A ficha não parecia ter caído ainda, até antes eu achava que tinha vinte e um anos, agora... Eu tenho 385? Céus, eu ainda não consigo acreditar, parece impossível demais. Eu e Az ficamos parados por um bom tempo raciocinando sobre a informação até que Trust entrou no quarto nos tirando de nosso devaneio.
Az se levantou pondo-se na minha frente.
— Saia. — ele disse e Trust assumiu uma postura ameaçadora.
— Mallory, devo sair para caçar algo para comer, volto em breve. — ele me lançou um sorriso simpático enquanto assenti em concordância.
Ele virou e olhou de relance para Az, a íris dos dois brilhando num vermelho sangue, um desafio, me vi na obrigação de levantar-me e ir até ambos.
— Vá Trust, estarei esperando, por favor cuide-se ainda não está cem porcento recuperado. — eu disse, minha voz calma e reconfortante.
Ele assentiu e saiu, Az deu um passo para frente rosnando e eu o parei olhando-o.
— Temos outras preocupações. — me virei para sentar na cama outra vez observando-o fechar a porta.
Terei que deixar de lado a questão da minha idade, agora preciso de um plano para resgatar meus pais, ou melhor conferir se eles estão de fato em algum lugar daquele castelo. Meu coração acelerou com o pensamento, se estiverem vivos vou ter a oportunidade de conhece-los, de tê-los ao meu lado, mas isso, a que custo?
— Você está preocupada com sua idade? — ele pergunta e eu o olho balançando a cabeça.
— Meus pais... A última coisa que Kayan disse era que estava com eles. — minha garganta se apertou — não ter certeza disso me deixa... Angustiada.
Baixei a cabeça, meu coração se apertando.
— Se estiverem com ele, vamos resgata-los, Lux mea. — ele disse mexendo o polegar em círculos na minha bochecha.
Tempo depois estávamos na sala, Serafh de alguma forma achou um mapa por aqui, posicionamos o mesmo em cima de uma mesinha de madeira velha e estávamos analisando, discutimos que o vilarejo Aszuli não é mais uma alternativa viável de aproximação, já que a legião de soldados do castelo estão de alta guarda e que em breve farão o mesmo com os outros vilarejos.
— Que tal irmos até o vilarejo Argenti? — sugeri indicando no mapa e Az balançou a cabeça.
— O povo de lá é escandaloso demais, um movimento errado se tornaria uma confusão. — explicou.
Serafh movimentou o indicador no mapa e ergueu a cabeça.
— Podemos ir por Flammae até Crystallo. — Ele disse, seu dedo no desenho de um vilarejo perto de um rio chamado Current.
— Flammae? — questionei.
Algumas palavras ainda me confundiam.
— A floresta. — Az disse. — Sim, é uma opção boa.
Olhei o mapa. Havia um desenho de serpente no rio, olhei para Az que estava concentrado pensando, então resolvi satisfazer minha curiosidade com Serafh.
— O que é esse desenho de serpente? — eu perguntei e ele encostou-se na poltrona reclamando um pouco das costas.
Seus olhos azuis brilharam e percebi sua agitação.
— Podemos usar o Addro! — ele diz e franzi o cenho confusa, Az o olhou.
— Você, por acaso, sabe domar um Addro? — pergunta.
Serafh entreabre os lábios, mas os fecha num movimento rápido.
— Eu posso tentar. — eu disse e Az me olhou.
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Anjo Da Paixão - ( Livro 1 - Duologia Angélic Damon's )
FantasyMallory Evans tem a ambição de arrumar um emprego e ter uma vida estável e isso a leva para a cidade de Mirani, mas uma reviravolta acontece não só mudando sua vida como ela mesma, despertando um desejo profundo, segredos a serem revelados e conflit...