Anjo Da Paixão - ( Livro 1 - Duologia Angélic Damon's )

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∆ • AZAZEL MILLER • ∆

Meu coração estava acelerado quando me sentei na poltrona e inclinei-me pondo os dedos na têmpora, uma dor de cabeça insistente me atingindo com força. Não havia sido somente a inversão de marca, mas também mentiras que aquele desgraçado colocou na cabeça dela quando ela acordou provavelmente após a mordida.

Deixei malditas lágrimas se derramarem de meus olhos, eu não tinha certeza se conseguiria ser forte o suficiente para fazê-la se apaixonar por mim outra vez, tenho uma puta impaciência quanto a isso. A maneira como ela me despreza e como quer me usar como objeto de seu próprio prazer me fere de um jeito que achei que nunca me importaria.

Também não tenho certeza se me trancar com ela aqui é a coisa certa, provavelmente vamos enlouquecer juntos uma hora ou outra, eu preciso tanto dela, da minha sangue gêmeo... E apesar de Serafh ter me orientado sobre mordê-la outra vez para desfazer a inversão, não ter funcionando foi o que me deixou ainda mais frustrado e não posso continuar bebendo o sangue dela do jeito que está ou vou enfraquecer.

Uma batida ressoa na porta e já sei quem é apenas destravando-a com o poder que tenho.

Serafh entra olhando para os lados.

— Aqui está mais silencioso do que o esperado.

— Se tivesse vindo há alguns minutos atrás, não acharia isso — eu disse encostando as costas na poltrona e engolindo em seco. Sede. Eu sentira isso porque o sangue dela no estado em que está não supri o que eu preciso — você trouxe, certo?

Ele assentiu tirando as três bolsas de sangue da bolsa refrigerada ativando meus sentidos.

— Ainda bem que armazenei o sangue dela na época em que você... Você sabe. — ele me entregou uma e cravei minhas presas no plástico sentindo e usufruindo do sabor dela.

Fechei os olhos. Eu precisava disso para sobreviver ultimamente, tudo porque a ligação de sangue gêmeos é mais complexa do que parece, pelo menos para mim que não posso viver sem o sangue dela e graças a Serafh que conseguiu armazenar e replicar o sangue dela de uma maneira incrível que nunca entendi. Sequei o plástico devagar para não ser consumido pela vontade animal que ameaçava surgir.

— Você anda se divertindo, pelo que parece... — ele diz olhando para o sofá.

— Não é tão divertido quanto parece. — digo respirando um pouco antes de tomar mais.

— Ela... Mudou muito. — ele disse o óbvio e baixei meus olhos.

Acabei com a primeira bolsa de sangue e joguei para ele que me deu outra e antes de eu morder ele falou.

— E você andou bebendo o sangue dela mesmo depois do meu aviso. — repreendeu.

— Eu tinha que verificar. — eu disse e em seguida tomei em grandes goles do segundo.

— Nós dois sabemos os riscos, tem que reverter a marca antes que... — ele não se atreveu a completar.

Antes que eu enfraqueça e morra cedo ou tarde, era isso que ele ia dizer, porque isso que estou tomando agora não vai me manter por muito mais tempo, eu tenho uns quatro meses e nada mais que isso para reverter o processo e acredito que era esse o plano de Kay... Kayan desde o início, tomar minha sangue gêmeo, me enfraquecer e tomar a ilha de Neris.

A porta do quarto dela se abriu desviando a tensão entre nós dois. Ela olhou para Serafh e então para mim e depois para o que eu estava na boca.

— Que merda é essa? — perguntou caminhando até nós.