Capítulo 13

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Mariano narrando

É engraçado ver como criamos um laço tão forte. Tenho visitado Sun e Joon todos os dias, desde que voltaram do hospital. Tenho ajudado Joon a cuidar de Sun, ela está precisando de cuidados especiais.
As feridas dos seus braços já  cicatrizaram, só o corte mais profundo que ainda dói quando fazemos curativos, não curou completamente.
O roxo do seu rosto já está bem mais claro.

Joon pediu licença de tudo que tinha para fazer na rua, os pacientes indispensáveis ele atende online.
Sun ficou com um grande trauma, mas dá pra ver que ela em gratidão em seu rosto. Seo-joon e Sunshine são perfeitos um para o outro, é lindo ver o amor deles.  Ele é atencioso e amoroso, não a deixa nem um minuto sozinha. Eu tento estar sempre muito alegre, conto coisas que a fazem rir, enquanto Joon prepara as refeições ou atende alguém online.  Parece que nos conhecemos há muito tempo, Sunshine é tipo irmã mais nova.

Joon comentou que ela está tendo pesadelos, é super normal depois de tudo o que ela passou. Ainda bem que ele é psiquiatra.
A vida está se encaminhando, Sun colocou alguém de sua confiança para trabalhar em sua empresa, Joon fica em casa com ela e os visito todos os dias depois do trabalho.

Hoje trabalhei em casa. Como não tinha muita coisa para fazer, acabei cedo e decidi ir nos vizinhos. Ia ver se já tinham almoçado, poderíamos comprar comida.
Caminhei até lá e toquei a campainha.  Quem sempre que me atendia era Joon, mas dessa vez foi diferente...

- Que honra, ser recebido pelo nosso milagre ambulante. - Sorri. Dei um abraço e um beijo na cabeça de Sun. Como era bom vê -la bem.

- Olá, como você está? - Ela perguntou com um enorme sorriso.

- Estou bem. - Respondi.

- Vem, entre. Estamos com visita! - O semblante dela mudou um pouco.

- Então eu volto depois... - Fiquei com medo de atrapalhar.

- Não, nada disso. Vem conhecer o pai de Joon. - Ela me puxou pela mão.

- Tem certeza? - Fiquei meio tenso.

- Sim, tenho sim. Você já almoçou?

- Ainda não. - Falei sem graça.

- Então almoce conosco. - Ela me puxou pela mão e me levou até a mesa.

- Olá meu amigo! - Joon levantou e me deu um abraço. Comprimentei o pai de Seo-joon.

- Prazer, sou Mariano. Eu não falo muito bem o português. Desculpe! -
Quando entrei ele estava falando algo com Joon, era em português.

- Prazer, sou Woo-bin. Podemos falar em italiano. Eu arranho algumas coisas, o que eu não souber meu filho me auxilia. Pode ser? - Ele olhou para mim e para Joon .

- Combinado. - Respondemos uníssono.

- Joon, convidei Mariano para almoçar conosco, ele ainda não almoçou e como tem comida de sobra... - Sun sorriu de forma amável.

- Eu já ia fazer isso. Perguntar se ele estava servido. Senta aí, vou pegar mais um prato. - Me sentei ao lado de Sun, enquanto Joon foi pegar o prato.

- Você já provou comida coreana? - Woo-bin me perguntou.

- Nunca. Está com a cara boa. - Sorri. Virei para Sun e sussurrei. - E o pulso, melhorou ?

- Sim, está melhor, mas ainda dói. - Ela me mostrou por baixo da mesa.

- Já, já está novinho em folha. - Falávamos baixo. Joon me deu o prato e se sentou do outro lado de Sun, onde já estava sentado.

- Então, você é namorado de Sunshine? - Woo-bin soltou logo essa bomba. Olhei para Sun com um sorriso e logo olhei para Joon. Ainda bem que eu já estava acostumado com coisas fora do comum. Joon cuspiu a metade da água que estava em sua boca. Sun me olhou com um olhar que implorava para não os entregar.

- Quem me dera! - Dei um sorriso e olhei para Joon. - Não sou não, sou apenas amigo de Seo-Joon e amigo de Sunshine. Ela tem noivo, vou te falar... Que cara de sorte, mas ela também tem sorte por tê-lo. Nossa relação é de amizade mesmo, me sinto o irmão mais velho. - Deu pra vê-los respirando aliviados.

- Compreendo. - Ele bebeu um pouco da água.

- Sr. Woo-bin era amigo dos meus pais. - Sun quebrou o climão.

- Ah, então o senhor sabe como é ter amigos. Nos sentimos em casa  quando estamos com eles. - Falei porque era assim que eu me sentia com eles.

- Sim, sei sim. - Ele se calou e voltou a comer.

- Quem foi o responsável pelo pedido da comida, isso aqui está divino. - Falei após experimentar a comida.

- Com certeza foi Joon, ele tem muito bom gosto. - Sun olhou para Joon.

- Ah, disso eu não posso negar... - Sorri com a resposta, aquilo tinha duplo sentido. Voltei a comer.

- Que bom que todos gostaram, fico feliz em agrada-los. - Por fim Joon falou. O seu rosto estava vermelho. E eu prendia o riso.

- O próximo almoço vai ser na minha casa. Tenho dado muita despesa para Seo-joon.  Estou acabando de resolver umas coisas na empresa e logo voltarei para Milão. Então vai ser um almoço de despedida.

- Sentiremos saudades de você. - Joon respondeu.

- Eu também sentirei saudades de vocês. - E isso era a mais pura verdade.

- Pena você não estar saindo, né Seo-joon? Como você vai no almoço na casa de seu amigo? - O pai de Joon resolveu alfinetar.

- Não vai ser preciso eu sair , ele mora aqui mesmo, nessa rua. Uma casa antes da casa de Sun. - Joon sorriu para nós.

- Ah, então são todos amigos de condomínio. Seu noivo não tem ciúmes de você com dois amigos homens? Por que não está aqui também?

- Ele não tem motivos para desconfiar de mim. Ele sabe que eu só tenho olhos para ele e que não o trocaria por nada. Ele confia em mim e na verdadeira amizade.
Joon é parte da minha vida, se eu tivesse que viver longe dele eu sofreria muito. Mariano é parte da minha vida também. Devo muito a Joon e a Mariano, devo a eles minha vida. - Sun respondeu com o semblante em paz

- Entendo. - A cara dele era de poucos amigos, talvez não fosse a reposta que ele esperava escutar.

- Então pai, o que andou fazendo esse tempo todo? - Joon resolveu mudar de assunto.

- Tive tempo pra refletir em tudo de errado que fiz na vida. Pelo menos tive a oportunidade de recomeçar. É difícil lidar com coisas guardadas dentro de nós.

- Posso te ajudar, que tal marcarmos uma terapia? - Joon se ofereceu.

- Não é tão simples assim. Não sei se estou preparado para falar disso. Ainda mais com você. Mas eu prometo que vou pensar com carinho.

- Tá bom. Você vai se sentir melhor, depois que colocar tudo pra fora.

- Com certeza. Mas agora, vamos falar de você. Já está no tempo de conhecer alguém, é nossa tradição. Seu avô ainda não arrumou ninguém para você? - Agora foi a vez de Sun cuspir a água.

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