Anjo Da Paixão - ( Livro 1 - Duologia Angélic Damon's )

~• 34 •~

Céus, eu deveria mesmo acreditar nas palavras daquele homem? Mas e se meus pais estiverem, de fato, vivos como vou resgata-los? Me levanto do chão e procuro por Serafh e Azazel, eu os enviara para cá pelo portal não faz tanto tempo.

— Serafh? — eu perguntei ao vazio.

Olhei janela afora, já estava ficando de noite.

De repente um rugido vindo debaixo do piso de madeira chamou minha atenção, prestei atenção aos cheiros e senti eles dois, como eles tinham parado lá embaixo eu não fazia ideia até que vi uma pequena porta no chão um círculo de ferro imitando uma maçaneta e então puxei-a para cima me deparando com escadas, a medida que eu ia descendo eu cheiro de Azazel invadia mais e mais meu nariz, observei a parede cheia marcas de garras.

Quando cheguei onde a luz batia tive que desviar de um pote de vidro que voou na minha direção e colidiu na parede e olhei para frente, Az estava em cima de Serafh suas asas vermelhas rodeadas por sombras e... A camisa preta que vestia estava em frangalhos, ele me olhou suas pupilas dilatando.

— Corra! Ele está descontrolado! — Serafh gritou aterrorizado e Az saiu de cima dele vindo na minha direção.

E num movimento rápido, me virei correndo escutando o barulho atrás de mim, cheguei até a parte de cima e depois corri até a porta aberta da pequena sala e disparei neve afora, percebendo que estávamos bastante distantes do vulcão Neris. Me atrevi a olhar para trás, a noite caindo como uma luva, ele estava lá, correndo atrás de mim como uma fera sua íris brilhando em um ton escarlate, me virei para frente outra vez e acelerei.

Cansada, parei de correr ao ver que ele tinha sumido, mas me encontrava totalmente perdida na floresta até que lembro de algo, já não estive aqui antes? Meu joelhos cederam de alguma forma pelo cançaso.

O vento frio beija minha pele a ponto que fico arrepiada e me encolho no chão terroso, por que por aqui não há neve? Onde estou? Olho ao meu redor e me levanto com dificuldade e quando tento andar tenho meus movimentos limitados por vinhas que cresciam na terra apegando-se aos meus pés.

O sonho do Versis do meu pai, Az me dissera, uma vez, que ele podia revelar acontecimentos do futuro!

Puta merda. Era isso?

Pânico começa a irradiar minhas veias e me vejo desesperada sem gritar dessa vez, até que ouço um barulho... Um rosnado por entre as árvores e arbustos vermelho alaranjados ao meu redor. Engoli em seco sentindo minha respiração aumentar e o ritmo dos meus batimentos cardíacos imitarem a aceleração, um vulto passou por entre as copas das árvores que pareciam de repente mais altas e olhei para cima, até uma silhueta alta e masculina surgir na minha frente lembrando-me daquela noite em que vi Azazel pela primeira vez.

Meus pensamentos são iguais aos do sonho então...

— Azazel? — perguntei cruzando meus braços tentando me aquecer do frio repentino que só aumentava — Azazel, é você?

Um rosnado alto e ensurdecedor foi sua resposta e a medida que a criatura se aproximava mais eu notava... Aquele é Azazel, mas em sua cabeça tinham chifres que faziam uma curva, seus cabelos vermelho escarlate brilhavam com a luz da lua e as penas de suas asas balançavam com o vento que sequer o fazia tremer. Mas seus olhos não pareciam humanos, pareciam com sede de sangue.

— Tu venit lux mea dulcis. — disse com uma voz gutural e dei um passo para trás engolindo em seco, mas tropecei caindo.

Você vem minha doce luz... É isso que significa em sua, ou melhor, nossa língua que entendo agora por causa de Kayan.