Mariano narrando
Sai e ela estava me esperando na porta.
- Vamos? Hoje eu escolho o lugar. Como sou eu que vou pagar, você ainda me deve um jantar. - Sorri para ela enquanto andávamos.
- Mariano, deixa eu te perguntar uma coisa. Não tem problema você estar andando comigo? Quer dizer, você pode ter namorada e ela entender alguma coisa errada. Não quero te causar problemas. - Havia preocupação em seu rosto.
- Não se preocupe, não tenho namorada não. - Olhei para ela e sorri. Ela sorriu e abaixou o rosto. - E você, tem namorado? - Ela olhou para mim corada.
- Não, também não tenho.
- Então está tudo certo. Não devemos satisfação a ninguém, não temos com o que na preocupar.
- Isso. - Ela sorriu. Seu sorriso era perfeito. Como alguém ficava tão linda com um rabo de cavalo?
- Chegamos. - Levei Luci na padaria mais cara que tinha por perto. Eu era um dos sócios-dono daquela padaria. Tudo que era produzido ali era muito gostoso.
- Mariano, não posso fazer isso com você. - Ela parou na porta e segurou meu braço, me impedindo de entrar.
- O que foi? - Olhei para ela.
- Aqui é tudo muito caro. Não posso deixar você gastar seu dinheiro assim, comigo. - Ela me olhava quase implorando para eu não insistir.
- Ei, deixa comigo. Não se preocupe. - Tentei dar mais um passo e ela me segurou novamente.
- Não estamos vestidos adequadamente. As pessoas vão nos olhar com indiferença. - Seu rosto estava corado. - Voltei e fiquei de frente para ela.
- Olha para mim. - Ela olhou meio envergonhada. - Confia em mim, por favor. Eu tenho que te contar algumas coisas, mas antes de tudo eu tenho que falar algo muito sério para você.
- Pode falar. - Ele olhou no fundo dos meus olhos e eu quase perdi o raciocínio.
- Pare de pensar no que as pessoas vão dizer. Ninguém tem nada haver com a sua vida. Você não pode viver em prol do que os outros acham ou pensam. Promete que você vai trabalhar nisso?
- Prometo. - Ela olhou para baixo.
- Outra coisa... Você com roupa de caminhar e rabo de cavalo está mais linda do que todas as mulheres que estão aqui. - Sussurrei no ouvido dela, me afastei e coloquei o dedo na boca, pedindo silêncio. Ela me olhou e sorriu. - Vem. - Estendi a mão e ela segurou. - Vou escolher um lugar reservado, para você ficar mais a vontade.
- Bom dia, sr. Mariano. - O recepcionista veio até nós. - Bom dia senhorita. Ela respondeu com um sorriso.
- Bom dia meu querido. Me arrume um lugar mais reservado? - O recepcionista nos indicou por onde deveríamos ir.
- Por aqui, por favor. - Chegamos em uma sala enorme no segundo andar. Só tinha uma mesa com seis cadeiras. As paredes eram todas de vidro. Tinha um buffet com muita variedade. - Se quiserem algo que não tem aí, me sinalize que venho e peço para preparar.
- Perfeito! Muito obrigado Gaspar.
- Por nada Sr. Mariano, é um prazer atender o senhor.
- Você o conhece? Já trabalhou aqui? - Ela olhava para Gaspar e para mim. Sussurrava debruçada na mesa, tentando ficar mais próxima de mim.
- Conheço sim, conheço todos os funcionários daqui. Mas nunca trabalhei aqui. Como vou te explicar... Eu sou um dos donos daqui.
- O quê? - Ela encostou na cadeira com uma cara de espanto. Seus olhos estavam arregalados.
- Você está bem? - Levantei e sentei do seu lado. Peguei em sua mão.
- Como assim você é um dos donos? Essa padaria só tem dois donos. Eles são muito ricos.
- O outro dono é meu pai. - Os olhos dela arregalaram mais ainda, sua boca estava estava em formato de O.
- Mentira! Gente... - Ela cobriu a boca com a mão que estava solta.
- Olha, você não vai passar mal agora. Vai? Vamos tomar café primeiro. - Sorri para ela.
- Eu estou chocada. - Ela começou a rir.
- Você quer se servir ou quer que eu te sirva? Ou prefere que alguém sirva? Deixe para ficar chocada depois.
- Eu vou me servir. Pode deixar , você é v engraçado. Você quer que eu te sirva?
- Não, não precisa. Não gosto de dar trabalho.
- Tem certeza? Então vamos lá pegar... Eu vou comer tudo o que eu tenho direito, provavelmente vai demorar para e voltar em um lugar como esse. Tenho que trabalhar muito.
- Você pode vir quando quiser, vou deixar avisado. Tudo por minha conta. - Passei por detrás dela e sussurrei em seu ouvido, enquanto ela pagava as coisas no buffet.
- Mentira. Não brinca assim comigo Mariano. - Ela voltou a pegar.
- Acha que é brincadeira? Só um minuto. - Eu fiz um sinal com o dedo e Gaspar veio até mim. - Gaspar, está vendo essa senhorita aqui? Quando ela vier aqui, trate-a bem. Ela e os convidados que vierem com ela. Seus gastos serão por minha conta. Entendido?
- Sim senhor. - Gaspar assentiu com a cabeça e se afastou, eu fui em direção a Luci. - Pronto, tudo resolvido.
- Como assim?- Ela estava parada com o prato na mão.
- Agora você pode vir quando quiser. Traz seus pais.
- Eu só tenho mãe. Meu pai faleceu em um acidente. - Nos direcionamos para a mesa.
- Eu sinto muito.
- Obrigada, já faz tempo. É sério que posso vir com minha mãe?
- Claro que sim. Quando quiserem. Ou pode pedir para entregar em casa.
- Por que você é tão generoso assim? - Ela colocou o prato na mesa e ficou me olhando.
- Meus pais me ensinaram, eu gosto de ser generoso, me faz bem. Deixa eu te contar um segredo, pessoas que tem muito dinheiro são sozinhas. Muitas pessoas querem se aproximar só por causa do status social. É difícil achar um amigo nesse meio.
- Entendo.
- Sou estou tentando te dar um momento de felicidade. Deve ter sido muito ruim aguentar toda provocação de Giovanni, agora sabendo que é só você e sua mãe... Ele deve ter usado isso para te chantagear.
- Usou sim, muitas vezes. Mas está tudo bem. Daqui a pouco eu vou assinar minha demissão. Vou procurar outro emprego. Pelo menos conheço o dono dessa padaria. - Ela levantou os braços mostrando a área onde estávamos. - Já posso pedir um emprego para ele. - Ela riu e começou a comer. - Come. Está uma delícia. - Isso me fez sorrir.
O jeito que ela falava e contava as histórias, me deixava hipnotizado. Como podia ser tão linda?
Tinha algo nela que me atraia e me fazia sentir gratidão. Deve ser porque foi a primeira mulher que me olhou com igualdade e não se aproveitou de mim. Luci era italiana, mas descendente de mexicano, seus pais eram do México. Ela tem os traços de uma mulher latina. Seu jeito doce e carismático me fez querer estar com ela todos os dias. Ela me fazia sorrir como nunca ninguém fez.- Luci. Nosso jantar está de pé, né?
- Claro que está. E eu vou pagar. - Ela sorriu e enfiou o garfo na boca.
- Mas se você pagar, como vou ter uma desculpa para te chamar para sair novamente? - É sério que eu falei isso em voz alta?
- Então você quer sair comigo mais vezes? Tá bom, vou deixar você pagar o de hoje. Amanhã eu pago, pode ser?
- E se eu pagar o de amanhã também? - Sorri para ela. Ela sorriu e olhou para o lado, tentando disfarçar o sorriso.
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Angel Baby
RomansaMariano, um jovem empresário italiano amável, atencioso e muito gentil descobre que nem todas as pessoas só pensam em dinheiro. Que existe amizades verdadeiras. Que vida é muito mais do que casa e trabalho. Que o amor pode estar mais perto do que...