~• 35 •~

85 9 1
                                    

∆ • AZAZEL MILLER • ∆

Eu não queria que meu melhor amigo se arriscasse dessa maneira, mas sei que quando ele coloca uma coisa na cabeça só tira quando o faz, meu semblante apreensivo deixou claro meus pensamentos, eu estava cansado de muitas coisas e tudo o que importa para mim agora é a segurança dos que eu amo e aquele maldito ainda tem posse da minha família.

— Eu sei que está preocupado, mas eu sou mais forte do que pensa. — ele continuou com sua postura tensa ao mesmo tempo relaxada com as mãos nos bolsos e seu rosto inexpressivo.

Franzi os lábios.

— Achei que odiava ela. — eu disse e ele repuxou os lábios em um sorriso fraco.

— Mudei de ideia. — e então se virou — preciso ir, quanto mais tempo perdemos conversando, mais a Nerídia avança. — começou a andar até a porta.

— Serafh. — chamei.

Ele virou para mim.

— Cuidado. — completei.

Ele assentiu e saiu.

Eu me virei para frente da porta do quarto onde Mallory está e suspirei antes de entrar. Ela finalmente voltara a ser minha, céus, a sensação era de alívio, mas ele não durou muito ao ouvir o som de suas tosses, e eu soube, era questão de tempo até que ela começasse emagrecer demais por não ter apetite e começar a tossir sangue. Meu pai, certa vez, me mostrara um humano que tentou se infiltrar na ilha, eu vira aquele homem dissecar pouco a pouco, lembro quando o pai de Serafh olhou para mim tendo pena por eu estar presenciando aquilo, mas não havia o que fazer.

Entrei no quarto, ela estava sentada com a mão no peito, eu sabia que estava com dor, vi seus olhos encharcados pelas lágrimas e isso partiu meu coração, eu não sabia se aguentaria ser forte na frente dela.

— O que aconteceu comigo? — ela disse, as palavras forçadas por sua determinação, imagino.

Eu engoli em seco, não quero desespera-la.

— Você... — e eu não consegui, não pude ser firme na frente dela e isso me tornava um puto de um fraco.

Me ajoelhei de frente para ela, as lágrimas rolando como se eu fosse um filhote recém-nascido, apoiei minhas mãos em suas coxas que estavam cheias de arranhões por minha culpa e encostei meu rosto nelas, senti suas mãos de maneira fraca acariciando meus cabelos.

— Me desculpe, eu sou um merda. — olhei para ela finalmente — eu fiz isso com você porque não pude me controlar e isso...

Isso está nos matando.

Solucei de forma vergonhosa enquanto a tinha perto de mim.

Eu causei isso.

Ela está assim por minha culpa.

Tudo que aconteceu aqui e muito antes é culpa minha.

Eu a deixei sozinha no apartamento cinco anos atrás.

Eu não consegui salva-la antes e nem sei se consigo agora.

— Az! — ela chamou e tomei fôlego.

Anjo Da Paixão - ( Livro 1 - Duologia Angélic Damon's )Onde histórias criam vida. Descubra agora