Ira. No ar pairava a mais pura ira entre nós e minha estranha magia não recuou diante da fúria da mulher á minha frente, eu não recuei diante da mesma, não me deixei abalar pelo monstro que antes vira como uma família. Meu corpo tremia, enquanto meus joelhos permaneciam firmes diante da ameaça. Meu corpo reprovando com intensidade a decisão que eu tomara, a decisão de lutar contra aquela bruxa que minha mãe escondera de suas amigas e do resto do mundo, a última, Lilith era a última de sua espécie pelo que descobri analisando as imagens do colar.Eu não contara a Azazel como meus poderes foram ativados, não contara que fui tão afundo na minha procura por mais informações que acabei despertando-os, alertando-os que estava na hora de vir por mim. Não contara que vi o trajeto de meu nascimento até o momento em que fui entregada a ela, e não acho que minha mãe tinha noção de que o colar registrava tudo, como se tivesse vida própria e soubesse as coisas que aconteceriam em seguida precisavam ser registradas a fim de que eu pudesse acessa-las.
— Sua híbrida maldita! — a voz tenebrosa dela ressoou no galpão.
O poder dentro de mim rugiu com o insulto.
— O que foi? A verdade é difícil de engolir? — um tom de deboche desconhecido saiu de mim, mas de fato, eu estou furiosa.
Ela se preparava para avançar e meu coração acelerado me fez suspirar deixando a mostra aquela parcela de puro terror que eu sentira com sua ameaça.
Ela avançou. Mas então tudo tornou-se escuridão e meu corpo soube imediatamente quem havia chegado, no ar, o cheiro puro de poder do meu sangue gêmeo, meu corpo reconheceu e sentira com detalhe aquele cheiro puramente masculino e amadeirado, e com ele, o cheiro da sua fúria.
Como diabos estou sentindo tudo isso em sombras?
Meu corpo se adaptou, não, eu nasci assim, é como se tivesse passado pela puberdade outra vez, como se cada célula estivesse desabrochando uma por uma e em cada lugar, aquele poder antes evidente pela ira encolheu-se diante do parceiro, não vira mais necessidade de mostrar-se tão potente.
Um braço forte envolveu minha cintura e fez-me suspirar, olhei para cima e o vi, os cabelos vermelhos escarlate bagunçados e sua testa brilhando em suor como se tivesse corrido uma maratona, voado.
— Você está bem? — sussurrou cauteloso, seus olhos procurando qualquer sinal de ferimento e vi alívio neles ao não encontrar.
— E-estou. — respondi piscando bastante, a sombra parecia poeira.
Aquela faísca me alertou e Az foi mais rápido ao anular o ataque, e então toda aquela cortina de sombra sumiu num piscar de olhos, ele olhou para Lilith e seus desertores.
E então olhou para mim, sua íris antes na cor preta como sua sombra agora era um vermelho brilhante, fúria, ele sente fúria. Logo, senti uma ardência descomunal na bochecha e um líquido escorrer, toquei-a e era sangue.
Ele virou-se para eles me colocando atrás de si.
— Como se atreve a ferir minha sangue gêmeo... — sua voz grave ecoou forte no galpão. Com uma calma mortal.
Tive a impressão de que Lilith estremeceu diante disso, Az levantou o braço, eu sabia o que viria em seguida, mas o parei encostando minha cabeça em suas costas largas.
— Vamos embora. — eu disse contendo a enorme vontade de desabar em lágrimas.
— Não posso deixar que ela saia impune. — ele rosnou.
— Mallory! — alguém gritou na entrada do galpão e vi Serafh.
— Vá com ele. — Azazel ordenou e não me mexi.
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Anjo Da Paixão - ( Livro 1 - Duologia Angélic Damon's )
FantasyMallory Evans tem a ambição de arrumar um emprego e ter uma vida estável e isso a leva para a cidade de Mirani, mas uma reviravolta acontece não só mudando sua vida como ela mesma, despertando um desejo profundo, segredos a serem revelados e conflit...