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∆ • AZAZEL MILLER • ∆

Com minha humana adormecida em meus braços digito os documentos da empresa no computador sem tirar da minha mente a expressão que ela fez ao me ver na minha verdadeira pele. Não quero que ela tenho medo de mim, ela é importante de mais, perde-la significa parar de viver e tudo o que menos quero é sua aversão.

Olho-a um pouco, a feição suavizada com a mais pura tranquilidade, mas sei que por dentro seu coração está devastado, pois uma pessoa importante para ela corre perigo. Ainda não achei informações claras sobre Lilith, a feiticeira que se passa por cuidadora de orfanato na pequena cidade de Lorien, receio ter que vê-la com meus próprios olhos.

Vou garantir sua segurança e a segurança de Mallory a qualquer custo, não importa o que eu tenha que sacrificar, principalmente agora que estou profundamente ligado a minha sangue gêmeo após nossa união, ela é minha fraqueza, a mulher mais linda que já vira e muito mais do que isso, ela é minha.

Dois toques batem atrás da porta da minha sala, mando entrar e vejo a outra secretária que substitui minha humana quando ela não vem, ao olhar para Mallory em meu colo adormecida noto sua expressão surpresa e percebo também uma estranha e discreta faceta de raiva, mas devo ter visto errado.

— Senhor Miller, o senhor Trevor está aqui para vê-lo.

Franzo o cenho.

Que porra meu pai faz aqui?

Será irritante o quanto ele vai me perturbar se eu não deixá-lo entrar.

— Deixe que entre.

Ela assente e antes de se virar olha para Mallory.

— Espero que tenha sorte de ela não ser stalker quando acabar o joguinho. — ela diz ácida.

— E o que isso tem haver com você? — indago sentindo uma leve irritação no peito.

Quem diabos ela pensa que é para falar da minha sangue gêmeo assim?

— É melhor ter cuidado com o que fala. — ameaço.

Ela apenas se vira e sai da sala com uma postura arrogante que não me agrada nem um pouco, odeio mulheres que acham que podem palpitar na minha vida, somente a minha humana pode fazer isso.

E então o velho entra na sala, aquela postura de general desalmado com as mãos atrás das costas, seu olhar pousa em Mallory e ele cheira o ar.

— Finalmente vai ser mais controlado, não é? — diz parando na minha frente — não esperava que fosse uma mera humana. — ele me olha com reprovação.

— O que veio fazer aqui?

Ele dá uma risada curta e baixa.

— Preciso de motivos para visitar minha empresa? — ele puxa a cadeira e se senta.

Sempre que pode ele lembra que a fundação da empresa foi sua responsabilidade e diz que eu não mereço o que conquistei. Dei uma risada azeda e o encarei enfurecido, até lembrar quem está no meu colo, não quero correr nenhum risco de machuca-la novamente.

— Essa empresa deixou de ser sua quando assumi as coisas que você não foi capaz. — atirei mantendo a calma.

Seu olhar se tornou furioso.

— Não é porque se tornou rei que não me deve mais respeito, seu moleque. — ele esbraveja e bate na mesa.

Sinto Mallory dar um pequeno pulo em meus braços e abrir os olhos assustada.

Esse maldito.

Az? — ela fala com a voz embargada de sono.

— Shh, volte a dormir, está tudo bem. — tento convence-la a voltar a dormir.

Meu pai me olha surpreendentemente calado, observando cada detalhe nela e isso me incomoda.

— Acordei sua fêmea? Ótimo, deixe-me dar uma olhada nela. — ele disse de repente esticando a mão para toca-la.

Meu pai, como antigo rei, tem o poder de ver as memórias e história de vida de alguém com um só toque, então, eu me levantei com ela no colo e abri um portal para a casa dela, precisava conversar com ele sem colocar ela em risco, atravessei-o e coloquei-a em sua cama voltando para a sala em seguida e fechando o portal.

— Você é um bastardo mesmo, tem algo sobre ela que não quer que eu veja? — indaga desafiador.

— Se tenho ou não, isso não é da sua conta, mas tenho algo a relatar. — ando até às janelas observando a cidade — Lilith está viva.

— Impossível. — responde imediatamente.

— Ela ainda tem acesso a ilha, enviou um versis para minha sangue gêmeo. — ao mencionar o nome da jóia noto o choque seus olhos e um fiasco de preocupação.

— Porra... Aquela mulher... — ele cobre a boca com a mão esquerda.

O observo, há pelo menos 385 anos atrás, antes da grande guerra envolvendo nossa família e as feiticeiras, meu pai se apaixonou por Lilith, a feiticeira mais poderosa da ilha Laríett onde as feiticeiras têm origem. Mas após a guerra e a chacina que aconteceu entre as famílias acreditávamos que todas as feiticeiras haviam sido mortas e isso inclui Lilith, o fato de saber que ela está viva deve ter-lhe causado um grande impacto.

— Sabe que se os outros clãs souberem, ela correrá perigo. — aviso.

— Eu sei disso. — ele senta no sofá com uma expressão devastada — preciso vê-la.

Eu suspiro.

— Acha que ela é a mesma de antes de 385 anos atrás? Você sabe que não. — acrescento.

Ele não fala mais nada. Logo se levanta e vai embora, vou até minha mesa e tiro os papéis da gaveta, informações sobre ela, pois se Lilith tem um portal aberto para o nosso mundo isso só pode significar que existem outras além do mesmo.

As fotos dela que consegui com o melhor detetive de Mirani, a mulher muito mais velha que eu tem a aparência de uma jovem de vinte e cinco anos, os cabelos negros e uma pele bronzeada, sua íris na cor violeta típica de sua espécie, mas mais característica ainda de uma pessoa poderosa, sinto que as coisas não serão fáceis, principalmente quando ela me ver.

Analiso as fotos mais um pouco e noto uma cicatriz no seu pescoço, está curada, mas é muito perceptível.

— É... Vou ter que descobrir mais a fundo. — passo meus dedos por entre os meus fios de cabelo característicos de minha mãe de forma relaxada.

Mais tarde, eu tomara banho no escritório e estava no estacionamento prestes a entrar no carro quando escuto uma voz conhecida, olho para trás e vejo Serafh, seu rosto estava suado e notei que deve ter corrido de forma desesperada.

— Serafh? — questiono.

Ele ofega e engole em seco.

— Não tenho boas notícias. — seus lábios estão franzidos. — é sobre Mallory.

Na mesma hora eu começo a prestar atenção. O que ele tinha a dizer tão grave sobre ela?

— Fale. — ordeno tirando as mãos dos bolsos.

Anjo Da Paixão - ( Livro 1 - Duologia Angélic Damon's )Onde histórias criam vida. Descubra agora