Capítulo 33

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Mariano narrando

Dirigi o mais rápido que pude, nem consegui avisar meus pais. Sai pelas ruas como um louco, buzinando e com o alerta ligado.
Nunca tive que socorrer ninguém, ainda bem que as pessoas entenderam e me deram passagem.
Luci estava urrando de dor, as contrações estavam com um curto espaço de tempo.

Chegamos no hospital e eu corri na recepção. Logo arrumaram uma cadeira de rodas para ela. O médico do seu pré natal estava de plantão.
Expliquei o que aconteceu, ele pediu para desmarcar a agenda que tinha para aquele dia. Pediu a equipe para se aprontar e levou Luci para ser examinada.

- Suas contrações estão com um período muito curto de uma para outra. Como a bolsa já estourou vai começar a evoluir mais rápido, temos que ver se você vai ter passagem para um parto normal. - Ele disse após examinar Luci.

- Mas tem risco, se ele nascer agora? - Luci perguntou preocupada.

- Não, ele está muito saudável. Talvez tenha que ficar na incubadora para uma adaptação, nada que demore uma eternidade. Pode ficar tranquila quanto a isso. - Ele tentou acalma-la. - Vou me trocar e já volto, qualquer coisa aperta o botão da emergência.

- Está bem. - Respondi. Luci virava de um lado para o outro sentindo as contrações, mas não dava um pio. Que mulher forte.

- Mariano, a dor é insuportável. - Ela falou e riu para mim. Seu semblante era de dor, uma lágrima rolou em seu rosto.

- O que eu posso fazer pra te ajudar? Vou encher a piscina pra você entrar. - No quarto tinha um monte de aparelhos para ajudar na evolução. Coloquei a piscina para encher enquanto o médico não voltava.

- Estou com um pouco de medo, será que ele vai ficar bem? - Seus olhos estavam molhados.

- Não vamos sofrer por antecipação, você tem que manter sua mente forte. Nós dependemos de você. - O médico voltou e me ajudou a coloca-la na piscina. Em poucos minutos ela começou a evoluir. Começou a sair muito sangue na água, o médico achou melhor tira-la de lá.

- Vamos te dar um medicamento para evoluir mais rápido, você está perdendo muito sangue. - O médico explicou antes de colocar o soro e aplicar o medicamento no soro.

- Quanto tempo mais ele vai ficar assim? - Perguntei ao médico, já não aguentava mais vê -la daquele jeito. Estava me fazendo de forte.

- Já está com seis de dilatação. Caso continue evoluindo rápido, em alguns minutos esse meninão estará aqui. - Luci fazia força sempre que a contratação vinha e eu estava ali segurando sua mão e fazendo força junto com ela. Como eu queria que aquilo tudo passasse logo. Eu não aguento vê -la sofrer.

- Mariano, liga para nossos pais. Avisa a eles que nosso bebê vai nascer. - Ela estava com a testa suada, seu semblante abatido por causa da dor.

- Você ainda consegue raciocinar nessas condições ? Eu nem estava lembrando disso. - Ela sorriu para mim. - Realmente, as mulheres aguentam dor. Eu já estaria gritando igual a um louco. O hospital todo já  teria batido aqui. - Sorri para ela de volta, para não demonstrar minha preocupação.

- Vai valer a pena cada dor, nosso amor está chegando. Nosso Miguel. - Ela alisou a barriga. - A dor está aumentando, deve ser por causa do medicamento. Ligue logo para eles. - Ela acabou de falar e começou a fazer forças. Eu entrei no banheiro e liguei para meu pai, pedi para ele avisar a mãe de Luci e voltei correndo para o lado dela. O médico se levantou da cadeira e veio examinar Luci.

- Já chegamos a oito de dilatação. Miguel está com pressa de ver o mundo. - Ele brincou.

- Pois é! - Luci respondeu.

- Vou fazer uma massagem em sua barriga, você não pode ficar perdendo sangue assim. Caso demore mais vinte minutos, vou ter que te levar para a cesárea. - O médico acabou de falar e Luci fez força, sentindo a contração. Do nada surgiu um monte de cabelinho no canal vaginal de Luci. - Eita, ele já está aqui. Luci, não para de fazer força, quando a contração vier você faz força. Ele está ajudando.

- O quê? Isso aí é ele? - Eu falei com um certo desespero. As lágrimas começaram a sair, faltava pouco para eu conhecer meu pequeno. A barriga de Luci ficou dura e ela fez força, o médico apoiou uma mão em sua barriga e deu pequenos empurrões para baixo.

- Vamos Luci, ele já está aqui. Não pare agora, vamos lá. - Luci fez força até perder o ar e logo ouvimos um chorinho. Aquela melodia foi a mais que eu ouvi na vida.

- Nasceu? - Ela estava ofegante. Me olhava com os olhos arregalados e sorria ao mesmo tempo.

- Sim amor. Parabéns você é uma guerreira. - Eu estava segurando sua mão. Que emoção mais gostosa de sentir. Eu havia me tornado pai.

- Parabéns, é um meninão lindo e saudável. Vamos fazer os procedimentos e já traremos para vocês. - Uma enfermeira levou Miguel para o lado de Luci e fez os procedimentos nele, enquanto o médico fazia os últimos procedimentos em Luci.

- Seu útero contraiu bem. Agora está tudo bem. Vou ter que dar uns pontos aqui, Miguel é muito grande. Rasgou um pouco, nada que uns quatro pontos não resolva.

- O importante é que ele está bem. - Luci relaxou na cama.

- O importante é que vocês estão bem.   - Falei e passei a mão em sua cabeça. Dei um beijo em sua testa. - Estou muito orgulhoso de você, você é mais forte do que eu pensei. Eu te amo.

- Obrigada por ser meu porto-seguro, eu te amo.

- Com licença... Aqui está o presente de vocês. - Miguel estava todo enroladinho e com uma touca. Ele é a coisa mais linda.

- Olha amor. Nosso amor é tão perfeito. - A enfermeira deu no meu colo e eu coloquei do lado de Luci, estava com medo de deixa-lo cair.

- Ele é lindo. Ele é tão perfeito. -Luci passou o dedo no rosto de Miguel, contornando seu rosto. Eramos só choro.

- Vamos levá-lo para alguns exames. Certamente não precisará ficar muito tempo na incubadora. - O médico disse.

- Doutor, muito obrigada por tudo. Eu vou te pedir uma coisa, não deixe Miguel sozinho, sem alguém de sua confiança. Eu tive um sonho que ele era levado e hoje aconteceu algumas coisas estranhas. - Luci estava ansiosa.

- Pode ficar tranquila.

- Posso pedir um segurança para ficar perto de onde fica as encubadoras? - Perguntei.

- Claro que sim, é melhor prevenir. Não sabemos o que está acontecendo. - O médico respondeu.

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