muito. - Joon olhou pra mim. - Temos uma eterna gratidão.

- Só fiz o que um amigo faria. - Dei um sorriso.

- Que história! E como você se meteu nisso? - Woo-bin olhou para Sunshine com olhos acusadores.

- Você se lembra de Pablo? - Ela perguntou

- O que é gêmeos?  Filho de Heitor?

- Sim, tudo isso foi causado por ele. As vezes achamos que conhecemos as pessoas e que são nossos amigos, mas nos enganamos muitas das vezes.

- Verdade. - Joon falou e seu pai abaixou a cabeça.

- Mas vamos esquecer as coisas tristes. Vamos acabar de almoçar, afinal já atrapalhei muito o almoço. - Sun falou e voltamos a comer.

Joon conversava com seu pai. Ele contava coisas e Joon prestava atenção. Eu estava ali participando da conversa, como um bom ouvinte.
Sunshine estava com os pensamentos longe e com um sorriso fino nos lábios. O que será que esses dois aprontaram?
Seo-Joon reparou no sorriso dela e  riu também, se inclinou em sua  direção e sussurrou algo em meu ouvido.
Aquilo fez Sunshine corar. Depois do sussurro, ele entrelaçou seus dedos e ficou segurando a  mão de Sunshine  por baixo da mesa. Voltou a atenção para seu pai  e continuou a conversar.

Almoçamos e Joon ajudou Sun a tirar a mesa. Comemos Banoffee com sorvete de sobremesa. Sun tinha feito, pelo jeito era a sobremesa preferida de Joon.
Fiquei encantado com o sabor, nunca tinha experimentado. O doce estava no ponto certo e era leve, comi duas vezes.

Após o café da tarde, me despedi dos meus amigos e fui para casa. Tinha umas coisas para arrumar e  em breve voltaria para Milão. Agora terei que ficar indo e vindo, por causa das empresas que tenho que visitar. 

Como voltei às minhas atividades normais, não tenho tanto tempo para conversar pessoalmente com Joo e Sun. Sempre quando dá eu os visito ou faço chamada de vídeo.
Arrumei minhas malas e assim que o dia clareou peguei a estrada. Faz pouco mais de 3 meses que estou longe dos meus pais. Resolvi fazer uma surpresa para eles.

Tenho colocado minhas emoções no lugar e estou aberto para um novo relacionamento. Não podemos nos privar de amar intensamente, só porque alguém errou conosco.
Espero saber identificar a pessoa correta e que eu seja o que ela busca.

Parei em frente ao grande portão da casa dos meus pais e esperei o portão abrir por completo. Dirigi até pelo longo quintal e parei bem perto da porta da entrada. Senti o cheiro do almoço, isso fez minha barriga roncar. Minha mãe gostava de cozinhar aos finais de semana.

- Toc, toc! - Entrei na sala, joguei as malas no chão e corri em direção aos meus pais que estavam na cozinha.

- Ah, que surpresa boa! - Minha mãe correu e me abraçou, meu pai estava mais distante e chegou por último.

- Como vocês estão? - Beijei meus pais e os abracei apertado.

- Parece até que você adivinhou, estou fazendo sua lasanha preferida. - Minha barriga roncou novamente.

- O cheiro está indo lá na esquina. Como é bom ter uma família que nos ama. - Lembrei de Sunshine, que perdeu os pais muito nova. Lembrei de Seo-joon, que seus pais eram separados e não compreendiam suas escolhas. Louvo ao Senhor por ter pais tão perfeitos. Por isso que eu faço e continuarei fazendo tudo por eles.

- Sente-se, você deve estar cansado da viagem. - Meu pai puxou a cadeira para eu sentar.

- Está tudo bem, depois eu descanso. - Sentei e meus pais sentaram do meu lado. - Eu amo vocês, sabem disso?

- Claro que sabemos, tem como esquecer? - Minha mãe disse e nós rimos.

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