~• 0.7 •~

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∆ • MALLORY EVANS • ∆

Ela deu um leve sorriso, Helena vestia um vestido vermelho bem curto e colado, seus cabelos estavam presos em um rabo de cavalo e sua maquiagem era um rosa choque seguida de um delineado lindo, pedi que ela fizesse uma maquiagem simples em mim, meu cabelo estava solto com algumas ondas caindo e espalhando-se por meus ombros, meus lábios tinham cor de morangos bem vermelhos, ela sorriu me segurando.

— É tarde para desistir, hoje a noite é toda sua. — alargou seu sorriso.

Estou com uma sensação ruim dentro do peito, mas não deve ser nada.

Após um bom tempo esperando o taxi, Helena estava com os nervos a flor da pele, pois odiava chegar atrasada em festas e o coitado do motorista foi escutando sua reclamação sem dizer um pio. Longos minutos se passaram e nós chegamos a um prédio luxuoso e iluminado na cor roxa, haviam luzes na entrada e dois seguranças, tirei minha identidade da bolsa e então entramos na fila para passar.

Sentia olhares em mim, o que me causou um leve desconforto já que odiava ser o centro das atenções, ao entrarmos o barulho da música era tão ensurdecedor que coloquei minhas mãos sob as orelhas, Helena me guiou até uma mesa com cinco mulheres e dois homens que estavam fumando e bebendo, fiz uma careta discreta quanto a isso.

— Ora se não é a Leninha. — o homem loiro à esquerda de uma mulher de cabelos negros que reconheci ser da empresa começou.

— Boa noite Pit. — Helena sorriu e então me puxou para seu lado. — pessoal essa é Mallory, nossa mais nova colega de trabalho. — apresentou.

— Oi — foi só o que eu disse.

Pit, no entanto, olhou para mim mordendo os lábios de forma sedutora, mas me senti estranha com seu olhar sobre mim, então eu e Helena nos sentamos e acabei ficando ao lado do outro homem que tinha cabelos negros e olhos acredito que verdes, pois as luzes da boate não me permitiam ver com certeza. Eu estava distraída olhando ao redor do lugar até sentir um mão grande pousar em minha coxa desviando minha atenção.

— Então, boneca, me chamo Karl. — se apresentou e me senti enojada.

O olhei com medo, mas forcei um sorriso.

— Er... Olá Karl. — eu disse tentando afastar minha coxa, mas ele a segurou firme. — pode soltar a minha coxa? — sussurrei.

Ele estreitou os olhos e então pegou minha cintura me forçando a levantar e então ficou ao meu lado.

— Galera, vamos conversar um pouco, logo voltamos. — ele disse sério e Helena tentou protestar notando minha cara, mas foi parada por uma mulher loira.

Ai meu Deus, o que ele vai fazer? Droga! eu tinha quer vir para esse lugar?

Ele me levou até um canto mais escuro, um corredor ao lado dos banheiros o aroma não era dos melhores e então me prendeu contra a parede erguendo minha coxa enquanto eu me debatia tentando me soltar.

— Essa marca que você tem... é de Azazel não é? O que você é dele, boneca? Essa marca é real? — virou meu rosto mirando meu pescoço.

Era isso então? Ele só queria saber da marca, não, não deve ser só isso.

— Solte-me! — eu disse tentando soltar minha perna, mas ele a segurou firme.

— Ter em posse algo que é de Azazel... é tão... tentador. — ele se inclinou para beijar meu pescoço e minha respiração acelerou.

Eu não tinha como evitar isso, se esse cara sabe quem é Azazel então ele também deve ser uma criatura assassina, como vou me defender disso? Meu coração acelerou e de repente o ar diminuiu, minha pele começou a tremer e o chão parecia distante, eu estava prestes a ceder. Alguém! por favor, as presas! Ele vai me morder! fechei os olhos com força, Alguém por favor me ajude!

Azazel

Azazel

Azazel

De repente, Karl foi lançado contra a parede com uma força avassaladora tanto que o som de seus ossos quebrando foi possível de se escutar, um braço musculoso segurou minha cintura e meu rosto colou-se em um peito quente, eu soube que era ele, Azazel veio me salvar como se em um passe de mágica, era um alívio sentir seu cheiro mesmo que parecesse estranho eu gostar disso.

Ele baixou a cabeça para me olhar e senti seu dedo erguer meu queixo para cima delicadamente a fim de olha-lo.

— Me diga que está bem? — perguntou e por algum motivo meus olhos se inundaram em lágrimas e em um soluço eu respondi.

— Sim, p-por favor me tire daqui. — agarrei sua camisa.

Assim ele o fez, me levou para fora do lugar e não senti o chão em meus pés ele estava voando comigo nos braços, grudei meu rosto em seu peito e o seu cheiro me causava um efeito anestésico, levantei meu olhar e vi em seu rosto uma fúria gigantesca algo que me fez estremecer e sentir um gosto amargo de medo em minha boca. Suas mãos me seguravam com firmeza e não demorou muito até chegarmos ao último andar de um edifício, Azazel pousou na grande varanda como se ela tivesse sido construída para isso e começou a caminhar para dentro do apartamento.

Ele me colocou sentada no sofá e me deu seu terno para cobrir meus ombros, ele andou impaciente de um lado para o outro passando a mão por entre os cabelos vermelhos bagunçando-os, parou de frente para mim e socou a mesa de centro me assustando e olhando-me furioso.

O que eu disse a você? — gritou e me encolhi no sofá. — você mentiu para mim Mallory.

Minha voz saiu trêmula.

— S-Se eu dissesse... v-você jamais... — parei.

— Eu não ia deixar mesmo, não permitiria, humana estúpida, porque aquele lugar está cheio de gente da minha espécie e sabe o que eles fazem? — perguntou sem esperar resposta e mais lágrimas saíram de meus olhos. — eles estupram, eles matam, eles fazem coisas inimagináveis com mulheres.

Estremeci.

— E-Eu não sabia.

— Não tinha como saber, porra! — ele gritou. — eu tentei te proteger e falhei, se você tivesse morrido... eu mataria essa cidade, eu veria essa porra de mundo queimar com um sorriso no rosto.

Eu coloquei minhas mãos cobrindo meu rosto, não conseguia olha-lo daquela forma, me sentia envergonhada e mais errada do que nunca, meu coração parecia que ia explodir de horror. Eu estava chorando tanto que meu nariz entupiu impedindo minha respiração.

— Desculpa... — murmurei com a voz falhando.

Houve silêncio até que sentisse seus braços ao meu redor e chorei molhando seu peito, eu conseguia ouvir seu coração batendo tão rápido e forte quanto o meu, seu corpo estava tremendo como se tivesse passado anos no gelo do ártico sem roupa alguma, sua respiração estava ofegante, senti minha marca queimar.

— Está ardendo, a marca. — eu sussurrei.

— Me beije. — ele ergueu meu rosto e me olhou com ternura antes colar os lábios nos meus.

Eu jamais faria aquilo de novo, mas temo por Helena que ficou lá sozinha com aqueles monstros, eu agora me sinto estranhamente segura nos braços de Azazel, separamos os lábios e ele roçou o nariz em meu pescoço.

— Você é minha, humana tola, ninguém pode toca-la ou sequer deseja-la a não ser eu...

Anjo Da Paixão - ( Livro 1 - Duologia Angélic Damon's )Onde histórias criam vida. Descubra agora