Capítulo 5

115 7 10
                                    

Mariano narrando

Não acreditei quando Violete falou que tinha o tipo sanguíneo da minha mãe. Fiquei muito agradecido por ela querer doar. Informei ao meu pai e comemoramos.

No final da manhã chegaram as bolsas com sangue. Dentre elas, estava a que era para minha mãe. Aquilo me trouxe um certo alívio.
A transfusão começou e após seis horas ela foi transferida para um quarto onde podíamos ficar com ela.

- Olá mamãe! Como a senhora está se sentindo?

- Oi meu filho, vem aqui... - Ela estendeu a mão em minha direção e eu caminhei até ela. - Pensei que ia ficar aqui por mais tempo. Nem acredito que o doador apareceu.

- Sim mamãe, parece ser um milagre. - Segurei sua mão. - Está se sentido bem?

- Sim, estou renovada. Só um pouco cansada, mas me falaram que isso é normal após a transfusão.

- Então tente descansar, daqui a pouco vem seu lanche e eu te chamo. -Mandei mensagem agradecendo Violete pelo gesto lindo. Tenho uma dívida eterna com ela.

Minha mãe recebeu alta dois dias depois da transfusão, ela só tinha que ficar de repouso uns dias, mas com seu organismo estava tudo bem. Retornei para as aulas assim que ela foi para casa. Ao ver Violete, corri em sua direção e dei um abraço apertado nela.

- Eu não tenho como te agradecer. Muito obrigado por tudo.

- Que nada, sei que fariam o mesmo por mim se eu precisasse.

- Com certeza! Mas você não vai precisar, se Deus quiser. Só eu sei o desespero que passei, não desejo para ninguém. Não tenho como pagar o que você fez.

- Me paga com um jantar... Que tal? - Ela sorriu para mim.

- Pode escolher o restaurante que você quiser.

- Jura? Tem um que eu sempre quis conhecer, mas dizem que é muito caro. - Ela fez um biquinho.

- Então é nesse que nós vamos. Me fala qual é para eu fazer a reserva. É melhor gastar com prazeres na vida do que com morte.

- Isso é verdade! Então tá. Vou te mandar o contato.

- Tá bom. Vamos para a aula?

- Vamos sim.

Minha gratidão por Violete estava enorme. Estava até cogitando em dar uma chance para ela. As coisas que não me agrado nela poderia ser conversada.
Após a aula, liguei para o tal restaurante. Tinha horário para daqui há dois dias. Reservei a mesa e comuniquei para Violete.

Minha mãe tem se recuperado muito bem, então me senti confortável em deixa-la com meu pai para ir jantar fora daqui há uns dias. Comuniquei a eles e eles ficaram felizes. Falei que ela, a moça que e iria jantar, era a doadora do sangue que salvou minha mãe. Meu pai pediu para trazê-la para um almoço. Todos estamos muito gratos.

O dia do jantar chegou, coloquei uma calça jeans clara, um blusão branco e um sobretudo nude. Hoje a noite está fria.
Parei em frente a casa de Violete e mandei uma mensagem dizendo que cheguei. Caminhei até a porta da casa e apertei a campainha.

- Olá, boa noite. Me chamo Mariano. Tudo bem com o senhor? - Falei para o senhor que abriu a porta. Parecia ser pai de Violete.

- Olá meu rapaz, boa noite. Tudo bem sim.

- Estou cursando a faculdade com sua filha. Hoje vim busca-la para um jantar. Pode deixar que não voltaremos tarde, sou uma pessoa responsável com os horários. Ah, eu também não bebo bebida alcoólica, fique tranquilo quanto a isso também.

- Muito bom, já senti confiança em você. Entre, sente-se um pouco. Ela logo irá descer. - Sentei na poltrona e fiquei esperando, enquanto o pai de Violete assitia televisão.

- Olá, boa noite. - Violete estava deslumbrante dentro de um vestido rosa com uma fenda até a coxa. Em seu braço tinha um sobretudo branco pendurado.

- Olá. - Levantei para saudar. - Você está linda.

- Muito obrigada. Já conheceu o meu pai?

- Já sim.

- Então vamos? - Ela estendeu a mão para mim. Eu segurei e fomos caminhando em direção a porta.

- Até mais, senhor. - Falei antes de sair.

- Até! Divirtam-se.

- Muito obrigado. Boa noite. - Abri a porta do carro para ela entrar e logo me sentei ao seu lado. Fomos conversando durante o trajeto, logo chegamos no restaurante.

O restaurante era muito bonito e bem frequentado. Estacionei na entrada e desci para abrir a porta. Dei a mão a Violete e a ajudei a descer.
O jantar foi ótimo. Como eu estava preocupado com a hora, logo fomos embora.
Parei em frente a casa de Violete, ia descer quando ela segurou meu braço, me impedindo de levantar.

- O que foi? Aconteceu algo. - Olhei para ela.

- Não. É que eu queria te agradecer pela noite maravilhosa. Podíamos ter mais noites assim. Você fica um pouco mais aqui comigo?

- Fico sim. Mas não vou demorar muito, meus pais não dormem enquanto eu não chego. E minha mãe tem que descansar.

- Entendo. Eu queria mesmo era te perguntar uma coisa... Mas estou sem graça.

- Pode falar. -Me virei um pouco para seu lado e ela abaixou a cabeça.

- Queria saber se você tem namorada. Nunca te vi com ninguém lá da faculdade...

- Não, eu não tenho. - Dei um sorriso.

- Sério? - Ela olhou para mim e sorriu. - E se eu te pedir para ser meu namorado, o que você diria?

- Bem... - Fiquei sem graça. - Posso pensar sobre o assunto.

- Ah, então quer dizer que não sou boa o suficiente para você? - Ela bufou e levantou uma sobrancelha.

- Não, não é isso. É que eu não pretendo namorar cedo. Mas posso pensar. - Ela fez uma cara de choro e olhou para frente. - Não faz essa cara não, podemos sair mais vezes.

- Vou te confessar uma coisa, não ria. Eu  gosto de você desde o primeiro dia que eu te vi.

- Sério? Você está me deixando constrangido. - Cocei a cabeça e sorri.

- Eu morro de ciúmes daquelas meninas que querem grudar em você. Sei que não tenho direito de sentir ciúmes, mas eu sinto.

- Nem sei o que dizer. - Cocei a cabeça.

- Se eu te pedir uma coisa, você faria?

- Depende... Posso ver se posso fazer. - Olhei para ela.

- Me dá um beijo antes de me deixar na porta de casa?



Angel Baby Onde histórias criam vida. Descubra agora