~• 0.8 •~

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∆ • MALLORY EVANS

• ∆


Senti o sol no rosto e pisquei algumas vezes passando a mão pelos olhos e então vejo uma silhueta alta e masculina seguida de um aroma delicioso de café pela manhã, Azazel está na varanda sem camisa, apenas de calça moletom cinza com os cabelos vermelhos caídos na testa, observo seu corpo que parece ter sido esculpido por Deus, ele beberica o café e então vira seu olhar para mim.

- Gosta do que vê? - pergunta com um sorriso malicioso no rosto.

Eu me sentei no sofá e noto que permaneço com o mesmo vestido do dia anterior e suspiro aliviada por ele não ter feito nada comigo, mais ou menos, sinto um estranho sentimento de decepção como se eu quisesse que ele tivesse feito algo por mínimo que fosse.

- Tenho que ir para casa... - eu digo sentido vibrações no estômago quando ele se vira caminhando até mim e ficando na minha frente me fazendo olhar para cima.

- Me toque. - diz de repente e arregalo os olhos em surpresa.

- P-Por que eu faria isso? - gaguejei sentindo as vibrações aumentarem com seu olhar intenso.

- Não é o que você quer? Não quer sentir minha pele na sua? - ele então se agacha ficando com a cabeça na altura da minha.

Ele tem merda na cabeça?

Ele começa a afastar o vestido e beijar minha coxa, na mesma hora sinto uma pontada em minha intimidade e um rubor quente cresce nas bochechas, quanto mais ele avança mais me sinto... Extremamente excitada, mas eu não posso me entregar assim a um homem como ele que tem tudo aos seus pés - principalmente mulheres - eu o afasto pondo as mãos em seus ombros largos e ele me olha confuso.

- Eu não quero, não quero que me toque. - olhei de maneira severa nos seus olhos.

Isso era uma baita de uma mentira, era o que eu mais queria e meu corpo e espírito lutam pelo que acreditam ser certo, mas não há um lado a ser escolhido, não ainda, eu não preciso de alguém que queira me usar a seu próprio favor.

- Não pode negar o que sente, Mallory.

- E o que eu sinto, Azazel? O que você sabe sobre mim? Quero sair daqui e não que me toque assim. - eu disparo com o coração acelerado. - além de que não o conheço tão bem para avançar a esse ponto.

Em toda minha vida, eu já sentira angústia, frustração ou até mesmo tristeza e o que estou sentindo agora é a mais pura mistura de tudo isso resultando em negação, ele me quer porque sou um desafio, porque não me entrego com facilidade ou me arrasto ao seus pés, pelo menos é a isso que tento me convencer. Mas há algo que não consigo negar, esse homem me faz sentir coisas que nunca pensei que sentiria na vida, uma sensação de segurança e ao mesmo tempo de perigo, mas um perigo desejado.

Ele então se levanta e sai andando até o closet e meus olhos acompanham seu movimento.

- O-O que vai fazer?

- Vestir uma camisa e deixar você no que chama de casa. - fala alto para que eu escute referindo-se a pensão.

Eu chamo de casa, pois é o único lugar que tenho para morar até conseguir um lugar melhor, se ele estivesse na minha situação saberia exatamente como é estar sem escolhas. Me levantei para sair do quarto e passei em frente ao closet vendo-o vestir uma camisa regata preta, era uma visão e tanto, ele tem músculos definidos no abdômen onde eu realmente gostaria de deslizar os dedos. Engulo em seco umedecendo os lábios e logo volto a minha realidade continuando a andar até a enorme varanda, olhei por onde entramos na noite anterior, agora analisando melhor a sensação de voar nos braços dele foi a melhor coisa que me ocorreu na vida, sim ele estava enfurecido, mas nada apaga o vento frio da noite beijando minha pele e erguendo meus cabelos, soltei um longo suspiro com o pensamento.

- Vamos. - diz Azazel indo até a varanda e arregalei os olhos.

- Vamos voando? - perguntei tentando conter um sorriso.

Ele entreabriu os lábios e os repuxou em um leve sorriso.

- Gosta de voar?

Nunca tinha voado antes, mas balancei a cabeça.

E então caminhei até ele que me ergueu nos braços firmemente enquanto meu braço laçou a curva de seu pescoço, eu estava rindo, especificamente com o vento batendo em meu rosto com força até que resolvi prestar atenção em suas asas que são majestosas e sua envergadura parece possuir uns três metros e meio, as penas avermelhadas brilham no clarão da manhã um pouco fria, não resisti ao toca-las, mas ao fazer isso Azazel vacilou um pouco no ar e voltei a me segurar nele.

- Não toque nas minhas asas. - ele ordenou engolindo em seco e vi em seu rosto um leve rubor vermelho.

Eu já lera livros de fantasia com personagens que tinham asas, nesses, os homens tinham uma certa sensibilidade... Isso se aplica à espécie de Azazel? Pelo que pude ver sim.

- Por que preferiu vir voando? - perguntei um pouco alto devido aos fortes ventos.

Ele demorou um pouco para responder como se estivesse pensando na coisa certa a se falar.

- Acho entediante me locomover em coisas tão limitadas como carros. - revelou sem tirar sua atenção da frente.

Eu o observei. Azazel é realmente um homem fascinante.

Era sábado do meu segundo mês de trabalho, eu estava finalmente de folga, trabalhar na empresa Miller vem me ajudando a me restabelecer em Mirani e com o salário alto que ganho já consegui comprar um apartamento grande e confortável, comprei os móveis e algumas outras coisas para a cozinha.

Desde que me deixou na pensão, há dois meses que não vejo Azazel, apenas organizo seus horários e auxílio em... Assuntos como... Serafh vindo até mim para coletar alguns potinhos de sangue para dar a Azazel, não entendo o porquê de ele não estar mais se aproximando de mim.

Não posso deixar de admitir que tenho uma certa espectativa de vê-lo novamente, ele fizera uma viagem para sabe Deus aonde e toda vez que alguém me liga procurando-o eu digo "ele está em uma viajem reservada no momento, mas quando voltar eu aviso" é só o que tenho dito feito um robô programado.

Troquei meu celular antigo por um mais moderno, estranhamente, criei um certo apego à cor vermelha.

Estou sentada no sofá da sala com o cabelo amarrado em rabo de cavalo, vestida em uma blusa rosa claro e um short preto curto, digito algumas teclas no computador adiantando algumas coisas para o início da próxima semana e agendando reuniões com sócios e algumas outras coisas, até que a campainha toca chamando minha atenção. Levanto colocando o computador de lado e vou até a porta.

Abro-a me deparando com Serafh e então suspiro cansada colocando a mão na testa.

- Ah, oi, me esqueci que você vinha fazer a coleta hoje. - disse tediosa.

- Você está bem? - ele pergunta adentrando no apartamento com sua maleta preta.

Fecho a porta.

- Sendo sincera? Não, até quando ele vai precisar do meu sangue? - não precisei utilizar nomes, pois ele sabe a quem me referi.

Ele virou-se meio receoso.

- Até... Até parar de matar pessoas aleatórias.

Arregalei os olhos cansados.

- Ele ainda está matando pessoas inocentes?

- Não sei, pare de fazer perguntas tolas humana patética. - diz parecendo bravo.

Serafh está escondendo algo.

Bufei irritada e caminhei até ele me sentando no sofá esticando o braço.

Anjo Da Paixão - ( Livro 1 - Duologia Angélic Damon's )Onde histórias criam vida. Descubra agora